Uma Parada Em Atenas

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"Caros passageiros com destino à França, no voo das 2h45 A.M. no horário de Atenas, informamos que, infelizmente, seu voo terá um atraso de 12 horas. Nossa companhia aérea pede desculpas pelo inconveniente."

– Só pode ser brincadeira – murmurou o ruivo, puxando alguns fios de cabelo.

   Nove horas já haviam se passado desde que entraram no avião. De vez em quando, cochilavam no meio da série que assistiam e precisavam voltar alguns minutos para retomar de onde pararam. Na maioria das vezes, era Chuuya quem dormia.

– Ok, plano B – Dazai tirou o tablet do suporte e começou a pesquisar hotéis próximos ao centro. – Hmm, que acha deste?

    O hotel tinha cores chamativas em branco e com madeiras douradas envelhecidas, com cinco andares, sendo dois dedicados a quartos comuns e três a suítes. Era grande o suficiente para se perder de vista, tinha piscina e vista para as ruínas da Grécia, o que parecia aceitável para o ruivo.

– Pode ser. Agora, se me der licença, vou tirar um cochilo – tentou esconder sua animação com o hotel.

– Você é pesado, sabia? – riu Dazai. – Não acha melhor ir para sua humilde cama?

– Você me obrigou a ficar aqui, agora aguenta – Chuuya tentou ignorar o comentário sobre seu peso, mas foi em vão. Ele colocou os braços sobre a barriga.

– Certo, certo. Quer que eu cante uma música de ninar para você, bebezinho? – Dazai começou a aquecer a garganta.

– Me erra, Dazai – Chuuya bateu em uma das coxas de Dazai, que resmungou de dor. – Aluga logo o hotel, e eu quero serviço completo. Minhas costas já estão me matando.

– Mimimi, quero serviço completo – Dazai resmungou afinado.

    Chuuya apenas revirou os olhos, se ajeitou melhor e se entregou aos braços de Morfeu. Naquele avião frio e com luzes azuis, o ruivo se sentia quentinho e aconchegado. Dazai, por outro lado, gostaria de beber algo em excesso até apagar. Terminou de fazer a reserva e achou caro, mas quem liga? O cartão não era dele.

    Colocou o tablet de lado e tentou se ajeitar melhor no assento, mas com Chuuya quase em cima dele, era difícil. Fez o seu melhor para não ficar com as costas doloridas, mas isso parecia inevitável.

– Três longos meses – suspirou cansado. – Isso vai ser divertido – riu Dazai.

                                    ...

"Obrigada por voar conosco, desejamos uma ótima estadia a todos."

– Finalmente estamos em terra – suspirou o ruivo. – Não vejo a hora de chegar ao hotel.

– Espero que tenham um quiroprata – Dazai estalou as costas. – Vou precisar.

    Chuuya pegou seu chapéu e sobretudo, colocou-os e, em seguida, pegou sua mochila, dirigindo-se à saída do avião.

– Chuuya! Espera! – Dazai vinha atrás quase correndo. – Você não pode sair assim!

– Dazai, eu já disse e repito, não sou uma princesa indefesa, ok? – Continuou a caminhar.

– Mas se eu não fizer meu trabalho direito...

– Seu trabalho é ser meu assistente – parou no corredor já vazio e encarou o outro. – Mesmo sendo seu trabalho, não entendo por que se preocupa tanto com minha segurança – cruzou os braços.

– Você não entenderia – desviou o olhar. – Vamos indo, certo? Aqui não é lugar para isso.

   Chuuya bufou e continuou em direção à saída do avião, agradeceu aos comissários e seguiu caminhando. Dazai vinha atrás, como sempre. O suicida nunca terminava suas explicações, o que irritava profundamente Chuuya.

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