Estava determinado a não olhar pra cara de sonsa da Uraraka hoje.
Mas essa determinação mal durou dois segundos quando a vi me estendendo um pacote com dois x-bacon duplo com batata frita e refil do BK.
Aí não dá, né?
A cobra foi mais rápida em dar o bote do que eu pensei.
E, de fato, ela não mentiu quando disse que estaria mancando hoje, essa safada!
- Bom saber que pelo menos a noite de um de nós foi boa. – Comentei de boca cheia, afogando meu ódio naquele molho.
Ela me olhou com um pouco de nojo, provavelmente porque eu estava com a cara toda suja, mas caguei, espero que esta cena seja a mais desagradável que ela já presenciou em toda sua vida, para que ela nunca esqueça do quanto eu a odeio nesse momento.
Sou desses.
- Deku, qual é, não pode ter sido tão ruim assim...
Gargalhei, algumas migalhas de pão voando da minha boca. Ela fez uma careta de desgosto que teria sido hilária se eu não estivesse puto.
Me senti a própria Tiffany Wilson querendo traumatizar o Latrell Spencer em As Branquelas – melhor filme do mundo, quem discorda é corno.
- Não tenho como saber se foi bom ou ruim, pois nem consciente eu estava para isso! – Exclamei, puto da vida. Ela revirou os olhos e eu me indignei com tal abuso. Quem ela acha que é?! – Não revire esses olhos para mim, Ochako Uraraka! – Apontei o dedo indicador para sua cara, mas ela só me ignorou.
Por que ninguém me leva a sério?
- Você não se lembra de nada mesmo?
Bufei, olhando ao redor e observando os alunos que circulavam pelo pátio.
- Eu tenho uns flashs só, mais nada. – Murmurei e limpei meu rosto com o guardanapo, suspirando. Minha cabeça doía de tanto que eu me forçava a tentar lembrar da noite de ontem, mas o máximo que eu conseguia era ficar mais confuso e com raiva. Que fracasso. – Ele disse que eu dormi assim que cheguei na casa dele, mas eu sei que é mentira. Quando eu acordei, tava usando só uma camisa dele. Se eu fui dormir na hora que chegamos, como ele disse, eu deveria estar com as roupas do Kohaku ainda, né? E o Katsuki nunca que me trocaria só para que eu fosse dormir mais confortável, ele não é desse tipo.
- Hm, realmente. – A Ochako concordou. – Você acha que vocês...
- Se transamos? – Completei ao notar sua relutância ao completar a frase. Ela assentiu devagar com a cabeça. Desviei o olhar. – Admito que essa ideia passou pela minha cabeça. O Katsuki pode ser tudo de ruim, mas ele nunca faria isso comigo.
Ela pareceu aliviada com minha resposta.
- Ele te contou sobre ter pagado sua conta?
- Não, acredita? – Virei para ela com meus olhos arregalados. Esse era outro "detalhe" que tava me fazendo quase quebrar a cabeça contra a parede desde quando eu li aquelas mensagens da Uraraka mais cedo. – Isso é outra coisa que tá me deixando maluco. Por que ele não jogou isso na minha cara? Não é nada do estilo dele fazer um negócio desses... ele basicamente se prejudicou por minha causa e, pior ainda, ficou quieto? Não me cobrou por isso? – As peças não se encaixavam na minha cabeça, e eu só me sentia cada vez mais frustrado. Estalei a língua no céu da boca. - Não faz o menor sentido. Tem certeza que o garçom não tava falando de outro loiro puto que quer bater em todo mundo? – Repeti as mesmas palavras que Uraraka disse que o cara usou para descrevê-lo.
Ela me encarou com um olhar de tédio.
- Tá, tá! Eu sei, é claro que foi o Katsuki, mas... – Fiz um biquinho. De fato, não existe outro loiro puto que quer bater em todo mundo. – Porra, que ódio. Eu nunca consigo entendê-lo. Quando eu acho que tô chegando perto, ele vem e me dá uma rasteira.
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Motivos para ser solteiro
FanfictionNossa, por onde eu começo? Bem, encontrei meu ex-namorado ridículo no corredor do supermercado e, desde então, minha vida virou um inferno. Nosso término foi uma grande catástrofe que até hoje não entendo. E, como se ver a cara idiota dele já não fo...