O Vírus da Renascença

Capítulo 1: Recordações

Entrada 001
[11 de Junho, 2024, 22:56]

"Há exatamente um mês, no dia 11 de maio, jornalistas por todo mundo, em todos os canais de Notícias anunciaram a aparição de um novo vírus no planeta, ao qual chamaram V-3/5, referindo a data de sua registação.

Os médicos disseram que não era nada de mais, não passava da ameaça de uma constipação comum.
Estavam muito errados.

Disseram também que se os seguintes sintomas se agravassem, devíamos visitar o médico local:

Febre leve e cansaço eram os sintomas da primeira fase. O cansaço era basicamente só querer dormir mais e não ter vontade de fazer nada, mais tarde descobriu-se o porquê de ser um dos sintomas.

Atualmente todo mundo chama essa doença de Vírus do Renascimento ou só "Renascença" e quem fica doente é considerado "Renascente".

Um terço da população mundial está infetada, e os números só aumentam. Pode não parecer muito, mas 3 bilhões de pessoas em um mês é muito.

Basicamente, os médicos chegaram à conclusão que o vírus funciona como um parasita. Ele infiltra-se no cérebro do hóspede e vai lentamente consumindo as calorias e a consciência até controlar totalmente o indivíduo antes de ele morrer.

Daí o cansaço. Daí ser uma coisa, uma ameaça que nunca antes vimos. Já tínhamos sobrevivido o Covid-19, mas.. isso.. isso é algo MUITO maior. E as chamces de sobrevivência são MUITO mais baixas.

Meu nome é Elise, tenho 16 anos, vou fazer 17 em Setembro, ..se chegar lá. Como me apercebi que a situação era parecida com um apocalipse, decidi documentar minha experiência, e com sorte, sobrevivência, desejem-me sorte.

Adeus. Fim da Entrada 001."

Ao clicar no botão lateral da máquina de gravações, a gravação da entrada 001 termina.

Nunca estive tão assustada.

Moro com uma colega de quarto, Georgia, ela ganhou os primeiros sintomas, mas visitou o médico, que lhe aconselhou um medicamento e atrasou o desenvolvimento do parasita.

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Georgia: "Você vai à mercearia?" - ela pergunta antes de eu sair de casa.

Elise: "Sim, vou. Mas você também devia ir um dia qualquer, você está trancada em casa há pelo menos uma semana e meia."

Georgia: "Eu sei.... Mas você sabe que eu tenho medo de ir lá fora.. também não quero.. sei lá, pegar isso a alguém.." - ela encolhe-se no nosso sofá bege.

Elise: "Sabe o que eu acho? Acho que ver demasiadas notícias está deixando você meio paranoica, viu? De qualquer forma, nem se pode pegar essa coisa de outra pessoa."

Georgia: "Mas imagina que na verdade se pode... Nunca mais saía de casa.."

Elise: "Pelo amor de Deus.. pelo menos abra a janela e respire ar puro." - ela acena positivamente com a cabeça, prometendo.

Eu saio de casa, me despedindo de minha colega. Abro a porta e ando para fora. A maioria das pessoas andava com máscaras.

Já houveram demasiados exemplares de pessoas ou familiares morrendo para alguém arriscar apanhar o Vírus. Eu pus uma máscara.

Esse cenário deixa-me com deja vu da época da Pandemia do Covid-19. Eu tento não pensar nisso.

Há uns dias, um amigo meu, Jayden, me contou que a prima de um amigo de um amigo dele passou a ser Renascente, evoluindo até ao estado em que se perde consciência.

Ela fugiu de casa e atacou uma moça, tendo de ser detida pelos policiais e morrendo dois dias depois, no hospital.

Um dos maiores problemas com esse vírus é que é difícil de perceber se se tem a doença ou não, podemos até apenas perceber que a temos quando já estamos ficando sem consciência.

Entro na mercearia, a senhora da caixa, que eu já conhecia, tinha um ar mais sombrio que o habitual, mas me deu as boas-vindas.

Srª Woods: "Bem vinda querida." - eu acenei em resposta.

Eu exploro os corredores que já conheço, pegando as coisas que precisamos, comida, coisas de higiene, etc.

Quando retorno à entrada para pagar as coisas, a Srª Woods passa tudo na máquina. Depois de um pouco de silêncio, ela diz:

Srª Woods: "Bom.. esses tempos têm sido difíceis, né?"

Elise: "Sim.. mas ao menos tenho tido sorte, a Georgia continua igual."

Srª Woods: "Ah, que bom... Vou rezar por ela tá, querida?" - ela termina de pagar minhas coisas.

Elise: "Sério? Muito obrigada, você é muito gentil... desejo o melhor para você, viu?" - mesmo não sendo religiosa, queria retribuir o favor. Eu arrumo e boto as compras num saco, me despedindo dela.

Saio da mercearia, voltanto ao ambiente pesado da rua e a casa.

Elise: "Voltei. A Srª Woods disse que ia rezar para você." - eu pouso as compras na cozinha, depois me dirijo à sala onde está Georgia.

Georgia: "Sério? Que atenciosa, eu amo aquela moça. O quê você trouxe?"

Elise: "O que precisamos."

Georgia: "Você não trouxe meu 'Pocky'?.." - ela fala, desapontada. Eu rio um pouco.

Elise: "...e o seu 'Pocky'." - um sorriso reaparece em sua cara.

Georgia: "Obrigada miga!" - ela se levanta, indo à cozinha buscar seu petisco.

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[Autora]
Bom, isso foi o primeiro capítulo da fic do apocalipse, espero que tenham gostado :3

Tentei uma forma diferente de fazer as falas e tudo mais, gostaram?
É isso, tchau mores

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