O sol ainda estava nascendo sobre as colinas do interior de São Paulo quando Alex Martins fazia sua corrida matinal. Suas pernas doíam, mas ele sabia que cada quilômetro corrido o aproximava mais de seu sonho. Desde que se lembrava, a velocidade era sua paixão. Crescer em uma pequena cidade nunca foi um obstáculo; pelo contrário, serviu como um combustível para suas ambições.
Aos 4 anos, sua paixão por carros nasceu dentro de si quando seu pai o levou para uma corrida de Fórmula 1 que acontecia no autódromo de Interlagos. Seu pai era apaixonado por carros e lutou para ter uma chance de ver de perto os carros correndo em volta do autódromo, e quando conseguiu, levou Alex junto. Aos 7 anos, Alex e seu pai fizeram o seu primeiro kart juntos, o primeiro de vários. Ao longo do tempo, sua capacidade de correr pela pequena pista foi ficando melhor, até que com 15 anos, um olheiro viu que ele poderia correr em uma equipe como a Ferrari no futuro, chamando-o para correr na Fórmula 4, realizando um dos seus sonhos até chegar aqui.
Enquanto enxugava o suor do rosto, ele olhou para a pequena pista de kart onde tudo começou. Quantas voltas tinha dado ali? Centenas, talvez milhares. Cada curva dominada, cada segundo ganho, o levaram até a posição de piloto reserva na Scuderia Ferrari. Mas Alex sabia que ser reserva não era suficiente. Ele queria mais. Queria estar na linha de frente.
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No circuito de Barcelona, o ar estava carregado de antecipação. Era o último dia dos treinos de pré-temporada, e Carlos Sainz estava prestes a completar sua volta rápida. Sainz estava confiante com essa temporada, já que a equipe da Ferrari tinha acabado de anunciar que na temporada seguinte ele não estaria mais na equipe, sendo substituído por Lewis Hamilton. Ele queria que essa fosse a temporada em que seu melhor desempenho na Fórmula 1 fosse visto por outras equipes. Alex observava atentamente dos boxes, analisando cada movimento do carro. De repente, um estalo seguido de um som horrível de metal rasgando. O carro de Sainz girou descontroladamente, batendo na barreira de proteção.
Um silêncio tenso tomou conta do pit lane. Alex sentiu um nó no estômago. Sabia que acidentes faziam parte do esporte, mas ver um colega – um amigo – nessa situação era devastador. Ele viu os paramédicos correrem em direção aos destroços e rezou para que Carlos estivesse bem.
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No dia seguinte, Alex foi chamado ao escritório do chefe de equipe. O ambiente era sério. Ele sabia o que estava por vir; Carlos tinha se machucado feio no dia anterior, mas nada poderia prepará-lo para a realidade.
-Bom dia - disse Alex já nervoso, mesmo sabendo do que seria essa reunião.
-Bom dia, Alex. Você já deve saber por que foi chamado aqui, - disse o chefe, olhando diretamente em seus olhos. - Carlos não poderá correr nesta temporada. Precisamos de você para substituí-lo até o fim da temporada. Você está pronto para correr na Fórmula 1?
O coração de Alex acelerou. Ele estava pronto para essa oportunidade, mas a responsabilidade pesava em seus ombros. Na temporada passada, ele havia sido o campeão da Fórmula 2; ele estava preparado para isso desde que a Ferrari o contratou como piloto reserva.
-Estou pronto - respondeu, com uma determinação feroz. Esta era sua chance de mostrar ao mundo do que era capaz.
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Marina Silva, uma das jornalistas mais respeitadas da Fórmula 1, formada na PUC do Rio de Janeiro, sempre deu o seu melhor para chegar onde está. Ela estava em busca de uma nova história. O acidente de Carlos e a promoção de Alex eram o material perfeito. Ela encontrou Alex nos boxes, ajustando seu capacete e falando com o seu pai.
-Alex, eu posso te fazer umas perguntas? - perguntou em inglês, não sabendo que ele era brasileiro. Alex, que estava em uma ligação com seu pai, deu uma pausa para falar com ela.
-Claro, espera só um segundinho. Pai, depois eu te ligo, tá? Beijo - disse desligando o celular. - Pode fazer as perguntas.
-Alex, como se sente sabendo que vai substituir Carlos nesta temporada? - perguntou, seu gravador já em mãos, surpresa por ele falar português, já que nunca o entrevistou antes.
-É uma grande responsabilidade, - disse ele, escolhendo suas palavras com cuidado. - Mas estou pronto para mostrar o que posso fazer. Essa é a minha chance de provar meu valor.
-Está confiante com essa temporada, já que no ano passado foi campeão na Fórmula 2 e agora vai correr na Fórmula 1?
-Estou. Essa temporada tem que ser melhor do que a do ano passado para a Ferrari e também para mostrar que eu mereço estar aqui.
-Obrigada por responder essas duas perguntas. - respondeu guardando o gravador e respondendo em português.
-Você é brasileira? Se eu soubesse, teria respondido em português. - disse surpreso.
- Sou, mas moro em Londres. Bom, eu gostaria de continuar a conversa, mas tenho que entrevistar o George Russell ainda hoje. A gente se vê por aí. - disse saindo e olhando para ele
-A gente se vê por aí. - disse olhando para ela.
Enquanto respondia às perguntas de Marina, Alex sentiu uma conexão imediata. Havia algo na maneira como ela o olhava, como se pudesse ver além do piloto e enxergar a pessoa por trás do capacete.
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No final do dia, Alex estava no circuito, preparando-se para sua primeira corrida oficial. A adrenalina corria em suas veias, misturada com uma pitada de nervosismo. Ele sabia que todos os olhos estavam sobre ele. O rugido dos motores ao seu redor era música para seus ouvidos.
Com o capacete posto e o coração batendo forte, Alex Martins estava pronto para mostrar ao mundo que estava além do limite.
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Além do Limite: A Saga de Alex Martins na Temporada de 2024 da Fórmula 1
FanfictionNo início da temporada de Fórmula 1 de 2024, a Scuderia Ferrari é abalada por um incidente durante os treinos de pré-temporada que deixa o piloto Carlos Sainz fora de competição pelo resto do ano. Diante dessa reviravolta inesperada, a equipe precis...