𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋𝐒 | 𝐓𝐎𝐌 𝐑𝐈𝐃𝐃𝐋𝐄 {𝐃𝐀𝐑𝐊 𝐅𝐈𝐂}

𝖈𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖖𝖚𝖆𝖙𝖗𝖔

𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐐𝐔𝐀𝐓𝐑𝐎

"Você realmente achou que poderia me consertar? Venderemos seus ossos por mais uma rodada. Afiamos seus dentes. Diga a si mesmo que é apenas negócio. Lobos saem da madeira, sanguessugas saem da sujeira, ratos saem dos buracos que chamam de lar. E eu desmorono. E as serpentes começam a cantar."

and the snakes start to sing – bring me the horizon

A biblioteca rangia, a sonoridade das páginas reverberando pela câmara. Alguns alunos riam baixinho, escondidos atrás das fileiras de livros em segredo, trocando beijos proibidos ou sendo travessos. Alguns estavam mergulhados em seus estudos, suas penas arranhando os pergaminhos enquanto rapidamente escreviam seus pensamentos confusos, uma tentativa desesperada de reter informações que eles empurravam como terra em seus ouvidos, olhos desfocados devido à devaneios mal-adaptativos.

Varya ficou em um dos cantos obscuros, rosto afundado e olhos vidrados, características mais elfas do que humanas, e virou página após página, sua psique uma esponja para qualquer coisa que ela achasse remotamente interessante. Hogwarts: Uma História, estava entre seus longos dedos, um volume que a expunha às origens mais verdadeiras de sua academia. Era fácil dissecar os parágrafos enquanto ela fazia anotações sobre tudo, como se estivesse elaborando um plano para conquistar cada corredor e infestá-lo com sua magia podre. Seus olhos percorriam um fragmento de interesse, repetidas vezes, a fascinação arrastando bordas suaves em sua mente, e ela se submergiu em um conto de tempo.

"A lenda da Câmara Secreta surge a partir da partida de Slytherin e tem sido objeto de debate por muitos séculos. A própria lenda diz respeito a uma câmara supostamente construída por Slytherin nas profundezas da escola, que ele manteve em segredo dos outros fundadores e selou para que ninguém pudesse abri-la até que seu verdadeiro herdeiro chegasse à escola. A história diz que quando o verdadeiro herdeiro de Slytherin retornar, apenas ele será capaz de abrir a Câmara Secreta e liberar o horror dentro dela - um horror que purificará a escola daqueles que Slytherin acreditava serem indignos de estudar magia. Após muitas buscas extensas em Hogwarts ao longo dos últimos novecentos e cinquenta anos, a maioria dos acadêmicos respeitáveis concorda que a existência da Câmara Secreta é uma história fantasiosa inventada pelos apoiadores de Slytherin."

Varya sentiu seu sangue se mover em um turbilhão tenso, os dedos agarrando páginas sem rumo enquanto repetia o parágrafo em sua mente. Como sangue-puro, ela sempre entendia o prestígio de passar o poder mágico para seus descendentes, mas nunca imaginou que alguns iriam tão longe para preservá-lo. Então ela se questionou sobre as palavras de Malfoy, quando ele a havia chamado de sangue-ruim. Preconceito parecia florescer no jardim ocidental das hierarquias de poder, veias da história e ódio contra os crimes dos trouxas contra os bruxos sufocando qualquer camaradagem que poderia ter se formado de outra forma.

Uma cadeira foi puxada em frente a ela, e ela viu Tom Riddle sentar-se, lançando-lhe um breve olhar. Seus cabelos estavam penteados com cuidado, realçando ainda mais sua forte linha de mandíbula. Seu distintivo de monitor estava bem arrumado em sua capa, captando a luz das lanternas próximas. Sua aparência era organizada, estoica, quase robótica. Seu queixo, como sempre, estava erguido, um sinal óbvio de sua confiança.

Ele a cumprimentou brevemente, seus olhos indo para o livro aberto na mesa e percorrendo o primeiro parágrafo. Ele mordeu o lábio ao notar o assunto que a garota estava lendo, então seu olhar caiu sobre ela.