Capítulo 20 - "Garota rebelde"

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As segundas-feiras passaram a ser dolorosas, chegar na escola e encontrar o lugar de Andrea vazio causou certa inquietação em s/n, a mesma sempre se lembrando de que mais um pouco e a garota estaria morta, então não era motivo de ficar com bobagens, apenas engula o choro e continue.

Lidar com o Batman e os vigilantes estava sendo mais difícil do que pensou, s/n tinha uma visão diferente sobre os criminosos de Gotham, para a garota, todos eram sujos e não mereciam perdão.

─ Você tá aqui não é. - a voz de Damian ecoa pelo telhado.

A tarde de uma quinta-feira bastante ensolarado e lá estava a garota, deitada no telhado da mansão vendo o céu escurecer deixando seus pensamos a levar para longe.

─ Não vai jantar? - perguntou desviando o olhar pronto para sentar ao lado de s/n.

─ Não tô afim. - respondeu neutra.

─ Por que você não tenta se abrir mais? - s/n o encarou sem entender. ─ Pra família, eles estão sempre tentando te entender e você apenas se isola. - completou como se desse uma bronca.

─ É fácil para você falar, não é Damian? Não precisou se reestabelecer diversas vezes porquê a vida parece querer sempre te pregar uma peça. - jogou sem importar, tão fria quanto um cadáver, tão amarga quanto um jiló.

─ Você não sabe nada sobre mim! - rebateu e aquela conversa que começou tranquila virou uma pequena discussão.

─ Ué, por que você não tenta se abrir mais? - disse em escárnio.

Damian a encarou desacreditado, desejou a esfaquear por um instante.

─ Eu também tive que me adaptar aqui. - engolindo a raiva, o garoto de olhos de esmeralda comentou olhando para o horizonte. ─ Cresci com a minha mãe na Liga dos Assassinos, fui criado para matar e assumir o lugar do meu avô na Liga. - Damian engoliu em seco, repensando se deveria soltar seu passado para s/n. ─ E então meu pai descobriu sobre mim. - a garota o olhou confusa e Damian explicou. ─ Digamos que minha mãe  me fez com meu pai sem que ele soubesse.

─ Faz sentido você ser. - comentou, Damian a olhou como quem queria pular em seu pescoço antes de continuar.

─ Para mim o errado deveria morrer, sem perdão ou qualquer chance.

─ E deveria ser assim. - s/n sussurrou.

─ Não, o mal deve ser julgado s/n, para assim pagar por seus crimes de forma junta. - Damian a cortou. ─ De acordo com o meu pai, é claro...

─ Bruce é um homem bom, mesmo que eu discorde de certas coisas. - admitiu. ─ Se não fosse por ele, talvez eu estivesse em um orfanato e isso seria horrível. ─ E até que você não é um mauricinho nojento.

─ É, já você é uma insuportável. - comentou.

─ Se eu te jogar daqui de cima posso contar que você escorregou e todos acreditariam. - ameaçou.

─ Mas você teria que ser mais rápida que eu. - Damian provocou.

Difícil de explicar como tamanha implicância resultou numa boa amizade, mesmo não querendo admitir, ambos gostavam um do outro. Bruce de início ficou preocupado por muitas vezes os pegar treinando "até a morte'' na Batcaverna, e sempre acabava num empate, com ambos exaustos no chão.

─ Beleza, aqui tem o molho três pimentas. Quem beber o leite primeiro perde! - mais um lanche após a escola e lá estavam eles, num restaurante mexicano de esquina que s/n conhecia provando comidas picantes.

Damian aceitou o desafio mesmo sabendo que s/n ganharia dessa vez, de todas as suas competições, a que nunca dava empate com s/n vencendo é as que envolve comida picantes ou unicamente pimenta.

Rebel Girl - Imagine Damian Wayne Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora