Capítulo 4

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Segredos sob as Estrelas

~ Alguém, me ajude, por favor ~

De repente, um estalar de porta abrindo. Ambos desviam seus olhares para ver a origem e encontram um rapaz alto de cabelos loiros os encarando confuso.

Nathan adentra aquela sala, com um pacote em sua mão. Desde o momento em que Yelena não saiu do escritório e mando uma mensagem avisando que cancelaria a carona, ele sabia que ela trabalharia até tarde, então trouxe seus doces favoritos, em específico seu bolo de massa comum com coco recheado de chantilly e morangos frescos, pelo menos era o que ele sabia fazer, a fim de distraí-la um pouco.

Mas percebendo a situação ele delicadamente repousa os doces no chão e avança para cima de William, lhe dando um soco firme em seu rosto, soco que só ocorreu pelo fato surpresa anterior. Foi muito repentino e Yelena finalmente consegue se soltar, aproveitando a distração gerada pela entrada repentina de Nathan, e seu soco. Fugindo para o lado de seu amigo, ela tenta o conter, Nathan estava furioso, nunca tinha o visto daquela forma.

Outro soco choca a cara do homem de meia idade, é possível ouvir os óculos se partirem bem no seu rosto.

— Ser miserável e repugnante — Outro soco com a mão esquerda, não a dominante, mas igualmente forte — Se achando incrível por ser aproveitar da situação? Acha que vai sair ileso? Impune? Que vai ser fácil pra você?

Yelena hesita em conter Nathan ao ver como o seu agressor apanhava, mas seu senso de culpa a faz avançar mais próxima a Nathan, porém as palavras lhe fogem a garganta.

Com mais três socos e Nathan para e encara, enraivecido, o homem que estava com as calças encharcada e com o rosto em puro vermelho rubro. Empurrando-o para longe, ele por fim conclui:

— Nunca mais na sua vida inútil e miserável toque na Yelena. Nunca. Mais — Ele tenta se erguer pra começar de novo ao se lembrar do momento, mas é puxado por Yelena que o afasta de lá.

— Para!! Nathan, para, por favor... — Ela fala com voz chorosa, segurando seu braço com a pouca força que lhe restava após toda a situação, para não bater naquele homem nojento. Inspirando e expirando, a mesma olha para o cretino, apesar de estar melhor que o sangrento chefe, estava em um estado deplorável, completamente apavorada, o que não escapou da percepção do seu salvador. E então Nathan não continuou, apenas tentando tirá-la daquele local.

Se levantando, ele ajuda Yelena a se erguer do chão e lhe dá o apoio que faltava a seus joelhos. Yelena novamente se cala sem saber como reagir e acaba falhando em se manter de pé, ficando de joelhos de novo, sem chão, sem segurança.

Nathan imediatamente se encosta com ela e pergunta com tom manso e carinhoso:

— Ye', para onde você quer ir? Para a sua casa, para a minha? — Ele fazia perguntas simples, com poucas palavras, pegando, hesitante, a mão de Yelena que ainda se apoiava em seu braço, acariciando ela com o dedão de forma lenta e afetuosa. O gesto foi reconfortante ao pensar em como, ainda sendo um afago amigo, ele ainda se importou com o espaço e se ela permitia o toque.

— Vamos pra sua casa — A voz sai quase como um sussurro entrecortado, o que surpreende Yelena — Eu terminei o trabalho aqui... — Ela sorri daquela maneira que só ela sabe, um sorriso tão lindo... mas estava presente nele o terror e desespero que Yelena queria esconder e empurrar dentro de si com todas as forças. Ela já o fez antes, pode fazer mais uma vez.

Durante essa conversa, um som de movimento é despercebido, o homem além da dupla havia se levantando e deu um passo a frente, em direção a eles. Aquele minino gesto foi suficiente para fazer o coração da russa acelerar. Como consequência quase imediata, ela aperta ainda mais o braço de Nathan, ele tinha que ser rápido.

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