Profano PARTE 01 [DISPONÍVEL ATÉ DIA 15/08]

🥀 O Pecado. 🥀

O sol estava baixo quando as servas terminaram de me arrumar.

O vestido de mamãe ficou perfeito com meus ajustes e eu podia, de alguma forma a sentir, era como se ela estivesse me abraçando e eu me sentia feliz.

O tecido dourado de renda caía até meus pés e era leve, meu cabelo foi adornado com alguns acessórios que era de mamãe.
A serva me entregou um buquê de flores brancas e me elogiou enquanto passava um pouco de rugi sobre meus lábios.

Ela saiu e eu respirei fundo.

— Filha... — papai entrou no quarto e seus olhos brilharam de alegria enquanto ele me olhava dos pés a cabeça, era como se toda sua vida passasse por seus olhos de onde uma única lágrima escorreu molhando sua bochecha — Você está tão linda.

Soprou enquanto prendia o ar.

— Obrigado — sorri abaixando os olhos quando me lembrei que o deixaria, meu coração doeu e meu ar faltou.

— Seu irmão irá lhe levar até mim e eu a lavrei até o altar mais precisava te ver antes...— ele disse enquanto se aproximava, papai me abraçou e olhou em meus olhos — Sua mãe queria que eu lhe entregasse isso quando chegasse o momento.

Ele estendeu um colar de ouro na mão e o levantou até que ficasse diante de meus olhos.

Ele era grande e havia um pingente com o símbolo do sol, meu coração saltou quando me lembrei exatamente o que ele significava.

— É lindo pai — sussurrei e ele concordou dando a volta em meu corpo ficando atrás de mim.

Ele afastou meu cabelo para o lado e colocou o colar, sua mão foi até meu ombro quando o pingente pousou em minha pele.
Ele me virou e beijou meu rosto.

— Você será tão feliz quanto sua mãe — disse e eu quase suspirei mais lhe dei um sorriso amarelo e ele saiu.

Toquei no pingente e sorri.

Mamãe, a senhora é realmente cheia de surpresas.

Eu sabia que ela havia me ensinado a canção do sol e feito papai me entregar o colar justo no dia do meu casamento, para que eu me lembrasse que posso decidir e que ela sempre estaria comigo.

Como prometeu.

— Está pronta? — Byron entrou no quarto e seus olhos foram para o colar que eu segurava.

Caminhei até ele e segurei sua mão.

— Mais do que pronta — afirmei com um sorriso no rosto e ele beijou minha mão.

— E está mais do que linda.

Ele apertou os dedos envolta dos meus e me guiou até a escada, Byron me colocou atrás de si e me arrastou consigo escada abaixo, meus sapatos faziam um eco no chão de madeira e eu tive que correr na ponta dos pés, ele me levou por outro corredor até chegarmos a uma sala que era usada pelos servos e que no momento estava vazia, apertei o buquê em minha mão e respirei aliviada quando ele abriu uma porta estreita que me deu a visão do bosque.

Ele saiu primeiro e olhou ao redor antes de me estender a mão e me levar correndo bosque adentro.

Meu corpo se encheu de adrenalina e eu sorri me sentindo eufórica e feliz, meu irmão segurava firme minha mão enquanto me guiava entre as várias árvores e galhos.

Ao longe pude ver a colina surgir e o sol se pondo do outro lado, os raios amarelos bateram em meu rosto e eu fechei os olhos por um segundo, apenas para me acostumar com a luz, tropecei e quase cai.

Se Byron não estivesse parado e me pegando eu teria ido ao chão, sorri o agradecendo então voltamos a correr, ao longe eu pude ver a carruagem preta com o brasão da família de Johan, mais parecia cada vez mais longe e meus pés começaram a doer na aqueles malditos sapatos.
Ofeguei e então me surpreendi quando meu irmão me pegou no colo e me carregou colina acima, passei o braço por trás de seu pescoço e me sustentei, seus braços fortes seguraram minha costa e sua mão se firmou em minha cintura enquanto sua outra mão segurava abaixo dos meus joelhos, soltei o buquê de flores o deixando para trás enquanto meu irmão continuava a correr.