67. Destinados

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Nihara Vitti

O salão parece maior, com uma decoração simples, o azul e amarelo mesclados em cada detalhe. Mesas enormes, estão bem decoradas com orquídeas brancas, azuis e amarelas. Os convidados parecem ter saído do tapete vermelho de algum evento de gala. Está tudo, como eu… ah minha nossa, um filme passa na minha mente e as coisas começam a fazer sentido. E a certeza, vem quando, vejo Steve e Harry vestido como o Herman, Natalie e Astrid também tem as roupas a combinar. 

    Um vestido amarelo bem claro de tecido leve, fitas finas e uma fenda no lado. Avanço no salão, cumprimentando os rostos conhecidos, o meu sogro me olha emocionado antes de envolver-me num abraço forte e caloroso, diferente de todos que já me deu. Sigo, observando até avistar um pequeno altar, minimalista, fico hipnotizada, imaginando o que acontecerá a seguir.

    — Meu amor, está tudo bem? — Tobias, aparece segundos depois atrás de mim, tocando o meu ombro. Rapidamente, impeço a lágrima solitária que se formou no meu olhar, de molhar o meu rosto, antes de me virar para encará-lo.

    — Está, sim, Toby. Só fiquei petrificada com tudo o que estou vendo aqui. Eu…

Penso em dizer-lhe que sei exatamente o que se passa mais, ainda há algo dentro de mim que se recusa a acreditar que seja isso.

    — Então, o que achou?

    — Parece que tudo foi feito para mim, a decoração, as orquídeas — aproximo-me dele lentamente, com o olhar inquiridor — o que você está aprontando, sabe que não gosto de surpresas. — Tento beijá-lo, mas antes que isso aconteça, ouço Sophie correndo chamando por mim. Nos distanciamos imediatamente, virando a nossa atenção para a criança, que está sendo seguida pela tia Leandra.

    — Sophie, meu anjo. Ouve a titia — a mulher implora ofegante. 

    — Leandra, o que aconteceu? Sophie, meu amor, o que você fez a sua tia? — indago confusa e preocupada. 

    — Nada, mamãe, eu ouvi a titia…

    — Ela ouviu-me dizendo que eu e o Harry finalmente marcamos a data do casamento, mas não íamos contar agora — ela interrompe a sobrinha. Percebo quando fala, o seu olhar procurar os de Tobias, como se pedisse auxílio.

    — Não é isso, mama a ti…

    — Sophie, o que sempre digo para você, meu amor? — pergunta o pai dela.

    — Para não sair ouvindo conversa dos mais velhos — a pequena responde, com o rostinho para baixo.

    — Muito bem, agora vai ver como estão os teus irmãos, por favor.

     — Está bem, pai. Desculpa.

    — Vocês podem me dizer o que se passa? — Contemplo os dois. 

    Ele olha o relógio de pulso.

    — Minha querida cunhada, por favor leve a sua irmã com você, eu preciso falar com o Harry.

 ***

Faz quinze minutos que não vejo Tobias e, Leandra esteve comigo aqui por alguns instantes, mas logo, foi embora me deixando sozinha amamentando aos gêmeos. Todos eles fazem um mistério em torno do que esta preste acontecer, que já começo a ficar irritada. Levanto-me, devagar, com os dois ao colo e vou até a janela, verifico uma movimentação estranha pelo jardim.

    O que a imprensa está fazendo aqui?

    Solto um longo suspiro, olho para os meninos bem despertos em meu colo.

NÃO POSSO TE AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora