06.5

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Madeleine Morgan

Olhei uma vez e mais uma e depois outra.
Onde ele conseguiu meu número?

Olhei para a foto no perfil mais uma vez, apenas para confirmar o que eu já tinha certeza.

Preciso de uma água com gás em cinco minutos. Traga até o vestiário.”

Curta, objetiva e bem escrita.

Maddy: “Como conseguiu o meu número?”

Alex: … 
Rápido Morgan, ou eu vou até aí buscar.”

Merda. Se ele subir até aqui buscar, May vai achar a situação no mínimo estranha e eu não quero ter que contar a ela que o agredi e agora estou tentando não ser levada até a polícia.

Levantei do assento — Eu já volto, vou pegar uma água.

Amaya franziu as sobrancelhas — Agora? Mas já tá quase começando.

— Por isso mesmo, a fila não deve estar muito grande agora — Dei uma desculpa esfarrapada.

— Quer que eu vá com você?

Neguei com a cabeça — Não, se ocuparem nossos lugares aí vai ser difícil de conseguir outros.

Em seu semblante, vi desconfiança. Não gosto de andar sozinha, ainda mais em eventos sociais que envolvam muita gente. Sou insegura. Sempre acho que todos estão me olhando e quando escuto uma risada, sempre penso ser sobre mim. Amaya me conhece bem demais.

No entanto, não havia muitas opções.

Me inclinei para pegar minha bolsinha que estava sob a cadeira. Dei um sorrisinho para as duas antes de subir as escadas e comprar não uma, mas duas garrafas de água. Uma para levar para Alexander, a outra para mim, porque seria estranho ter saído para comprar água e chegar sem ela.

Agora eu tinha a simples missão de atravessar o estádio todo até o vestiário.

Meu celular vibrou em outra notificação.

Obs: certifique-se que as garrafas sejam de plástico”

Revirei os olhos.

Maddy: “HA, HA, HA.”

Notei que alguns adolescentes que estavam nos assentos atrás de mim cochichavam alguma coisa.

Talvez fosse sobre mim.
Talvez eu não tenha escolhido a roupa muito bem.
Talvez seja sobre a forma como eu ando.
Talvez sobre a minha aparência física mesmo.

— É… Moça? — virei-me para encarar a voz, um garoto moreno falava comigo — não, me leve a mal mas será que poderia dar licença…?

Talvez eu apenas estivesse atrapalhando sua visão do campo.

— É claro, desculpa — sorri pequeno antes de sair da frente e continuar descendo até os vestiários, agora constrangida.

Não foi difícil de encontrar e nem era tão longe de onde eu estava sentada. Isso me levou a perceber que meu preparo físico estava ainda pior do que me lembrava, eu estava cansada com um trajeto curto como este. Pelo menos não tinha nada haver com meu pé, ele estava finalmente melhorando.

As líderes de torcida de ambos os lados já começavam a entrar em campo, anunciando que o jogo começaria em breve.

A porta do vestiário estava fechada e isso era muito bom, pois eu não precisaria entrar ali. Dei várias batidinhas rápidas, não tinha muito tempo a perder.

Um garoto enorme, com braços grossos e cabelos castanhos a abriu. Ele deu um sorriso torto e analisou-me de cima abaixo — A entrada das líderes de torcidas é em outra ala, gracinha.

Dezessete dias para amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora