06 - hospitalidade nota mil

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"Que sou aquela saudade ruim que você quer sentir

Sou a pessoa que odeia, mas quer bem aí"

DEJA VU | Luan Santana ft. Ana Castela

ALGUMAS HORAS ANTES

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ALGUMAS HORAS ANTES

A dor de cabeça foi a primeira coisa que eu senti.

Depois veio o gosto ruim na boca.

E a falta de lembranças.

Inferno.

Abri os olhos por dois segundos e tive que processar muito bem o que estava acontecendo diante da porra dos meus olhos.

Meu braço estava por cima do tronco de outra pessoa, mas não é qualquer pessoa... é o novato da UPAN, o que faz Letras e estava no protesto contra a empresa do papai. Senti o meu coração acelerar ao me afastar rapidamente do corpo dele e despencar da cama pequena em direção chão.

— Merda. — murmuro me levantando e olhando para o corpo dele na cama, não moveu um centímetro se quer.

Será que...? Não! Isso jamais aconteceria, nem comigo chapado — na verdade, é até engraçado considerar que algo tão ridículo possa ter acontecido nesse quarto. Pego no pé desse militante, mas não é algo pessoal, é apenas zoação, uma descontração.

Forço a memória para tentar se lembrar de alguma coisa ou se disse algo antes de chegar nessa cama, mas minha mente é um disco travado em uma única imagem.

Droga, droga... e foi literalmente isso que me trouxe aqui, aposto.

Não deveria ter confiado no novo fornecedor do Guido, foi a maior burrice aceitar o ziplock dele, percebo isso agora, tarde demais. Procuro minhas botinas e as calço rapidamente, acho minha carteira e o celular em cima da escrivaninha e vou para fora do quarto.

Olho a tela do meu computador... 2% de bateria e nenhuma chamada ou mensagem.

Ergo o olhar no corredor quando vejo uma moça mais velha parada na minha frente, ela parece surpresa e eu não tiro o peso disso, afinal, sou um desconhecido no meio da casa dela.

Er... oi, sou Leonardo. — digo. — Amigo do seu filho. — uso amigo porque traz mais confiança na situação.

— O Kauã não disse que traria alguém para dormir aqui. — a surpresa dela some, dando lugar a um ar mais leve, um sorriso malicioso também surge na face. — Mas você não ia fugindo sem comer alguma coisa, né, filho?

Eu...

— O almoço tá quase ficando pronto. — ela continua sorrindo. — Vem comigo encher essa barriga, deve tá morrendo de sede também, né?

Cowboy Like Me (em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora