O amor se tornou uma busca elusiva, onde a vontade de viver bem é a bússola que orienta minha jornada.
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Setembro, 2021.
— Estava te esperando!
Taehyung parou de andar e se virou lentamente para o diretor da Ble&Gray, que se aproximava com passos rápidos, um sorriso enorme, macabro e com os braços abertos.
No último mês, não o viu nenhuma vez sequer, graças à presença concorrida do homem em exposições em todo o país, e do mundo. Leung era um ótimo crítico, por isso todos lambiam suas bolas por uma mísera hora que fosse. Se ele aprovasse uma obra, poderia ter certeza de uma coisa: ela venderia igual água doce. Mas se ele hesitasse ou até mesmo dissesse na cara que estava ruim, ninguém discutia, iriam apenas engolir o choro e a frustração para fazer um quadro realmente bom.
Taehyung sabia que o homem era bom, por isso mesmo fazia o possível para agradá-lo quando fosse preciso. Não gostava de socializar, revirava os olhos sempre que tinha que falar com o homem, mas não poderia negar, ele era bom demais no que fazia.
— O que quer? — perguntou sem muita alegria, mas o homem não se deixou intimidar.
— Conversar, ué. Somos parceiros de negócios e faz um mês que não conversamos. Preciso saber como você tá se saindo — explicou, mantendo o sorriso grande.
— Bem.
Taehyung era um homem de poucas palavras, mas bem direto. Leung já tinha trabalhado com ele antes de assinar o contrato, sabia bem como ele era difícil, mas engolia alguns sapos quando era necessário.
— Ora, não seja assim! — reclamou com tom de brincadeira, segurando Taehyung pelos ombros e aproximando o rosto. — Tenho grandes planos para você.
— Que seriam...? — Taehyung se afastando das mãos do homem.
Não gostava de muitos toques, ainda mais de quem não tinha intimidade. Conhecia o homem, ele era seu chefe e basicamente quem colocava comida na sua mesa, mas aquilo não significava ter que aceitar tudo que ele fizesse. Um toque como aquele não era nada, mas para Taehyung era desconfortável.
Leung não se deixou intimidar, outra vez, apenas olhou ao redor para ter certeza que ninguém estava ouvindo e só então encarou Taehyung novamente, ficando sério, mas dava para perceber que ele sorria com os olhos.
— Tenho uma proposta.
— Pois diga.
— O que acha de se preparar pra exposição anual?
Ele esperou uma resposta do garoto, talvez alguns gritos histéricos, ou um pouco de euforia. Um sorriso seria o suficiente. Mas ele continuou do mesmo jeito que estava.
Exposição anual era um diminutivo para EMAA — Exposição Mundial Anual de Artes. Como o nome já dizia, era uma exposição feita anualmente em museus de artes em todo o mundo. Cada ano tinha um país diferente, ou cidades diferentes em um mesmo país, dependia dos seus museus e suas histórias marcantes. Era tipo a Copa Mundial da FIFA, só que para artistas voltados para a pintura.
Acontecia uma vez por ano, durante o mês inteiro e em museus marcantes para a história da arte, onde quadros e artistas diferentes eram expostos todos os dias durante o dia inteiro. Essa exposição proporcionava uma plataforma para troca de ideias, reconhecimento de talentos emergentes e estabelecidos, além de promover a diversidade cultural e artística entre os artistas e amantes da arte.
Os artistas conhecidos mostravam suas obras com orgulho, pois aquele era o mais alto que eles poderiam chegar. Já os novatos mostravam suas obras com a esperança de um dia serem como os conhecidos. O EMAA era o máximo que um artista poderia alcançar. Se seu quadro estivesse ali, significava que você não era pouca bosta.
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cores são sentimentos, tys
Fanfiction"O sonho de Taehyung sempre foi tirar o irmão daquele cenário abusivo onde cresceram, e ele sabia que só conseguiria isso se tivesse condições financeiras para cuidar de uma criança. Por isso, fugiu de casa para cursar a faculdade, determinado a mud...