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Quando se está prestes a enfrentar uma coisa que vida coloca bem diante do nosso nariz como arriscada, o coração tende a errar um pouco as batidas, mesmo que você tenha a certeza de que é o certo a se fazer.
Você pode ser a pessoa mais confiante do mundo, a mais perspicaz, mas o medo é um fragmento enraizado no nosso íntimo, é primitivo. E naquele minuto, onde estava prestes a bater na porta do prédio vizinho, sentiu o medo primitivo.
Mas o lado alfa, usava ele a meu favor, porque poderia sentir o momento de atacar. Porque algo além do medo, era primitivo, o lobo, a minha origem.
Encarou Violet que segurava no braço de Wednesday com força, mirou a esposa que concordou e depois Cheryl, que tinha a mão na cintura, na sua arma. Estava em maior número e ainda com a lei.
A amiga, assim como Wednesday, também incentivou meu ato. O papel da guarda estava na minha mão, seria primeira coisa que entregaria a minha querida e adorável vizinha.
A mente ainda estava silenciosa, e queria saber o porquê, o que tinha acontecido para que meus pensamentos não competissem mais, para que Alivia estivesse silenciosa. Devia agradecer, é claro que devia, mas não sabia o que agradecer.
Porque sentia que algo tinha acontecido quando se regenerou, tudo apontava para aquilo, então a dúvida estaria comigo até o momento em que o silêncio persistisse.
Deu duas batidas na porta e aguardou, estava preocupada com Violet, todos estávamos. Mas o foco foi para o objeto na minha frente se abrindo e a figura carrancuda da mulher brotando diante dos meus olhos, o nojo ficou nítido no seu nariz retorcido quando me viu.
Mas outra coisa competiu com ele, a raiva, principalmente quando ela olhou para a própria filha.
— O que pensa que está fazendo? — Ela tentou avançar em direção à garota, mas se colocou na sua frente e impediu — Você sai da minha casa, enquanto você, Violet, entra agora.
— Ela vai entrar, Barbara, mas vai entrar para buscar as coisas dela, então é melhor você colaborar — O tom foi firme, a rixa entre nós era de duas inimigas em um campo de guerra — Isso se não quiser ir presa.
— Quem você pensa que é sua cadela?
— A partir de hoje, mãe adotiva dela — Lhe entregou o papel, fazendo a dúvida surgir em sua feição quando ela pegou e leu o que nele dizia — E para sua informação, a única cadela aqui é você. Que teve a coragem de pensar em deixar o lunático do seu marido tentar algo com sua filha.
Foi rápido a maneira como sua mão se ergueu em uma tentativa de tapa, mas foi mais rápido ainda a velocidade com que Cheryl segurou seu pulso e a empurrou para dentro da casa. Tirando o distintivo de dentro do casaco e mostrando a mulher.
— Se tentar fazer isso novamente, vou dar voz de prisão para a senhora — E ali estava a oficial Blosson — Estamos vindo na paz e na tentativa de não causar traumas em ninguém, então colabore.
— Vocês não vão entrar.
— Sinto em informar senhora, mas a guarda é delas, sua filha tem o direito de buscar as coisas dela — Viu a figura masculina surgindo no final do corredor, Cheryl e Wednesday também notaram — A não ser que queira que eu chame uma viatura e torne isso um escândalo para todos.
— O que está acontecendo aqui?
Seus olhos vieram diretamente na minha pessoa, assim como ele, eu também o analisei. O estrago que fez no seu nariz tinha sido pouco para o que ele merecia.
— Viemos buscar as coisas da Violet — E ele olhou para a menina, que o fitou acanhada.
— Você não tem o direito de fazer isso...
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Silence
FanfictionATENÇÃO⚠️⚠️⚠️: Abordará assuntos como, depressão, automutilação, bullying, suicídio, psicose, psicopatia e até mesmo abuso sexual. A gatilhos em todos os capítulos, repito, em todos. Essa fanfic terá assuntos delicados sendo abordados do início ao...