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⏤ Vá em frente, me use como quiser, pode até enfiar uma faca nas minhas costas quando achar melhor. Exploração e traição são só ferramentas de comércio. Mas não se esqueça: eu não faço negócios que não valem a pena...
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TRABALHAR EM UM SUPERMERCADO É HORRÍVEL. A dolorosa verdade que Topaz vivia repetindo em sua cabeça. Antigamente, Aventurine alegava não acreditar, retrucando que não passava de um exagero da moça. E adivinha? Ele quebrou a cara da pior forma possível.
Não era um problema para Aventurine ser uma pessoa sociável, já que amava conversar, mas ele não esperava esbarrar em clientes tão persistentes e irritantes, ao ponto de cogitar abandonar o turno pela metade. E o pior de tudo, os mais estressantes sempre tinham enormes carrinhos recheados de compras; transbordavam de caixotes e produtos coloridos de variados tamanhos, como o trenó do Papai Noel ao final do ano.
Com um suspiro, Aventurine encarou o relógio digital em seu pulso, desejando por um momento, ter um controle remoto mágico em mãos, para poder acelerar o tempo até finalizar aquele maldito dia. Quem sabe, até pular para o próximo episódio da vida.
Ele riu com a ideia, respirando fundo. Ainda tinha que acabar seu serviço e liberar os clientes, que já não eram muitos.
⏤ Sua conta deu R$ 440,00, senhora. ⏤ disse, olhando para a tela brilhante do computador. ⏤ O pagamento será no cartão ou no diheiro?
⏤ Cartão.
⏤ Débito ou crédito?
⏤ Débito.
Configurou as informações no computador e entregou a maquininha para a mulher. Passou as instruções finais e aguardou pacientemente ela inserir o cartão e adicionar a senha, para finalmente conseguir finalizar a compra.
Ouviu-se um clique e Aventurine sorriu, aliviado. ⏤ Pode retirar seu cartão, senhora. Vai querer sua notinha fiscal?
Ela negou com um menear rabugento e saiu sem dizer mais nada, empurrando seu carrinho de compras para fora do estabelecimento, cheio de sacolas esvoaçantes com a marca do supermercado.
