Fake Love - Triologia 1°

Capítulo 52

Mahelí narrando

Já se passaram três dias que as dores começaram, mas ainda estão bem fracas.
Avisei para Celine e Bryan que em breve ela ganharia netos e ele sobrinhos.
Avisei também a Lucero, ela é só choro de alegria.

Deitei para dormir e acordei toda molhada, certamente a bolsa estourou. Levantei sem acordar Alix e fui tomar banho, ele nem tem trabalhado na rua por esses dias, tem medo de eu passar mal sozinha.
A água quente fizeram as dores aumentarem, vesti um vestido e peguei as bolsas que já estavam arrumadas.

- Amor. - Balancei um pouco Alix.

- O que houve? - Ele acordou em um pulo. - A bolsa estourou? - Ele só sabia perguntar isso. Sorri
Ele olhou para a cama molhada.

- Sim, fica calmo. - Eu não consegui prender o riso.

- Está na hora? O que eu faço? - Vê -lo sem conseguir controlar a situação é engraçado. O controlador sem conseguir controlar algo.

- Fique calmo, ok? - Sorri para ele. - Você é tão lindo, sou louca por você.

- Eu estou nervoso e ansioso. - Ele passou a mão no rosto. - Você ainda consegue sorrir? Estou apavorado, eu não sei fazer parto.

- Eu sei, não se preocupe. Vou te auxiliar. - Assustei ele.

- Pode parando! Não vou ter estrutura para isso. - Gargalhei vendo seu desespero.

- Vá se arrumar, não estou com dores. Se não aumentarem, certamente vai ser cesárea.

- Está bem. Você tem que ficar em jejum, né?

- Sim. Vou sentar para te esperar. - Ele não sabia se pegava suas roupas ou se entrava no banheiro.

- Fica calmo, amor. Quer que eu pegue suas roupas?

- Quero, estou desorientado. - Ele coçou a cabeça.

- Vem aqui. - Ele andou até mim. - Me beija?

- Eu estou nervoso, amor.  - Seus olhos estavam molhados. Ele sorriu. - Não quero que sinta dores, sofro só de pensar.

- Me beija. - Ele enfiou a mão em minha nuca e me puxou, tomando meus lábios. - Fica calmo, você vai ter que dirigir. Eu não estou com dor, ok? Agora toma seu banho que eu levo a roupa para você. - Falei com a testa colada na dele.

- Eu te amo. Obrigado por me tranquilizar. Estão vendo como o papai é sem jeito para certas coisas? - Ele abaixou para falar com os bebês. - Já, já vamos conhecer vocês.

Ele entrou no banheiro e eu peguei a roupa, levei e deixei pendurada dentro do banheiro.
Alix estava bem mais calmo.

Ele colocou as coisas no carro e foi acordar Igor. Fomos para o hospital que ficava há poucos minutos da nossa casa.
Me internaram e começaram a monitorar os bebês.
Igor ficou deitado na poltrona e Alix foi pegar café da manhã para eles.
Fazia três horas que eu estava em trabalho de parto mas não evoluia.
Optamos pela cesárea, pelo jeito não teria passagem.

Me prepararam e em meia hora nossos bebês estavam nos braços de Alix.
Ele parecia que ia ter um treco. Não sabia se chorava ou se sorria. A emoção de ver um filho é inexplicável.
Tiramos aquela foto clichê, papai, mamãe e bebês.

- Como você está se sentindo, meu amor? - Perguntei para ele.

- Mahelí, eu não sei explicar. - Ele chorava olhando os bebês. - Obrigado por isso. - Eles levaram os bebês para a encubadora e Igor se aproximou de mim. - Se eu já te amava, você pode ter certeza que te amo ainda mais agora.

- Te amo, Alix. - Ele deu um beijo em minha testa.

- Agora que vou ser super protetor de verdade. Eu não vou conseguir deixar vocês sozinhos, vou ter muito medo de acontecer algo com vocês. - Uma lágrima escorreu em seu rosto. - Estou com medo. Me sinto impotente. - Ele franziu a sobrancelha.

- Você vai nos proteger, ficaremos bem. Não fique preocupado.

Alix saiu da sala e foi ver Igor, que estava ansioso do lado de fora.
Em algumas horas, estávamos todos juntos. Igor babava os irmãos de um lado e Alix babava do outro.

- Mamãe, do que a senhora está precisando? - Esse menino é um amor, tão cuidadoso.

- Mamãe está bem, meu amor. Só estou precisando de um abraço do meu filho mais velho. - Ele se aproximou mais e me abraçou. - Te amo, meu lindo filho.

- Te amo, mamãe. - Passei a mão em seu rosto.

- Você está feliz? - Perguntei.

- Sim. Meu sonho foi realizado, sempre quis ter irmãos. Prometo que vou cuidar deles. - Igor estava radiante.

- Amo vocês. - Falei.

- E nós amamos você. - Alix respondeu.

Avisamos para Celine e para Bryan, fizemos chamada de vídeos.
Avisei para Lucero também, mandei fotos dos bebês escondido de Alix.
Ela mandou um áudio chorando e agradecendo por ter avisado.

Passei três dias no hospital e logo fomos para casa.
Alix é um pai tão perfeito, ele passa a noite me ajudando cuidar dos bebês.
Meu leite não tem sustentado esses dois comilões, tive que recorrer à fórmula. Alix faz as mamadeiras e dá para eles, enquanto eu durmo um pouco.

Me sinto mega exausta, mas estou tão feliz. Ter filhos não é fácil, ainda bem que tenho Alix e Igor me ajudando.
Cansada, porém feliz.

Amanhã chega Celine e Bryan, só vão poder ficar dois dias.
Lucero tem acompanhado de longe, tem medo de vir aqui e Remo segui-la. Tem medo de Alix desconfiar de algo também.

- Amor, vem deitar aqui do meu lado. - Ele estava observando os bebês nos berços. Optamos por colocar os berços em nosso quarto, Alix ainda não conseguiu relaxar, depois do sequestro. Ele toda hora levanta para monitorar as câmeras, quando não fica observando os bebês.

- Eu poderia ficar olhando para eles a noite toda e o dia todo. Como são perfeitos...

- Sei bem como é, parece dois anjinhos. Eu já ficava assim com Igor, ficava imaginando como ele poderia parecer tanto com De La Cruz. Não me acostumo.

- Somos uma família abençoada, não somos? - Ele me puxou para deitar em seu peitoral.

- Com certeza somos. Obrigada por ser esse pai excelente. Você é o melhor marido e o melhor pai do mundo. Obrigada por ajudar a sua esposa que tanto te ama.

- Tudo isso devo a você. - Ele deu um beijo na minha testa. - Vejo o tanto que se dedica e se sacrifica por nós. Sou tão grato por ter te escolhido, mas sou mais grato ainda porque você me esperou. Você me conquistou por seu jeito ímpar, você é diferente de todas. Eu gosto de coisas raras, já te falei. - Ele sorriu. - Te amo, Mahelí.

- Te amo, Alix.

- Eu fico pensando, como pode uma mãe abandonar um filho? - Com certeza ele estava falando da mãe. Vou tentar aproveitar o momento.