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13 - So High

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Audiências de divórcio sempre eram um tanto dramáticas e se uma das partes fosse como Utsushimi Camie podia ter certeza que seriam ainda piores. Nighteye já vira outros como ela, que se faziam de bons samaritanos apenas para manipular os juízes e conseguirem o que quiserem de seus cônjuges.

Entretanto, ele já era juiz há um tempo e foi com ele que passou a reconhecer o verdadeiro caráter das pessoas e aquela mulher, embora não tenha feito outra coisa a não ser chorar desde que havia chegado,  não possuía um pingo de tristeza em seu âmago. Mas era direito dela ser ouvida, assim como ele ouviria seu marido.

— Muito bem, estou aqui com as petições iniciais. Doutor Monoma, sua cliente está exigindo metade das ações da empresa conhecida como Flame Corporation do senhor Todoroki, correto?

— Correto, meritíssimo. – concordou.

— Com base em quê?

— Com base que o senhor Todoroki foi casado com minha cliente por mais de cinco anos e o matrimônio de ambos ocorreu com comunhão de bens. – explicou sucinto e o maxilar de Todoroki saltou ao olhá-lo.

Monoma Neito também havia estudado com Todoroki e cursado a mesma faculdade que ele, também havia sido seu companheiro de equipe quando Shouto era capitão do time de basquete. Quando aqueles boatos de que Camie estava o traindo começaram a circular, Neito foi um dos acusados de estar transando com a namorada de seu capitão que na época não acreditou.

Atualmente, ele não tem certeza de que o advogado realmente não dormiu com sua ex.

— Meritíssimo devo lembrá-lo de que a comunhão cobre apenas o dinheiro que eles ganharam em conjunto. Ou seja com as aparições públicas e trabalhos de merchant que fizeram como um casal. – Ochako rebateu com superioridade, sua blusa social vinho escuro brilhando sob as leds da sala, olhando para seu antigo colega do curso de advocacia. Nunca havia conseguido gostar de Monoma. — Os bens que herdou de seu falecido pai não estão inclusos nas cláusulas da comunhão.

— Estou ciente, doutora. Sei fazer meu trabalho. – Uraraka concordou, vendo-o ajeitar os óculos com as pontas dos dedos. — Seu cliente oferece algum acordo? – a morena olhou para Todoroki que apenas fez sinal para que ela prosseguisse.

— Levando em conta todos os sentimentos que nutria pela senhorita Utsushimi, meu cliente está disposto a pagar uma quantia significativa de noventa mim a ela, contanto que ela desista da empresa  e claro, assine o divórcio.

O choro mudo e propositalmente discreto de Camie parecia ter evaporado, pois em instantes ele simplesmente desapareceu.

— Noventa mil?! – com o rosto franzido em puro ódio, a loira se pronunciou. — Você sabe que alguém como eu jamais vai conseguir se manter apenas com isso?

Correto, ele sabia disso. Noventa mil foi a quantidade que Camie havia gasto em apenas um dos milhares pares de sapatos que possuía.

— Depois de tudo o que você fez noventa mil ainda é mais do que você merece! – Shouto já estava quase ultrapassando seu limite de estresse e por isso, infelizmente ele também acabou perdendo a cabeça. — Você me traiu na nossa cama! Na nossa casa! É o cúmulo que você ache que eu tenho obrigação que te dar mais que isso!

— Traição?! – riu com raiva. — Por favor, quem é você pra falar de traição quando você se enroscava com prostitutas baratas enquanto eu estava na américa?.

Por um minuto inteiro, Shouto se esqueceu como se respirava e seus olhos se arregalaram em um misto de surpresa e susto. Como ela havia ficado sabendo disso? Se perguntava mentalmente.