E se Teresa não fosse a primeira garota a chegar na Clareira?
Ao acordarem em um lugar completamente desconhecido, Eliza e Thomas não se lembram de nada, exceto pelos seus próprios nomes. Agora, ambos terão que traçar sua nova vida ao mesmo tempo qu...
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Eliza despertou com um sobressalto, o coração batendo acelerado contra o peito.
A luz suave do amanhecer filtrava-se pelas cortinas do quarto, contrastando drasticamente com a escuridão opressiva do pesadelo que acabara de vivenciar. Sua respiração estava ofegante, os lençóis encharcados de suor, e por um momento, ela ficou imóvel, tentando distinguir sonho de realidade.
Mas concluiu que aquilo não seria possível. Aquele sonho agora estava em sua mente, quase como se tivesse se encaixado em um antigo quebra cabeça sem resposta, aquilo não era apenas um pesadelo. A cada segundo passado Eliza conseguia ter mais lucidez e saber que aquilo acontecera em sua vida. Era uma lembrança.
Uma lembrança assustadora.
O tempo parecia estar suspenso, como se cada segundo arrastasse suas garras contra a realidade, deixando um rastro de dor e desespero. Ela levou uma mão trêmula ao rosto, sentindo a umidade das lágrimas que havia derramado. A primeira vez que chorara desde que havia chegado ali. A lembrança do então pesadelo ainda era vivida: os soldados, o medo, a dor de perder Newt.
Newt, aquele Newt.
Como aquilo era possível? Como ela poderia o conhecer? Mas acima de tudo, como de repente sentimentos que ela nunca havia sentido até o dia anterior estavam dentro de si?
Eliza se sentia manipulada, não sabia em que acreditar. Não sabia quem era.
Ela se sentou na cama, abraçando os joelhos e escondendo o rosto nas mãos. Precisava de um tempo para se recompor, para convencer a si mesma de que estava segura e que tudo aquilo não se passara de um sonho.
A porta do quarto foi aberta suavemente, e Thomas apareceu, os cabelos escuros desalinhados e os olhos cheios de preocupação. Ele cruzou o quarto rapidamente e se ajoelhou ao lado dela.
- Eliza? Você está bem? - Perguntou ele, a voz carregada de ansiedade.
A garota levantou a cabeça, encontrando a face de Thomas, o que permitiu que parte do pânico fosse aliviado.
Ela assentiu, os lábios tremendo.
- Foi um pesadelo - Murmurou. A voz rasgando-lhe a garganta. - Ou uma memória. Eu ainda não sei, pareceu tão real.
Thomas segurou sua mão com firmeza, a segurança de seu toque ajudando a acalmá-la.
- Eu estou aqui agora. Estamos juntos e seguros. - O garoto disse enquanto se sentava ao lado dela.
