ROTINA

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Titto

— Beleza. Então, irei deixar a minha parte do trabalho de física para você hoje porque realmente não vou conseguir fazê-lo, estarei ocupado no trabalho — disse Johnny, mexendo em sua mochila retirando de lá um caderno.

— Você está realmente achando que irei fazer a sua parte do trabalho? — olhei para ele sem acreditar naquilo como se estivesse escrito bem no meio da minha cara: “mas nem ferrando”

— Ah, por favor, cara! É só dessa vez, lhe pago depois.

— Você nem trabalha Johnny! — exclamei desacreditado, o que pareceu a ser engraçado para Gabriel, outro colega meu que está junto com a gente escutando toda a conversa, começou a rir histérico.

Nessa mesma hora, vejo pelo canto dos olhos uma menina passar despercebida acompanhada por mais duas garotas na porta da minha sala. Elas estavam rindo de algo também e por algum motivo, queria saber tanto a causa de suas risadas, principalmente daquela menina de cabelo vermelho, porém ignorei isso e voltei a minha atenção para os idiotas que chamo de colegas. Gabriel aos poucos parava de rir da cara de Johnny que nos olhava sem graça. Ele fez um gesto com a cabeça e logo se sentou em sua carteira deixando o caderno em cima da mesa.

— É porque o trabalho dele está noite não será bem um trabalho, não é Johnny? — perguntou Gabriel com zombaria e malícia na voz.

— Eu sabia que tinha coisa nisso — estreitei meus olhos para o loiro a minha frente que apenas tentava desviar de mim totalmente constrangido.

— Angélica me chamou para sair essa noite, oras! Vamos comemorar nossos cinco meses juntos — explicou-se cruzando os braços — por isso que estou te pedindo para fazer somente essa a minha parte. Quero ter mais tempo com a minha mina, pô.

— Olha como ele é romântico — zombou Gabi, mas apenas ignoramos.

— Por favor, cara! — implorou Johnny juntando as mãos na minha frente. Eu apenas revirei os olhos — somente dessa vez.

Fiquei parado por um minuto apenas o fitando pensando se realmente iria ajudá-lo. Já não bastava ter que fazer a minha parte e ainda tenho que fazer o dele? Sinceramente, só de imaginar passando a noite escrevendo pesquisas na internet em dobro me bate uma preguiça, porém é meu mano que está pedindo isso e por um bom motivo, eu acho. Logo o sinal tocou indicando que começará a próxima aula e os alunos que estavam do lado de fora começaram a entrar junto com o professor de filosofia. Gabriel que estava sentado em cima da carteira, rapidamente foi até o seu lugar. Como eu já estava no meu lugar de sempre, apenas me acomodei e comecei a abrir o meu caderno escutando as lamúrias de um certo loiro insistindo para ajudá-lo em sussurros. O ignorei.

Por um momento, passei a olhar para o lado de fora da sala, especificamente para o pátio, e pude ver a mesma menina que passou de frente a minha sala minutos atrás juntamente com suas duas amigas, antes do professor fechar a porta e me impedir de continuar observando-a.

— Ei, Johnny — chamei meu mano atrás de mim — eu te ajudo se me ajudar em algo também.

— Claro! — exclamou alto demais, o que acabou atraindo a atenção do professor que nos olhou feio — quero dizer… o que seria?

°

Assim que as aulas acabaram, dando o horário do intervalo, lá estava eu junto com os meus dois amigos de classe sentados em um dos bancos no meio do pátio. A merenda de hoje foi purê de batata com arroz e um suco com um gosto meio… estranho. Não sei bem dizer qual foi a mistura que as tias da cantina fizeram no suco, então irei chamá-lo de diferenciado.

Garota dos Meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora