Não me dei conta do quanto o tempo tinha passado. Acordei eu já estava na minha cama. Acho que pelo cansaço, o choro e minha garganta seca, meu corpo me acordou para fazer suas necessidades. Eu precisava urgente tomar água.
Esfreguei os olhos e olhei para o relógio na parede. Não se passava das duas da manhã.
Quanto tempo eu havia adormecido? Quem me colocou aqui? Ora, eu tenho quase certeza que adormeci nos braços de Adrien, eles era tão macios e aconchegantes e fortes.
Balancei a cabeça de um lado para o outro e joguei as cobertas para longe de mim, me levantando da cama. Apesar disso, minha cabeça ficava me torturando nas cenas horripilantes que vivi ontem.
Meu peito pulsou. Não era porque eu estava vestindo seminua, não era por causa da minha roupa... tentei me consolar.
Então, calcei as pantufas e me arrastei até a cozinha. O apartamento estava silencioso, assim como meu coração. Pulsava baixinho nos meus ouvidos.
Abri a geladeira e peguei um pouco de água fria, me servindo. Porém, gelei quando senti uma mão fria agarrar minha cintura, isso porque eu estava inclinada para frente. Minha espinha gelou e apesar de tudo, eu reconheci aquele perfume imediatamente. Adrien.
Nossa, que perfume bom! Pensei comigo mesma. Eu me virei e lá estava ele. Os cabelos estavam uma bagunça charmosa e os lábios ressecados e avermelhados. Passei a língua nos meus, me perguntando como seria beijar aquela boca.
Nossa, onde estou com a cabeça?
- Você me assustou! - reclamei de leve, e ele sorriu. O sorriso mais lindo que eu já tinha visto antes. Como se não bastasse tudo que tinha acontecido ontem, ele ter me salvado... Adrien parecia não ligar para aquilo.
- Desculpa. - A voz rouca me arrepiou ainda mais. Eu não sabia se era o frio da madrugada ou algo assim, mas naquele momento eu estava fascinada por tudo o que Adrien fazia. Se meu irmão pudesse ler meus pensamentos, me mataria.
Mesmo na parte em que fiquei de frente para ele, Adrien ainda não havia soltado a minha cintura. Eu o olhava, ele me olhava. Parecia que só havíamos nós dois no mundo todo e eu não queria que aquele momento acabasse.
Parecia que alguma coisa me puxava para ele, em sua direção. Eu não conseguia sentir mais nada dentro de mim do que aquela energia que pulsava forte em meu ser. Eu esperava que ele estivesse sentindo o mesmo.
Como se eu soubesse o que ele iria fazer, coloquei o copo em cima do balcão e não pensando nas consequências, o agarrei e o beijei. Pela primeira vez. Ele agarrou com as duas mãos a minha cintura e depois a minha bunda, pressionando a mesma, enquanto isso, agarrei seu cabelo entre os meus dedos.
O beijo era forte, intenso, tinha química. Ele era muito alto, muito alto mesmo. E por eu ter um metro e cinquenta e cinco, eu tinha que ficar nas pontas dos pés para beija-lo na mesma proporção que ele me beijava.
Adrien enlaçou a minha cintura como se tivesse amarrando uma corda e puxando. Era algo totalmente diferente do que eu já tinha presenciado antes e só por aquele fato, me deixou ainda mais entregue a ele, querendo mais, querendo saber até aonde aquilo chegaria; querendo que ele me levasse embora dali, apesar das consequências.
Foi então que ele deslizou os lábios pelo meu pescoço e quando menos eu esperava, ele agarrou a minha pele e me tacou um chupão no meu pescoço, me fazendo recuar imediatamente, zangada por sua atitude.
- Por que fez isso? - Passei a mão sob a pele, sabendo que ali ficaria um coisa feia. - Meu irmão vai me matar.
- Aah, não sei...- Falou preguiçosamente, como se não se importasse com nada.
- Nossa, você nem ao menos perguntou se podia, Adrien! - Eu estava furiosa.
- Não faça drama. - Disse, dando de ombros. Estralou o pescoço e tentou se aproximar, mas eu o impedi. Neguei com a cabeça e só aí a ficha começou cair.
"Ele é muito galinha"
"Fique bem longe dele"Os conselhos do meu irmão pipocaram na minha cabeça. Eu fiz exatamente o que ele pediu para mim não fazer. Não pensei nas consequências. E pensar que até cogitei a ideia de acontecer outras coisas.
- Re— antes mesmo que ele pudesse falar, peguei o copo d'água e corri para o meu quarto, me entregar as péssimas memórias, as péssimas escolhas minhas.
Se meu irmão souber, ele vai ficar muito chateado comigo e eu não quero isso. Preciso garantir que Adrien não falará para ele.
Bebi a água calmamente, sentada na minha cama enquanto pensava naquele beijo. Mais que isso: aqueles beijos. Tinha sido tão intenso e eu me entreguei completamente a ele, aquele momento.
Difícil mesmo seria tirar a forma como ele pegou na minha cintura.
Será que já era parte de seu plano? Mas o que diabos ele estava fazendo aqui? Eu poderia dizer ao meu irmão - se um dia ele souber - que parte disso tudo era sua culpa por trazer um amigo tão gato para casa, afinal, Adrien vivia mais aqui do que na sua própria casa.
Pensei se poderia comentar aquilo com Lari, mas não posso. Ela tem um rolo com meu irmão. Talvez comentaria com ele só para ganhar vantagem com ele.
Suspirei e me deitei. Meu corpo ainda estava quente. Seria difícil tirar aquilo da minha cabeça. Mas como eu olharia para a cara dele dali para frente? Eu o beijei. Eu o agarrei.
Mas pelo menos matei o que estava me matando.
***
Seguinte...
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Como Consertar Meu Coração.
Teen FictionA decepção é realidade frustrante de colocar ou criar expectativas e no final tudo dar errado. Rebeca perdeu o seu chão quando seu namorado a traiu com a sua melhor amiga. As decepções são inevitáveis. Por mais que ela fosse melhor, o melhor é sub...