+18| Fake dating| Strangers to friends to lovers| Slow burn| Gravidez inesperada
TATIANE é apaixonada por seu melhor amigo desde a adolescência, e quando finalmente cria coragem para se declarar, se depara com uma verdade que a fere muito: ele a vê...
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Estar um caco nem se comparava com como eu me sentia, porque, porra... estava completamente destruído.
Três meses sem ver ou ouvir a voz da mulher que eu amo. Três meses recebendo atualizações diárias de como andava a sua saúde e a do bebê.
Isso não era o suficiente. Eu queria estar lá, ser a pessoa segurando a sua mão e transmitindo todo o apoio e conforto que precisasse. Eu queria assumir o meu papel como seu companheiro e pai do nosso filho.
Mas em vez disso, estava preso na minha casa, me atolando de todo e qualquer serviço para ocupar a mente.
Dormir havia se tornado uma tarefa praticamente nula na minha rotina. Se eu fechasse os olhos, ela estaria lá. Se eu pegasse no sono, a coisinha linda viria me visitar e não queria sentir mais saudade. Não queria me enfiar em um limbo de dor por culpa do meu egoísmo.
E como se pressentisse a névoa de sofrimento me rondeando, uma vídeo chamada de minha mãe surgiu na tela do meu telefone. Eu suspirei, me ajeitando em uma tentativa de parecer apresentável e não um zumbi ambulante.
Dona Clara usava um turbante branco em sua cabeça e abriu um sorriso imenso ao me ver. Era graças a ela que sempre sabia de tudo e não me afundava em um mar de sofrimento.
A única coisa que me incomodava, era o fato de que mamãe não voltaria para casa e estava escolhendo se ir estando ao lado da minha garota.
Mas dona Clara estava certa, não tinha nada me impedindo de consertar os meus erros e ter a chance de passar o tempo que lhe sobrava ao seu lado.
Ou era o que ela pensava, pois tinha algo sim. Só não podia lhe relevar.
— Oi, mamãe — minha voz saiu rouca, a pontada de saudade voltava a apertar em meu peito.
— Pepeu, como está hoje? Eu conversei com a Lúcia e ela me disse que não tem comido direito.
Queria rir por toda a sua preocupação comigo, mas respirei fundo, contendo as lágrimas que queimavam os meus orbes.
— Hoje não estou bem. Eu sonhei com ela, foi tão real, então acordei e estava aqui — confessei, uma longa lufada escapava por minha boca. — Tem um jeito de isso parar?
Mamãe bufou, tocando o seu colar de trevo, sua cabeça se movia em negativa ante as minhas palavras.
— Tem, Pedro. Para de ser cabeça dura e recupere a sua mulher — disse, fazendo parecer simples. E não era. Nenhum pouco. — Vai ver como esse sofrimento passa, só precisa tomar uma atitude, meu filho.
Suspirei, sabia que suas palavras estavam certas, entretanto, o que estava em jogo não podia ser arriscado.
— Dona Clara...
— Já sei — interrompeu-me. — Você não pode e blá, blá, blá. Poupe esse discurso, Pedro Gomes, ele já ficou muito repetitivo e é a desculpa mais blasé que já deu para fugir de algo — sua repreensão me fez encolher os ombros. — Aja como o homem que eu te ensinei a ser e dê um jeito nessa bagunça. E não se preocupe, é daquele assunto que você tem mantido a sete chaves que estou falando.