07: o prelúdio do fim, 2.

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atenção: esse capítulo contém muita violência. se você é sensível a sangue e violência, não leia.

bom, tá aqui a última parte do que antecedeu o dia vermelho. algumas partes estão confusas porque, embora seja narrado em terceira pessoa, tudo é visto partindo da ladybug/marinette. ela é o centro, e em determinado momento o centro não acompanhou os outros acontecimentos, então o resto vai ser explicado mais lá pra frente. pequenos pontos, coisa boba.

essa história é postada com mais regularidade no spirit. decidi postar todos os outros capítulos de uma vez para perfilar as atualizações. boa leitura

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— Ladybug, eu não estou gostando disso. — Queen Bee se apressou em dizer, alarmada. Tudo nela exalava medo, nervosismo.

Ladybug sentiu o estômago torcer de ansiedade e a boca amargar, salivando tanto que indicava o vômito vindo com tanta força que ela precisou trincar os dentes e respirar fundo. O cheiro do esgoto não facilitou sua luta para manter a compostura e colocar todo o seu café da manhã para fora; ela sentia, do fundo da alma, que vomitaria até chorar. Até as lágrimas serem obrigadas a saírem com a força que ela colocaria no ato.

O plano falhou.

A heroína precisou colocar uma das mãos na boca, pressionando até sentir os lábios dormentes; virou-se, constrangida, não querendo que Bee a visse desestabilizada. Quando sua respiração se acalmou — não muito tempo depois — ela endireitou os ombros, virou-se novamente e atendeu a chamada que ecoava sem parar desde o momento em que cortou a comunicação com Rena Rouge.

— Você está bem? — Foi a primeira coisa que Chat gritou do outro lado da linha. A voz entrecortada pelo ar que entrava e saía da boca dele indicava que estava correndo. Ladybug ficou apavorada com a ideia de que ele estava correndo até ela. Logo ela.

O alvo. A primeira a se ferir.

— Estou. Está tudo bem. Vamos seguir com o planejado na medida do possível. — A heroína colocou a palma no ioiô e abafou o som para que Chat não a ouvisse, e com a outra mão pediu para que Queen Bee se aproximasse o suficiente para que não precisasse de mais que um sussurro para se fazer entendida. — Bee, me escute com atenção. É muito provável que Lila esteja nos seguindo. Vou precisar que você despiste ela aqui, pelos esgotos. Preciso chegar até o nosso objetivo. — Ladybug murmurou quase como se soprasse a informação, tendo o cuidado de não mencionar ou dizer ao além do estritamente necessário.

— Não posso deixar você sozinha. — Bee sussurrou com tanta dor, com tanta firmeza, que Ladybug suspirou, exausta demais para despender tempo para convencê-la; mesmo assim, ela precisava.

— Você não vai me deixar sozinha. Vai me encontrar assim que tiver certeza de que é seguro vir atrás de mim. Pode fazer isso? Por mim? Preciso contar com você. — Ladybug sabia que estava sendo baixa, apelando para o emocional de Queen Bee e sua necessidade de se provar confiável e prestativa. Naquele instante, sua única cartada era essa: a falta de coragem de Queen Bee de desobedecê-la. O medo da heroína em desapontá-la era o seu maior aliado.

— Posso. Eu posso fazer.

— Obrigada. — Ladybug afagou o cabelo dela da mesma maneira que fazia com Manon, e Queen Bee sorriu. Chloé, como Marinette bem sabia, ainda tinha um buraco causado pela falta de afeto na infância, e essa ausência de carinho se manifestava, às vezes, naqueles momentos, onde Ladybug olhava para ela e via uma criança crescida. Lhe partia o coração. A heroína tirou a palma do ioiô e ouviu Chat chamando o seu nome desesperadamente. — Siga com o plano, Chat. Estou falando sério. Está tudo bem por aqui. — Ladybug ignorou a voz aflita dele e passou seu recado.

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