I- Conhecer

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José Carlos Machado é um dos maiores empresários do ramo imobiliário do Rio de Janeiro, sendo invejado por muitos ao seu redor. Mas, apesar de toda sua fortuna, nunca deixou que sua conta bancária interferisse em seu jeito sereno, educado e simpático de ser.

Todos ao seu redor afirmavam, sem qualquer resquício de dúvidas, que ele era um homem realizado. Bom, as pessoas só não sabiam que em uma área específica de sua vida, Zé era um homem frustrado: a parte amorosa.

Foi abandonado no altar no dia do casamento e na frente de todos. Ao invés do famoso "sim" ele escutou um alto e estrondoso "NÃO!"
E para piorar a situação, sim ainda pode piorar, a noiva fugiu com seu irmão. Pronto, a partir desse momento ele se fechou completamente para o amor. Para sempre.

Por causa disso transitava apenas para dois lugares: sua empresa e sua casa. Era certo, bom, quase certo, até porque tinham vezes (raríssimas vezes) que ele saía (obrigado) com seu amigo Eriovaldo Johnson, Eri para os íntimos.

Hoje é uma dessas vezes.

ZéCarlos estava em frente à um estabelecimento desconhecido, em uma rua estreita que era iluminada por um outdoor excessivamente luminoso nas cores vermelho e branco piscando o nome OURAGAN ROUGE.

Mesmo muito desconfiado ele resolveu entrar, afinal, tinha aceitado tomar uma dose de whisky ao lado do amigo depois de um dia exaustivo de trabalho. Mas a medida que entrava pelo local se deparava por um vasto ambiente em meia luz, uma música estranha tocava em alto volume, um bar repleto das mais variadas bebidas, e vários homens sentados admirando algumas mulheres que dançavam sensualmente no pole dance.

Não pode evitar o espanto por estar dentro de um local como esse.

- Finalmente você chegou, meu amigo! Já perdeu boa parte da diversão. (Eri se aproxima de Zé e o cumprimenta com um abraço)

- Que ideia estapafúrdia é essa de me trazer nesse lugar? Tá ficando maluco?

- Que maluco que nada! Estou fazendo uma boa ação para o meu amigão do peito! (Virou de uma única vez o copo de whisky que tomava)

- Você é maluco! (Balançava a cabeça em reprovação) Eu não fico mais nenhum minuto sequer nesse lugar. (Ia se virando para ir embora mas é puxado pelo amigo)

- Calminha aí. Nunca vi um cara fugir tanto das diversões da vida como você.

- Diversões da vida? Você chama isso de diversão? Você acha que isso aqui (gesticulou as mãos) é diversão? Faça-me o favor.

- Ei, segura um pouquinho a onda. Você não é obrigado a nada aqui. Te chamei para que a gente pudesse sentar, tomar um bom whisky e colocar o papo em dia. Apenas isso. Aqui é um bar como qualquer outro, o diferencial é que tem apresentações de belas e talentosas mulheres.

- Apresentações? (Ergueu uma sobrancelha)

- Desencana! Você não é obrigado a nada.

- Então não sou obrigado a ficar aqui. (Disse isso e se virou para sair)

- Bem que a Ariadne disse que você é um banana mesmo. Quais foram as palavras que ela usou? (Fingiu estar pensando) "Um banana metódico que não sabe aproveitar a vida e só vive em função da merda do trabalho dele", foi assim que ela disse? É, lembrei, foi exatamente assim que ela disse.

-Sabe de uma coisa? (Se virou para o amigo) Você e Ariadne são dois idiotas.

- Ela é mais do que eu... (Deu de ombros) 

- Eu só vou tomar uma dose. Uma única dose e depois eu vou embora.

- Garanto que você não vai se arrepender. Aproveitando... Tem notícias do seu queridíssimo irmão? (Fez cara de desentendido)

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⏰ Última atualização: Jun 11 ⏰

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