Dolce Vendetta

capítulo 08 part 2 : Bem vinda de volta.

AVISO : o capítulo contém cenas de violência +18. Pode conter alguns gatilhos.

RUBI PARKSON.

Dios mio…..

Um conversível prata se aproximava de mim, corri até um grupo de pessoas que voltavam do trabalho, tentava me esconder, mas era praticamente impossível, somente eu em meio a elas com duas malas e com uma vestimenta distinta, era facilmente reconhecível. 

Me virei  para trás, os seus olhos me perseguiam pela a calçada. Diminui meus passos ao concluir que não conseguiria evitar a sua presença.

Revirei meus olhos ao ver o carro encostando.

— Oi Rubi, está um pouco longe de casa, quer uma carona? 

O rapaz de cabelos loiros escuros de olhos azuis me perguntou. No momento não me recordava exatamente onde o mesmo morava, mas me lembro de tê-lo visto pelas redondezas várias vezes, presumia que era um dos moradores do bairro.

— Mais longe já estive– resmunguei baixo.

— Oi ? Eu não entendi ,o que disse?

Coloquei um sorriso no rosto e fui o mais simpática possível.

— Disse que não precisa, querido, estava com saudade de Barcelona, por isso vim andando.

Ele fez um sinal de entendimento com as sobrancelhas e me lançou um sorriso de volta. Mas a sua simpatia era espontânea, distinta da minha.  

— Sabe Rubi, sobre aquela vez que saímos juntos e fomos ao parque, queria que aquela noite se repetisse…

Em um movimento brusco meu corpo parou no mesmo lugar e  um frio na barriga se fazia presente. Do que exatamente ele estava falando ? 

Então surgiu  alguns flashes  em minha mente, de uma noite em que eu estava bebendo em um local não muito longe de casa. Lembro de ter conversado com um homem que era até agradável, seu rosto eu não me lembrava perfeitamente, as recordações  eram apenas alguns recortes como os olhos azuis e o sorriso dele.   

— Depois daquele dia você tem me evitado, aconteceu alguma coisa?

Não era algo pessoal, mas eu evitava todos os homens deste bairro, ainda mais porque sabiam onde eu morava. Evitar contato social já era um costume.

— Não…É que…– encostei na janela do carro e falei baixo como se tivesse contado  algo confidencial  — É que eu tenho um ex namorado maluco, sabe? Ele não aceita o término, então eu prefiro manter distância, pra não te prejudicar, entendeu? –Inventei a primeira mentira que apareceu em minha mente, eu só queria me livrar dele o mais rápido possível.

—Entendi, mas não rolaria nada entre nós dois ? Ele vai ter que superar cedo ou tarde, você não pode viver sozinha e se prender por causa dele.

— Não, claro que não, mas eu prefiro dar um tempo.

— Claro, mas se precisar de mim, me liga– Ele estendeu a mão e me entregou um cartão com o seu número.

— pode deixar… ah e só mais uma coisa, não conte essa informação a ninguém, posso te confiar meu segredo ?  – sorri fraco.

— Claro que sim.

Acenei com a mão para finalmente me despedir.  Olhei para o cartão em minhas mãos lendo seu nome “ Thomaz “.

Esperei seu carro dobrar da última rua, quando saiu completamente do meu campo de visão, descartei o seu número na primeira lixeira que eu avistei.