Capítulo 35 - entre balas e flechas

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Antigamente

Artêmis caminhava pelas margens tranquilas de um rio sereno, perdida em seus pensamentos enquanto o sol poente pintava o céu com tons de laranja e vermelho. Era um momento raro de paz e quietude, longe das multidões e das demandas do mundo mortal, enquanto a brisa suave acariciava seus cabelos dourados, Artêmis refletia sobre sua vida

Desde sua infância, ela sempre esteve à sombra de seu irmão gêmeo, Apolo, cuja bravura e destreza nas artes e na guerra eram frequentemente elogiadas pelos outros deuses e mortais

nos banquetes no Olimpo, Apolo era o centro das atenções, sua musica ecoa e encantava a todos, sua beleza deslumbrante, atraia a atenção de diversas Deusas, por outro lado, ela ficava à margem, observando silenciosamente enquanto os elogios eram despejados sobre seu irmão, sentindo-se cada vez mais invisível e desvalorizada

Enquanto Apolo matava monstros, derrotou outros Deuses, e reunia mais admiradores, que o seguiam por onde ele ia, enquanto isso, Ártemis treinava duro, nas florestas e montanhas Artemis não conseguia escapar da sombra de Apolo

Os mortais frequentemente contavam histórias de suas façanhas heróicas e feitos lendários, enquanto ela era relegada a um papel secundário, pouco mais do que uma mera companheira de caça para seu irmão glorificado

Essa sensação de inadequação e desconsideração pesava sobre Ártemis como uma carga constante, mesmo quando ela se esforçava para demonstrar sua coragem e habilidade nas batalhas contra criaturas monstruosas e inimigos dos deuses. Ela lutava para provar seu valor e ganhar o respeito daqueles ao seu redor, mas parecia que sempre havia alguém pronto para diminuir suas realizações e exaltar as de Apolo

Em uma das noites

Em uma das noites de treinamento, a lua brilhava em um tom prateado. Enquanto Ártemis fortificava sua habilidade de rastreio, e mapeava a floresta em sua cabeça, ela se sintonizava com os sons noturnos da floresta, o farfalhar das folhas, o chamado distante de uma coruja e o murmúrio de um riacho próximo criavam uma sinfonia natural que a acalmava profundamente

De repente, um som mais urgente rompeu a serenidade. Um cervo, seus passos rápidos e desajeitados denunciando seu pânico, corriam em desespero pela floresta. Atrás dele, um grupo de lobos movia-se em uma perseguição coordenada, seus olhos brilhando com a fome

algo na vulnerabilidade do cervo que tocou seu coração. Sem hesitar, ela se ergueu, sua silhueta começou a se mover pela floresta, ela começou a se mover pelas sombras, até que puxou seu arco de suas costas

Com uma velocidade impressionante, Artemis começou a correr, cada passo calculado para não fazer barulho, praticamente flutuando sobre o terreno acidentado da floresta. Seus pés descalços mal tocavam o chão enquanto ela atravessava a vegetação densa - "por aqui" - usando sua habilidade de rastreio, suas pupilas brancas começam a brilhar - "estou vendo vocês" - com a ajuda da sua habilidade, ela consegue rastrear os lobos e o cervo

Chegando mais perto, ela viu o cervo tropeçar, exausto e apavorado. Os lobos estavam quase sobre ele, suas presas brancas brilhando à luz da lua, com determinação, Artemis acelerou, seu corpo tornando-se uma mancha indistinta de movimento

Ela se lançou entre os lobos e o cervo, sua presença surpreendendo os predadores, Em um movimento fluido, ela atira três flechas, que acertam pontos não vitais de um dos lobos, que começa a fugir, ela fica na frente do cervo - um já foi - ela começa a correr pra esquerda, chamando atenção dos outros quatro lobos - "eu não vou matar eles, preciso acertar pontos não vitais -

Pulando rapidamente para cima de uma das árvores, rapidamente mais duas flechas acertam outro lobo, que sai correndo desesperado, Artemis voltou sua atenção para o cervo, que estava ofegante no chão, ela sabia que precisava proteger o cervo, e sabia também que ele não conseguiria sobreviver muito tempo, logo ela se lança na direção do cervo, ela pousa ao seu lado, Com uma suavidade surpreendente, ela se ajoelhou ao lado dele, uma de suas mãos acariciam o pelo do animal, o cervo relaxou, sua respiração tornando-se menos irregular

Crepúsculo dos Deuses: O Último DesafioOnde histórias criam vida. Descubra agora