Filipe Ret
Tava jogado em uma parte da vendinha que tem aqui no morro, fazia um bom tempo que eu não parava aqui pra comer um salgado que a Dalina fazia. Semana foi toda corrida, papo de assalto, morro rival e os caralho a quatro.
Eram cinco horas da tarde de uma sexta feira e Lorena subia o morro, com o cabelo preso em um coque e o uniforme do trabalho dela.
— Aí mandada, tá subindo pra casa?
Ela me olha debochada, porém logo revira os olhos e responde voltando a ter postura.
— Tô né, quer me levar? ia agradecer, foram horas e horas na rua.
A morena fica a semana toda indo e vindo, subindo e descendo esse morro várias vezes, em menos de um dia.
— Só marca cinco pra eu terminar de comer aqui, quer um? – mostro o pastel pra ela com um guaravita.
— Já que você tá pagando, quer um sim – ela olha o recheio do meu — Um de queijo e uma coca lata, odeio esse guaravita.
— Eu ofereci o pastel – brinco com ela que revira os olhos — Mais alguma coisa?
— Tá todo bonzinho hoje em, o que rolou?
Encaro ela, por um momento pude ver um pequeno sorriso em seu rosto porém só um momento.
— Baile amanhã – ela suspira, comendo — Quero você no VIP.
— Se manca macho, me quer em lugar nenhum, eu nem vou!
— Começa as dez, te busco em casa.
— Pelo amor de Deus moça, embrulha pra mim!.
A moça pega o pratinho e embrulha o salgado com o refrigerante que nem aberto foi, a morena pega a sacola e sai da vendinha sem dar tchau, pô mandadona.
— Calma aí que eu te levo, caralho – Grito vendo ela virando a esquina.
— Valeu pelo salgado, Ret!
Grita sem voltar, a mina é safada, uma puta gostosa quando fecha a cara. Esses dias tava conversando com Lara já que o estúpido do Orochi levou a mina pra sala dele, sabe-se muito bem para o que, ela me falou que a mina é mó responsa, trabalha, estuda e ainda faz academia, também gostosa daquele jeito.
Pago a dona da venda e monto na moto indo em direção a boca principal, pô preciso organizar o baile que vai ter esse final de semana.
— Qualé meu mano ret – orochi para a moto do meu lado.
— Ainda sou seu chefe vagabundo.
— E você ainda é meu irmão, então não temos muito a diferenciar.
— Respeito vagabundo, geralmente todo mundo gosta.
Monto na moto pronto pra partir pra boca principal novamente.
— Tava pensado em quem chamar pra esse baile – ele fala — Tava pensando no mano Tz o cara é firmeza.
— Tz e foda demais, da ideia nele aí que o resto a gente desembola depois.
— Tu tem que organizar os bagulho que chegou lá na boca de baixo.
Acelero a moto sem dar importância pro que ele falou, o cara é meu braço direito e mesmo assim e puta manso, ele mesmo pode fazer isso. Paro a moto em frente a casa da mãe de Lara, faz um bom tempo que eu não encontro a tia.
Bato na porta e Lara vem atender.
— Beleza Ret? – ela me dá espaço.
— Tudo tranquilo, cadê a tia? – me jogo no sofá.
— O mãe – grita perto da escada — O Ret veio ver a senhora.
— Que isso menina, quer aparecer? coloca a porra de uma melancia na cabeça, gritaria do caralho, filha da puta – vejo a mulher com um pano de prato no ombro, caminha até mim tranquila — Tudo bem Filipe?
— Tudo bem tia, que saudades que eu tava da senhora.
Pô ela me dá medo igual a minha mãe me dava, mudança de humor danada.
— Também né garoto, fica o dia todo naquela boca achando que tá arrasando por aí, arma pra lá e pra cá é até hoje não achou uma mulher que preste – se senta do meu lado.
— Uai tia, vim aqui por que sinto sua falta, agora se for pra ser humilhado eu volto pra boca.
— Você só tem tamanho, inteligência sempre passou longe de você e da Lara, olha só – encara a loira e depois eu — Dois bestas.
— Que isso mãe? – pela primeira vez Lara fala — Te fiz nada hoje.
— Falou certo, hoje.
Depois de bater um papo com elas voltei pra boca, separei as drogas novas que chegaram, alguns papéis sobre as armas novas que chegam essa semana. O baile desse final de semana tem que me render uma grana boa, faz tempo que os bailes aqui tão dando uma decaída, não por não empenhar e tal e sim por descuido da parte de chamar atenção.
Me sento no alto do morro fumando um baseado, tá papo puxado aqui.

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𝐀 𝐦𝐞𝐮 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫 - 𝐅𝐑 (em pausa)
Фанфик📍𝑹𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝑱𝒂𝒏𝒆𝒊𝒓𝒐, 𝑭𝒂𝒗𝒆𝒍𝒂 𝒅𝒂 𝑷𝒆𝒏𝒉𝒂. Vim do futuro, vai tudo fluir Gata tu não sabe mais já te comi No ouvido eu falo tudo que ela quer ouvir Calcinha pro lado, nada sai daqui...