Esmeralda olhou com desdém para Morgana e se deitou, cobrindo-se com o cobertor, dizendo:
— Sabes de uma coisa? Não farei mais massagens nas costas de ninguém, nem em ti, velha.
Morgana, indignada, segurou os braços de Esmeralda e disse:
— Velha? A tua mãe, talvez! Tenho apenas 35 anos, enquanto tu tens meros 23. Então, guarda tua língua ao falar de mim e atreve-te a chamar-me de velha novamente.
Esmeralda, ainda surpresa por Morgana não ter gostado de ser chamada de velha, olhou para ela com um olhar travesso. Aproximando-se dos cabelos de Morgana e mexendo neles, disse:
— Não gostaste da verdade, querida? E esses fios de cabelos brancos aqui? Não achas que já é tempo de ter alguém ao teu lado? Não, tu, uma velhota vivendo todos esses anos nesta casa no meio do nada, não te sentias sozinha antes?
Morgana, ainda indignada, deu um leve tapa na mão de Esmeralda, afastando-a de seu cabelo, e respondeu:
— Eu vivia muito bem aqui antes de vocês chegarem, especialmente você, Esmeralda. Quando vais começar a trabalhar naquele ofício onde usas teu corpo e...
Esmeralda tampou a boca de Morgana antes que ela terminasse a frase e disse:
— Sabe, meu trabalho não é da tua conta. E, aliás, perguntei se não te sentes sozinha, sem nenhum amor ou companheiro em tua vida. Um homem, talvez, mas parece que nunca te interessaste por nenhum.
Esmeralda, ainda surpresa por Morgana não ter gostado de ser chamada de velha, olhou para ela com um olhar travesso. Aproximando-se dos cabelos de Morgana e mexendo neles, disse:
— Não gostaste da verdade, querida? E esses fios de cabelos brancos aqui? Não achas que já é tempo de ter alguém ao teu lado? Não, tu, uma velhota vivendo todos esses anos nesta casa no meio do nada, não te sentias sozinha antes?
Morgana, ainda indignada, deu um leve tapa na mão de Esmeralda, afastando-a de seu cabelo, e respondeu:
— Eu vivia muito bem aqui antes de vocês chegarem, especialmente você, Esmeralda. Quando vais começar a trabalhar naquele ofício onde usas teu corpo e...
Esmeralda tampou a boca de Morgana antes que ela terminasse a frase e disse:
— Sabe, meu trabalho não é da tua conta. E, aliás, perguntei se não te sentes sozinha, sem nenhum amor ou companheiro em tua vida. Um homem, talvez, mas parece que nunca te interessaste por nenhum.
Morgana olhou para o vazio, dizendo com uma voz séria enquanto seu olhar permanecia sereno e calmo:
— Não necessito de um homem ao meu lado apenas para me fazer companhia. Conquistei minha casa com esforço e suor. Tenho rebanhos e colho frutos que eu mesma plantei. Que utilidade teria um homem em minha vida? Nenhuma.
Esmeralda olhou para ela com um toque de deboche, sorrindo falsamente e com um tom de voz sarcástico:
— Oh, quão admirável é tua independência! Mas bem sabes o que ocorre nesta vila com mulheres como nós. Somos tidas como estranhas e acusadas de bruxarias!
Morgana sabia que o que Esmeralda dizia era verdade. Viver naquela época, especialmente na Idade Média, não era fácil. Morgana tinha muita sorte com tudo o que possuía, como os rebanhos e os frutos em seu quintal. A água corrente do pequeno riacho que Clarice descobriu era uma bênção. Morgana olhou para Esmeralda, seu olhar misturando tristeza e calma, e disse:
— Esmeralda, não vou fingir que o que disseste não é verdade, mas eu não sei... Nunca me senti atraída por um homem antes, e nenhum homem jamais se sentiu atraído por mim. Não sou como tu, que tens todos os homens que desejas aos teus pés com um simples olhar ou um beijo qualquer.
Esmeralda olhou para Morgana, surpresa por ela ter dito que Esmeralda sempre conseguia ter qualquer homem a seus pés. Mas Esmeralda apenas tocou nas mãos de Morgana e perguntou, curiosa por saber como Morgana nunca sentira atração por nenhum homem:
— Como assim, nenhum homem? Nunca tiveste sequer uma atração por algum garoto na infância?
Morgana, confusa, concordou com a cabeça, mantendo seu olhar sério e calmo. Em seguida, disse:
— Não sei. Vamos encerrar esta conversa aqui; estou com sono.
Morgana então virou-se para o outro lado, deitando-se de costas para Esmeralda, tentando encerrar a conversa que se tornara desconfortável. O silêncio preencheu o quarto, interrompido apenas pelo som suave da respiração das outras mulheres. Esmeralda permaneceu sentada na cama por um momento, pensativa e perplexa. A conversa com Morgana deixara-a com mais perguntas do que respostas. Por que Morgana nunca sentira atração por homens? Esmeralda não conseguia entender essa ausência de desejo, algo tão diferente de sua própria experiência.
Após alguns minutos, Esmeralda finalmente se deitou, virando-se para o lado oposto de Morgana. Mesmo deitada, sua mente continuava a fervilhar de pensamentos. A curiosidade a corroía, e ela se perguntava se havia algo mais profundo por trás das palavras de Morgana. Eventualmente, o cansaço venceu, e tanto Esmeralda quanto Morgana acabaram adormecendo.
Naquela noite, o frio era intenso, e o vento assobiava pelas frestas das janelas do quarto. Em outra cama, Seraphina se mexia inquieta durante o sono, até que, sem perceber, fez o cobertor cair no chão. O ar gelado rapidamente envolveu tanto ela quanto Clarice, que dormia ao seu lado. As duas, agora expostas ao frio, começaram a tremer. Seraphina, ainda meio adormecida, instintivamente se aproximou de Clarice, buscando calor. Clarice, sentindo o frio crescente, abraçou Seraphina de volta.
As duas se abraçaram, tentando aquecer uma à outra enquanto o frio da noite apertava. O calor de seus corpos proporcionou algum alívio, e aos poucos, ambas foram se acomodando, encontrando um pouco de conforto na proximidade. Apesar das circunstâncias, o abraço trouxe uma sensação de segurança em meio à noite fria, permitindo que ambas voltassem a dormir, agora mais próximas do que antes.
A manhã chegou, e lá estavam Willian e Marryson de pé, ajudando Morgana e Esmeralda, enquanto Clarice e Seraphina dormiam abraçadas uma na outra. O sol da manhã entrou pela janela e bateu no rosto de Seraphina, que bocejou. Ainda sonolenta, ela abriu os olhos lentamente, vendo Clarice abraçada a ela. Seraphina sorriu de lado e oltou a dormir.
Esmeralda, com uma cesta bonita cheia de maçãs, colocou-a sobre a mesa de madeira da cozinha.
Enquanto trabalhava, ouvia os suspiros de Seraphina e Clarice. Decidida a provocá-las, Esmeralda abriu a porta com força, na esperança de acordá-las, mas nenhuma das duas se mexeu. Vendo o cobertor no chão, Esmeralda revirou os olhos, pegou um travesseiro e jogou-o no rosto de Serphina com força.
Seraphina acordou com um sobressalto e raiva, dizendo:
— Por que diabos este travesseiro caiu no meu rosto? Esmeralda, sua...
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⌊ 𝕽𝐄𝐍𝐀𝐂𝐈𝐃𝐀𝐒 ⌋
أدب تاريخيNeste intrigante relato histórico, quatro mulheres destemidas da Idade Média buscam independência em um mundo dominado por normas opressoras. Longe de desejarem o caminho tradicional de casamento e submissão, elas desafiam as expectativas, enfrentan...