O amor não se esconde

Festa na Malu

João na sua conta do twitter

Pedro na rant

João na rant

Festa na Malu
Pov Pedro

Estou na festa já faz um tempo, João e seus amigos já chegaram e estão todos dançando, menos ele, não que eu esteja reparando.... Ele está tão lindo, é impressionante como ele não precisa se esforçar muito e consegue ser uma das melhores obras que meus olhos já tiveram o prazer de encontrar.

Estou em pé parado bebendo um pouco e decido ir para o sofá me sentar e descansar as pernas um pouco. E, para minha surpresa, Romania teve a mesma ideia que eu, quase batemos quando sentamos no sofá, ficando com as pernas encostadas lado a lado.
Aquele clima sem graça se instaura mais uma vez, e ele parece nervoso. Tento puxar assunto para erradicar seu nervosismo.

- E ai? Tá bebendo o que? - pergunto apontando pra sua bebida. Ele faz uma cara confusa e me aproximo dele para falar mais perto, acho que não ouviu pela altura do lugar - Eu perguntei o que você tá bebendo - digo me aproximando de sua orelha para que ele possa escutar, sinto um arrepio em sua pele.

- Ah, agora nada, minha bebida acabou faz um tempo - ele diz desconcertado e mais nervoso ainda.

- Cê quer alguma coisa? - pergunto e mais uma vez ele faz uma expressão de confusão, assumo que seja novamente pelo barulho da festa - Vem cá chega mais perto, acho que você não tá conseguindo ouvir - digo o puxando para mais perto de mim, ele parece envergonhado mas em nenhum momento se afastou ou esboçou o mínimo de aversão. Então eu o puxei mais um pouco.

- Cê quer alguma coisa? - digo mais uma vez, porém agora ele está perto o suficiente para que consiga me ouvir. Acho que até minha respiração ele é capaz de ouvir devido a nossa proximidade.

- Eu quero você, Pepê - ele diz com uma coragem nunca vista antes, acho que a bebida faz isso com as pessoas. Olha diretamente nos meus olhos quando diz isso, o que faz com que o nervoso aqui seja eu.

- Ei cara, cê sabe cadê a Ana? Tô procurando ela a festa toda - um cara alto e claramente bêbado pergunta confuso. Não acho que ele tenha percebido que atrapalhou algo.

- Desculpa, não sei onde ela está, foi mal aí cara - digo tentando fazer ele sumir dali de vez, mas acho que o clima presente já se esvaiu.

De alguma forma o nosso nervosismo passou, e olhamos rindo um para o outro.
Voltamos a conversar, com a mesma leveza daquele dia na cafeteria.

O olho admirado enquanto ele fala sobre sua Turnê mais recente, a turnê Pirata. Sobre como ela traz uma paz e uma liberdade - mesmo que com um preço - para sua vida. E como ela era tudo que ele precisava para se sentir inteiro de novo. Não pergunto sobre mas sei que ele passou por um relacionamento complicado recentemente. Sinto que temos a dor parecida nessa vida, talvez por isso eu goste tanto dele, parece que de alguma forma, a gente se entende.

- Eu sinto como se eu finalmente me sentisse em casa. Como se eu tivesse passado a vida toda em uma viagem e finalmente voltasse para casa, após vidas. Por quê ao mesmo tempo que soa familiar, é tudo muito novo. - ele diz e me olha como se tivesse falado demais.

- Eu te entendo totalmente, acho que é assim que a arte faz a gente se sentir. Liberto. É o que eu sinto com minhas obras - digo tentando mostrar para ele que não é preciso medo ou vergonha.