Capítulo 1

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31 de Dezembro de 2016.

Jeon Jungkook

Falta umas 12 horas pro ano novo, e eu tô muito ansioso pra ir pra praia de Copacabana só pra ver os fogos, mesmo que eu veja em todos os quase 20 anos que tô vivo. Sempre acontece uma coisa nova lá, e como um bom carioca, eu não podia perder né?

Aqui em casa tá toda a minha família, minha mãe, meu irmão e a esposa dele, meus tios, os meus primos - que eu não gosto tanto porque tudo mexe nas minhas coisas do Flamengo - minhas primas - outras que eu não gosto, tudo dão em cima de mim. - e meus avôs.

"Ué, Jotaka, é o seu pai?"

Ah, pô, meu pai tá sinistro.

Desde que o meu pai, teve que ir embora pra servir o exército lá no país natal dele, a Coreia do Sul, a dona Amanda, minha mãe, se virou sozinha pra cuidar de mim e do meu irmão.

Graças a ela eu posso ir todo ano ver os fogos na praia, mas isso aí não significa que eu sou riquinho não, eu moro no morro, ou melhor, eu moro no Morro do Cantagalo.

Eu sempre morei em favela, eu nasci e cresci na rocinha, e meu pai era o maior flamenguista coreano de lá, todo mundo conhecia ele, mas quando eu tinha uns 6 anos, ele teve que ir servir, foi obrigado a deixar toda a família dele aqui e ir, meu pai foi e ficou, ele não saiu de lá até hoje. Ele deve ser um dos mais alto escalão de lá, mas eu ainda sinto um pouco de falta dele, e pelo visto, a minha mãe também.

Só que a parada foi a seguinte, os pessoal da boca ficaram fuzilados com o meu pai por ele ter ido servir um lugar que era inimigo, então, como eles não podiam pegar o meu pai, eles foram logo na gente. Só sei que a minha mãe não deu nem papo, ela pegou tudo que podia, eu e meu irmão, e meteu o pé pra cá. Então ela passou um tempo morando com a minha vó até se reerguer, depois comprou uma casa aqui no morro, e eu moro nela até hoje.

Independente de tudo, a minha mãe sempre quis e quer o melhor pra mim, agora que meu irmão foi embora, ela faz de tudo por mim, e o que eu faço em troca pra recompensar ela, não chega nem perto.

Em falar nisso, eu vou lá perguntar se eu já posso ir pra praia, tô quase dando mortal de tanto ter que esperar.

— Ô MÃE! POSSO DESCER JÁ?! — Grito ela, já que ela tava falando com os meus tios. Então eu já aproveito pra ver se eu tô no pique pra sair.

Tô com um tênis da adidas branquinho que eu dei a vida pra limpar, uma camisa social meio aberta, bermuda branca também e uma correntinha do Flamengo. O cabelo tá suave, não tá grande, mas também não tá na régua, tá um meio termo... tá bonito, tá ligado? É assim que tá.

— LEVA O HENRIQUE! ELE TA PERTUBANDO AQUI, DÁ UMA PASSADINHA COM ELE! — Ela fala e o meu sangue ferve na hora. Esse moleque me odeia mais que tudo nessa terra, e eu odeio ele igual.

— AAAA, MANHÉ! QUAL FOI!? — Passo o meu malbec cheio de ódio, quase que quebrei o bagulho de espirrar de tão bolado que eu tava.

Na Beira do Mar, O Começo. - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora