O Mundo Não Nos Entende

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— Porra, Karina!!

Observo os olhos de Quezia em fúrias. E agora acho que foi uma péssima ideia contar para ela o que aconteceu ontem à noite. Ela é minha amiga deveria me escutar e ficar ao meu lado, mas não é bem isso que está acontecendo...

— Já não basta o livro proibido? Você quer mesmo mais uma polemica no seu nome, Karina? "Escritora cobiça sua advogada casada!" — Quezia faz uma expressão com a mão como se estivesse anunciando a manchete de um jornal de fofoca.

— Ela não é casada.

Os olhos de minha amiga me fuzila, alertando que essa informação é inútil perto do que pode acontecer.

Ergo a mão em rendição.

Pego o notebook sobre o sofá e volto a digitar. Hoje tenho que continuas a história, e depois da noite de ontem tenho ótimas ideias fluindo em minha mente... mas antes de continuar meu olhar volta para a imagem no quadro do mar que se mexe, na parede da sala de Quezia então me lembro que ela não me enviou o contato do homem.

— Me envia o contato do artista. — Aponto o dedo para o quadro na parede.

Ela me olha sem entender o motivo de minha fascinação pela obra, mas mesmo assim envia o número para o meu celular, que alerta ao receber a mensagem.

— Você nem é fã de arte...

— Estou aprendendo a admirar. — Minto.

O quadro da sala de Quezia, lembra o do quarto de Lilith tenho quase certeza que é o mesmo artista. E o quadro de Lilith soa muito familiar, familiar demais... talvez seja coisa da minha cabeça, mas pretendo conversa com o artista para ter certeza.

— Como anda a investigação? — Quezia questiona, me chamando de volta para a realidade.

— Yan vai ser interrogado hoje.

— De novo?

— Pegaram umas imagem dele entrando no apartamento as 23h um dia antes da publicação do exemplar. — digo observando Quezia rodar o catálogo de filmes e series na TV.

— Ele não faria isso. Faria?! — Ela me olha confusa.

— Não.

— Então o que ele foi fazer na sua casa 23h?

— Eu não sei. Não estava lá, tinha saído para jantar. — respondo voltando meus olhos para a tela do computador.

Antes que ela faça mais questionamentos, meu celular vibra sobre o sofá. Abro a notificação da Advogada do Diabo:

Atualização sobre seu caso: Yan foi dispensado da delegacia agora pouco. Emma virou suspeita da polícia. Yan relatou que foi até sua casa pegar a chave que Emma esqueceu após uma discussão que teve com a vítima.

— Não foi Yan. — digo balançando o celular em minha mão. Dando a entender que acabei de receber a notícia. — Mas Emma vai ser interrogada agora. — digo ocultando a parte que Yan tem certa culpa nisso.

— Poderia ter sido ela. — Quezia sugeri dando de ombros.

— E por que ela faria isso?

— Ela gosta de ser superior a você. — Quezia nota minha cara de confusão e então explica melhor... — Vocês ficaram juntas dois anos. Você mostrou para ela o poder da fama. Ela te traiu para ter mais poder, mas por algum motivo continuou trabalhando com você. Você sabe que se ela quisesse já tinha quebrado o contrato, ela tem dinheiro para pagar mil multas naquele valor. Ela fica porque gosta de se sentir superior a você. E agora um livro vasa com toda sua intimidade, colocando sua carreira em jogo. E ela continua mantendo o contrato com você. Ela gosta desse jogo. Gosta que você dependa dela. Você mostrou para ela o gosto desse poder Karina. E agora ela usa ele contra você. — Ela se silencia observando meu silêncio. — Uma boa manchete não acha? 

Desejo ObscuroOnde histórias criam vida. Descubra agora