Aprender a Caminhar
Será que aprendemos a amar,
da mesma maneira que aprendemos a caminhar?
Porque nos empurram para andar,
porque temos de conseguir,
porque todos conseguem...
Eu gatinhava e estava bem com isso.
Adorava esfregar os joelhos no chão
e ter dois pares de pés em vez de um.
Dois é melhor que nenhum.
Mas pronto, lá insistiram comigo,
porque afinal já tinha dois anos
e ainda nem me segurava bem em pé.
Ainda me lembro da primeira vez que me segurei de pé,
odiei a sensação.
Significava que a qualquer momento
estava pronta para cair e para magoar um dos meus pés,
ou os dois, mesmo.
Depois de muito ou algum tempo, lá fui eu.
Toda disparada.
E amar?
Desde cedo senti que tudo à nossa volta nos leva para o amor.
No cinema,
Nos livros,
Até no grafittis da paragem de autocarro.
E uma pessoa tenta, levanta uma perna de cada vez.
Vê se se consegue equilibrar.
Vai conseguindo.
Parece um malabarismo constante.
Um andar em corda bamba,
Em cima de um monociclo.
Mas quem não regozija a fazer bem o difícil?
Parece que o ar tem outro sabor
O circo ganhou outras cores,
Encheu-se de sons ecstasiásticos.
Ato de Denunciar
O que tem de ser escrito é o que é difícil escrever,
O que me faz sofrer.
Os dedos navegam mais depressa.
Fazendo nascer sílabas e palavras.
Se fossem outros tempos...
Tinha uma máquina de escrever,
Era capaz de ser mais giro.
Mas estou aqui e agora,
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Antologia não titulada
PoetryAqui encontram, Publicados sem muito pensar, Os meus pensamentos.
