Depois de longas conversas sobre vários assuntos, Alayah continuava caminhando ao lado do garoto, eles chegaram em uma queda de água que formavam vários riachinhos e lagos pequenos, a água era tão transparente que quase refletia o céu.
Alayah estava deslumbrada com a beleza do local, o som que as águas produziam quase trazia a ela vontade de apenas se deitar e dormir ali mesmo.
A menina ainda estava assustada, mas depois de tudo o que passou, a presença do garoto estranho trazia um certo conforto a ela, pensava que ao menos não estava mais sozinha, teria outra criança com ela para conversar e quem sabe até se divertir.
A fome de Alayah so aumentou, fazendo com que sua barriga fizesse um barulho alto enquanto os dois ainda estavam observando os riachos, o menino escutou e deu uma risada dela.
- Me espera aqui, vou trazer comida pra você! - disse o menino que saiu correndo, ela notou que ele saiu correndo, mas foi tão rápido que seus olhos quase não conseguiam acompanhar, ela viu que ele não havia ido muito longe, ele parou na frente de uma árvore que em seu tronco, onde encostava as raízes no chão, havia um buraco, fazendo o formato de uma toca, e não era tão pequeno.
Alayah não teve tempo de reação, o garoto já estava de volta em sua frente e segurando nas mãos uma pequena bolsa estilo pochete.
- O que tem ai? - No mesmo instante em que ela perguntou ele havia aberto o zíper, revelando o que havia dentro da bolsa, haviam varias frutinhas vermelhas e laranjas, os olhos de Alayah brilharam acompanhando o barulho que sua barriga fez novamente.
As duas crianças sentaram na grama, agora estavam os dois comendo das frutinhas e enchendo suas barrigas, o som dos riachos traziam uma certa sensação reconfortante de piqui-nique para a menina.
Depois de comerem, ficaram se encarando, Alayah estava curiosa ainda sobre o que seriam as quimeras e então perguntou.
- O que é aquilo de quimera, que voce falou? - Alayah já havia olhado bem para as partes animalescas do menino mais cedo e enquanto caminhavam lado a lado, mas ainda não entendia como aquilo era possível.
- Também não sei muita coisa, só o que aqueles adultos falaram e eu escutei - O menino a respondeu e depois complementou - Mas da onde eu fugi, tinham bem mais crianças como eu! - Ele respondeu abrindo um sorriso.
- Então por que fugiu? - Alayah o questionou.
- Eles faziam coisas ruins com a gente.. por sorte consegui fugir mas muitos outros não conseguiram.. - Ele a respondeu e nem notou que uma pequena lagrima solitária havia saído de seu olho.
A menina reparou e enxugou com sua mão, fazendo o menino ficar sem reação.
- Qual o seu nome? - Alayah perguntou depois de ter recuado sua mão pra si.
- De onde eu fugi me chamavam de 106, mas os outros como eu, me apelidaram de Luca, eu não tenho lembranças antes disso..
- O meu nome é Alayah, foi bom te conhecer Luca, eu estava sozinha, mas ai você apareceu! - Ela deu um sorriso de orelha a orelha para ele, e o menino a retribuiu sorrindo também.
- E você? parece que fugiu também.. - Luca ficou com um certo receio por perguntar.
- Você sabe o que é poderes? - Alayah perguntou para ele.
Os olhos de Luca brilharam de entusiasmo e ele a respondeu - Sim! são pessoas que nascem com poderes diferentes e legais!.
Alayah deu um leve sorriso pela resposta dele e o disse - Quase isso, eu não sabia que teria, e também nem queria..
- Por que? poderes são tão legais, seus pais não gostaram? - Perguntou o Luca se apoiando em seus joelhos enquanto ainda estavam sentados na grama.
- Eu nasci diferente, não sei qual meu poder ainda, mas quando meus pais me abraçaram essa coisa matou eles .. - Caiu uma lagrima de cada olha de Alayah, Luca limpou as duas com os dois dedões e disse a ela - Ta tudo bem, agora foi minha vez de limpar seu choro ! - Respondeu ele a ela e abriu um sorriso.
Alayah rapidamente se levantou e deu um pulo para trás.
- Você não ouviu o que eu disse? eles morreram me abraçando, por que você encostou em mim? e se acontecer de novo? - Alayah agora estava assustada, e se acontecesse de novo?
Luca ainda sentado na grama fez um semblante levemente triste - Desculpa.. - foi o que ele falou a ela, já começava a anoitecer e os dois ficaram um tempo de frente um ao outro se encarando, Alayah com medo de acontecer tudo de novo, o encarava cuidadosamente olhando fixamente, para caso viesse a mudar algo, e ele estava meio triste com tudo aquilo, e também se sentiu um pouco besta de te-la tocado, e se ele realmente morresse? era o que estava pensando agora.
- Bom, ainda não aconteceu nada, e está ficando bem escuro, que tal irmos pra toca? - ele perguntou com medo da resposta da menina, já que agora pouco havia sido um pouco grossa na percepção dele.
- É, acho que pode ser - Os dois seguiram para a árvore de onde ele tinha ido pegar a bolsa com frutinhas mais cedo, quando chegaram perto, a menina viu que caberia os dois e ainda sobraria espaço.
Os dois entraram dentro da árvore e esperaram o sono chegar, cada um virado para seu canto, Alayah já começava a se sentir culpada pela resposta dela ao menino, podia ter sido menos chata ou grossa, e o Luca ainda estava meio triste com tudo isso.
O sono foi chegando e Alayah disse uma palavra inaudível, porém esqueceu que mais cedo ele também havia escutado o que ela disse baixinho.
- Desculpa, Luca. - Logo após dizer isso a menina adormeceu, Luca escutou o que ela havia dito e com seu sono também chegando já não estava tão triste depois do que escutou, e também adormeceu, mas com um leve sorriso em seu rosto.
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Mancha Radioativa
FantasiAlayah Lamoth se vê diante a uma catástrofe, tendo que lidar com as perseguições e assasinatos em massa que acontecem no dia a dia daqueles que possuem poderes. Dada as circunstâncias, o mundo pode ser injusto e cruel, ela tem uma escolha important...