Mamacita (ArgentHill)

Único ; Just close your lips, shut your tongue

Quero agradecer pra @Rhaastput1n por ter **betado esse meu surto. Eu amo demais Argenthill, e não sei viver com isso. Por isso, ao revisitar o MV Drama de Mamacita, não consegui deixar de escrever esta pequena fic, que combina exatamente com eles. É um surto? Sim. A gente lida? Claro!

Boa leitura ✨
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Era só mais um dia nas planícies arenosas de Penacony, onde todos tinham sonhos mas nem todos os cumpriam de forma honesta e sincera, e Boothill era um desses sujeitos que causava o caos e desordem nas terras do infame xerife Sunday, destruindo a paz e causando os maiores tumultos, provocando a nata rica da sociedade e incomodando por vezes comuns mortais, como Aventurine, um mero vendedor de melancias, que sempre acabava tendo prejuízo com as fugas de Boothill — já que o malfadado criminoso sempre tinha o condão de se chocar consigo e com a sua banca em todas suas tentativas de escapar às garras de Sunday.

Mesmo que os motivos de Boothill fossem extremamente nobres — afinal ele tinha três bocas além da sua para alimentar — o vilarejo não via com bons olhos seus atos prevaricadores da ordem e da lei, e há semanas que Sunday tinha se tornado a chacota das notícias de Penacony, por não conseguir capturar um singelo ladrãozeco, um meliantezinho de quinta categoria que sempre se escapava por entre os dedos da lei, nunca acabando nos cafundós do xilindró para ver o nascer do sol aos quadrinhos.

Não havia dia que o homem de cabelos prateados e pretos não aprontasse alguma, causando estresse no vilarelho, e deixando os cabelos do xerife em pé, até mesmo do seu assistente, que muitas das vezes parecia mais interessado em consolar — e cortejar — o homem das melancias, que propriamente em capturar o maior causador das dores de cabeça do Oak e de toda a povoação.

Já para Argenti, sua maior dor de cabeça eram todas as damas que se insinuavam para cima de si, quando ele claramente tinha seu interesse traçado noutras paragens, e os boatos que circulavam pelo lugarejo de que ele era hétero eram claramente toda uma lorota espalhada aos quatro ventos.

Afinal, era mais que claro que Argenti teve o coração roubado por aquele cowboy solitário, que sempre passava por si com aquele sorriso matreiro, carregado de várias intenções, nenhuma delas boa, e o ruivo sabia bem disso, principalmente nos encontros fugazes que ambos tinham no beco escuro e sujo entre o salão e a barbearia, bem depois do crepúsculo, a cada um deles provando uma sensação nova, e o toureiro era completamente viciado nele, como se de uma droga se tratasse. Os dentes pontudos sempre à mostra em cada sorriso bobo; os lábios calorosos e ásperos acabando sempre por encontrar os seus, desejosos de mais daquelas carícias em que se afogavam, as sandices a que se incumbiam se perdendo na calada da noite onde ninguém os encontrava.

Ele podia roubar muitas coisas, e tinha levado também seu coração sem qualquer dó nem piedade, e nem mesmo na penumbra ele podia esconder o brilho que os olhos escarlate emanavam à visão daquele homem tão perfeito para si, que o fazia desafiar as incertezas do impossível, já que no fim, o toureiro e o ladrão apenas podiam se encontrar tão secretamente daquela forma, longe dos olhares acusatórios da sociedade, e nem Acheron e Cisne Negro — as donas da barbearia e do salão — ousavam em provocar o jovem ruivo com as descobertas que faziam no caos noturno.

E quando o amanhecer chegava, lá ia Boothill, novamente, ter seus momentos de fama inglória, sob o olhar atento de um certo toureiro, que apenas podia rir, escondido atrás da sua bela capa vermelha, esperando sinceramente que seu amado não fosse pego naquele dia. No entanto, Argenti não conseguiu evitar uma risada quando mais uma das melancias de Aventurine se quebrou, sendo obrigado a vê-lo fazer um drama imenso, atraindo para si a atenção do belo policial de cabelos roxos, que logo se prontificou a consolá-lo.

Era apenas mais um dia comum no vilarejo de Penacony, e Boothill mais uma vez conseguiu irritar Sunday, o deixando entregue ao sentimento de ridículo por mais uma vez ter escapado à prisão, com muita pena do xerife Oak.