Uma garota sem saber como era o mundo lá fora, sem amigos e sem boas memórias. Ayanna Hikari cresceu em um laboratório sendo testada e acabou criando quatro individualidades em seu corpo. Depois de anos, Ayanna foi salva por Mirko, que era como uma...
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Minha perna tremia por debaixo da mesa, eu estava nervosa. Aizawa me encarava antes de dizer qualquer coisa, ele tinha um olhar cansado e fixo em mim, isso me fazia pensar sobre o que eu fiz. Eu fiz merda?
— Ayanna, — ele me chamou, me fazendo o olhar de imediato. — Mirko é sua tutora legal, certo? — acenei positivamente com a cabeça. — na sua ficha diz que você perdeu os pais quando nova e foi para um orfanato por dez anos.
Porra! Mirko tinha me dito que ela havia contado a verdade para eles. Ela mentiu 'pra mim!
— Sim, professor. — respondi, tentando não deixar minhas emoções transparecerem. — Por que essas perguntas?
— Nada. — ele estava mentindo, com certeza. — Bom, por ordem superiores, você terá aulas particulares comigo. Como você chegou no meio do ano, você vai ter aulas praticas comigo para "repor" esse tempo perdido.
— Ah, entendo. — minhas pernas continuavam a tremer por baixo da mesa.
— Quero que venha comigo. — ele se levantou, e logo eu fiz o mesmo. — Treinaremos amanhã de manhã as sete.
Acenei com a cabeça, logo seguindo ele até um lugar um pouco distante dali, entrando em uma outra sala. Tinha uma garotinha, olhos vermelhos e cabelos claros e... um chifrezinho? Logo ao lado dela tinha outra garota, ela parecia ser mais velha que eu. Terceiro ano talvez? Ela tem a pele pálida, grandes olhos azuis e cabelos azuis-claros extremamente longos que chegam até as pernas e aparentemente se enrolam na área da cintura. Ela era muito bonita.
— Ah, olá, professor! — ela disse. — Você deve ser a aluna nova da turma 1-A, né? Eu sou a Nejire Hado! — Ela se aproxima, me olhando com um sorriso.
— Meu nome é Ayanna Hikari. — sorri de volta.
— Como a Eri está hoje? — o professor disse, provavelmente se referindo a menininha ali.
— Ela está bem. Brincamos um pouco e ela quis ficar no cantinho escrevendo algo agora.
O professor se aproximou dela, conversando algo que eu não conseguia escutar daqui. Olhei para Hado, que me olhou de volta percebendo a curiosidade em meus olhos.
— Resgatamos ela a algum tempo. — ela disse. — O oito preceitos usavam ela como uma cobaia. Professor Aizawa fica com ela caso ela perca o controle da individualidade, já que ela não consegue controlar muito bem.
Aquelas palavras foram como facas. Senti meu estômago se revirar por dentro, imaginando como ela deve ter sofrido nas mãos daqueles filhas da puta. Doía mais porque eu sabia exatamente o que ela sentia.
