CAPÍTULO XXVI: Melodia do Amor

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❝ Nos olhos do homem apaixonado, o brilho intenso reflete a chama ardente que aquece seu coração, enquanto seus passos ecoam a melodia suave de um amor que o consome por inteiro

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Nos olhos do homem apaixonado, o brilho intenso reflete a chama ardente que aquece seu coração, enquanto seus passos ecoam a melodia suave de um amor que o consome por inteiro.

Observar a Inês ao meu lado, enquanto desfrutava do jantar no restaurante que reservei exclusivamente para nós, era como testemunhar a execução perfeita de um plano meticulosamente desenhado. Cada sorriso dela, cada olhar que lançava, reforçava a minha certeza inabalável: ela era feita para mim. A perfeição que eu tanto ansiava. E, a partir daquele momento, nada nem ninguém poderia alterar isso. Ela era pura, intocada por todas as impurezas do mundo, um ser quase angelical. E como todo ser puro, precisava ser protegido. Cuidado. Moldado.

O controle fazia parte do processo.

Depois do jantar, sugeri uma caminhada à beira-mar. Ela aceitou de imediato, os olhos iluminados por um entusiasmo que mal conseguia esconder. Aquelas pequenas reações... Eu vivia para observá-las. Era como estudar uma criatura fascinante que, sem saber, estava a ser capturada, enredada pouco a pouco, até que estivesse completamente sob o meu domínio.

Enquanto descíamos as escadas em direção ao mar, agarrei-lhe a mão, os meus dedos entrelaçando-se nos dela como uma serpente que se enrola lentamente na presa. Para minha satisfação, ela não hesitou. Pelo contrário, apertou-me a mão de forma suave, como se estivéssemos a sincronizar os nossos passos, as nossas vontades.

Quando chegámos à praia, com as ondas a sussurrarem-nos em pano de fundo, senti que era o momento de consolidar ainda mais o que havia construído. Recitei-lhe um poema, algo que havia criado especialmente para ela:

"Nos passos leves na areia, encontramos o caminho.
Em cada brisa suave, um sussurro do destino.
O mar, testemunha silenciosa do nosso encontro,
Reflete a luz dos nossos sonhos no horizonte.
Os nossos corações, entrelaçados pelo tempo,
Dançam ao ritmo das ondas, em doce lamento.
E nesta praia, sob o céu estrelado,
Descobrimos o amor, eterno e sagrado."

Ela olhou para mim, encantada, como se cada palavra que eu proferia fosse algo divino. O brilho nos seus olhos... Não, não era amor. Era adoração. Algo que ela, de forma inconsciente, sentia por mim. Essa era a verdadeira natureza das pessoas: quando alguém parece perfeito, elas entregam-se por completo. E Inês estava a ser moldada exatamente como eu queria.

Aproveitei o momento e envolvi-a pela cintura. Os nossos corpos aproximaram-se, e, por fim, os lábios encontraram-se. O beijo... Ah, aquele beijo. Para ela, talvez fosse a confirmação de um sentimento puro. Para mim, era a consagração de que a minha presa estava cada vez mais na minha teia. A sensação de controlo absoluto sobre as suas emoções era embriagante.

Depois, acompanhei-a até à porta de casa. Quando os nossos olhares se cruzaram pela última vez naquela noite, havia um entendimento silencioso entre nós. Ela não precisava de palavras. Eu sabia que ela estava enfeitiçada. E isso bastava. Com um último beijo, despedi-me. Mas enquanto dirigia para casa, o calor dos seus lábios permanecia comigo, não como um mero desejo romântico, mas como uma lembrança do poder que eu tinha sobre ela.

Revisei mentalmente tudo o que havia acontecido. O meu plano estava a desenrolar-se exatamente como o previsto. Inês, a minha rosa perfeita, estava a ser cultivada ao meu ritmo. Mas antes que pudesse florescer totalmente, havia uma última coisa a tratar: os vermes que ousaram pisar o seu jardim. Aqueles que, um dia, a fizeram sofrer. Eles não mereciam perdão.

Era hora de eliminar cada um deles. De garantir que não haveria ninguém para ameaçar o que eu e Inês estávamos a construir. Porque o amor, assim como o poder, exige sacrifícios. E eu estava disposto a sacrificar tudo – e todos – para proteger o que era meu.

Insidioso Encanto - Triologia Encanto Sombrio, Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora