3- Darling, where you've been all my life?

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NOTA: Sem revisão tbm, comentem se ta bom e é isso, esse capítulo é mais longo e fala de um assunto complexo, ainda mais quando estamos nesse mês tao importante pra quem é da comunidade, curtam e me falem o que estão achando,
obrigado por vcs lerem essa viagem aqui💋💋

POV Tijana

A volta de Djordje para a Sérvia me deixou um vazio que eu não esperava sentir tão intensamente. Sou uma pessoa séria, não muito carinhosa em minhas relações, mas sua ausência me fez perceber o quanto eu sentia falta dele e da minha família. A Turquia tem sido minha casa por sete anos, mas às vezes, a distância e a solidão pesam.

Pensando em uma forma de aliviar essa solidão, resolvi chamar Hande para sair. Quando pensava em companhia, o rosto dela era o primeiro que surgia em minha mente. Hande tinha essa energia contagiante que iluminava qualquer ambiente.

A chamei para um café e, até aí, tudo correu bem. Conversamos, rimos e, por um momento, esqueci a tristeza que a ausência de Djordje me causava. Após o café, fomos para a minha casa. O clima em Istambul nessa época era rude e castigava, esfriando rapidamente ao cair da noite.

Estávamos no sofá, conversando sobre nossas infâncias e as diferenças culturais entre a Sérvia e a Turquia. Hande ria de minhas histórias, e suas bochechas coradas pelo frio e pelo riso eram encantadoras. Houve um momento, uma breve vontade de beijá-la. Ela estava ali, tão próxima, e parecia que seus olhos estavam implorando para que eu tomasse aquela iniciativa.

Por um segundo, me inclinei um pouco mais para perto, sentindo a tensão entre nós aumentar. Mas então, o medo e a incerteza me fizeram recuar. Em vez disso, dei-lhe um abraço apertado, tentando ignorar o desejo que sentia. Senti seu corpo tremer levemente, talvez de frio, talvez de nervosismo. Meu coração estava disparado, mas mantive a compostura.

— Está ficando tarde. Acho que é melhor você ir — disse, tentando soar casual.

Ela sorriu, um pouco desconcertada, e se levantou.

— Obrigada pelo café e pela companhia, Tica.—  assenti, sentindo uma mistura de alívio e arrependimento.

Percebi que Hande havia esquecido seu casaco no clube quando ela estava quase pronta para sair. A temperatura estava caindo rapidamente, e ela começou a tremer visivelmente. Sem pensar duas vezes, fui até meu quarto e peguei um casaco para ela. Quando voltei, vi seus olhos se iluminarem com um misto de surpresa e gratidão.

— Aqui, Hande, você vai congelar lá fora sem isso — disse, estendendo o casaco para ela.

Quando minha pele tocou a dela, senti uma onda de eletricidade percorrer meu corpo, algo inexplicável. Era como se cada célula do meu ser estivesse ciente de sua proximidade. Ela me olhou nos olhos, e por um momento, o mundo ao nosso redor pareceu desaparecer.

Hande vestiu o casaco, ainda tremendo um pouco, mas não tanto pelo frio agora. Eu também sentia meu coração bater mais rápido, mas tentei manter a compostura.

— Obrigada, Tica. Você é um anjo — disse ela, sorrindo, sua voz suave e grata.

Agradeci pela companhia e a acompanhei até a porta.

— Foi bom passar o tempo com você, Hande. Precisamos repetir isso qualquer dia desses — falei, tentando soar casual, mas minha voz traía uma ligeira hesitação.

Ela sorriu novamente, dessa vez um pouco mais nervosa.

— Claro, Tica. Até logo e cuide-se.

Enquanto ela se afastava, senti um grande ponto de interrogação se formar no meu rosto. O que exatamente estava acontecendo entre nós? A proximidade dela, a forma como meu corpo reagia ao toque dela, tudo parecia indicar algo que eu ainda não conseguia nomear. Mas uma coisa era certa: Hande estava despertando sentimentos em mim que eu não podia mais ignorar.

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