Prólogo: Pela porta quebrada, sempre anseio em te deixar entrar

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A brisa gelada do final do outono invade os espaços entre madeixas bagunçadas, e a menina, que antes observava o carro preto partir pela estrada irregular, se vira para o prédio antigo que aguardava sua chegada.

Era uma mistura de majestoso e assustador. O elegante portão encarava qualquer um que chegasse com imponência, e as teias de aranha que se acumulavam nele desafiavam a moça a atravessá-lo.

A instalar vida novamente em seu domínio, se para isso possuísse capacidade.

E a garota sentiu seu interior tremer em tanto medo, que a imagem do prédio por trás da grade ficava enevoada. A cada respiração que pulava, perdia a construção mais e mais de vista. 

Ia sendo consumida pela névoa branca.

E o céu se tornava cinzento.

A luz ia embora.

Ela não aceita o desafio.

Frente a algo tão sombrio que parecia fazer até sua alma tremer de frio, a jovem dá um passo para trás. Dois. Três. Até que está correndo para o mais longe possível.

Para a floresta.

The Sky Will Shoot Us DownOnde histórias criam vida. Descubra agora