Quatro dias depois.
Padmé estava estressada.
Desde que ela e Anakin chegaram a Naboo, já se passaram quatro dias. Durante esse tempo, a tensão entre eles era evidente. Nenhum dos dois conseguia agir naturalmente, pois sabiam que havia algo em seus corações.
Ao se encontrarem, trocavam olhares, desviavam o olhar e depois voltavam a se encarar, respirando fundo. Anakin perguntava se ela estava bem e logo depois iniciava a patrulha diária. Cada vez que se esbarravam, suas respirações se aceleravam. E Padmé sentia-se queimar, ao mesmo tempo em que ficava irritada.
E as fofocas não paravam. Os empregados os observavam com suspeita toda vez que os visitavam - afinal, foi sugerido que todos tirassem alguns dias de folga enquanto o assassino não fosse encontrado, para que anakin estivesse focado apenas na segurança da senadora.
Padmé passou as mãos no rosto, consciente de que pensavam que ela e Anakin estavam aproveitando para se beijar sempre que podiam. Com esse pensamento, ela sentiu-se quente mais uma vez e seu rosto corou.
- Idiota. - murmurou para si mesma.
- Conversando sozinha, Princesa? - perguntou Anakin.
Ela se assustou ao perceber que ele havia chegado à sala de jantar sem ser notado.
Enquanto Padmé já estava sentada em sua cadeira, o padawan seguiu para a dele como vinha fazendo nos últimos quatro dias.
Ele vestia uma camisa de mangas compridas, como sempre, porém esta era um pouco mais fina. A senadora respirou profundamente ao conseguir vislumbrar o abdômen dele através do tecido claro. Desviou rapidamente o olhar e voltou sua atenção para o prato à sua frente.
- Não percebi que você tinha chegado - disse ela.
- Já faz alguns minutos, mas você parecia envolvida em uma discussão interna - respondeu Anakin com um sorriso discreto nos lábios.
Ela o encarou. Anakin permanecia sorrindo levemente.
- Na verdade, estava - confessou ela.
- Posso perguntar sobre o que era? - perguntou ele.
Ela o fitou e sem querer fixou seu olhar nos lábios dele.
"Idiota"
- Bobagens - respondeu ela.
Anakin riu baixinho. E assim, começaram a comer. Como em todas as outras noites, a comida estava deliciosa. Extremamente deliciosa. No entanto, a Senadora se sentia incomodada. Lançou um olhar furtivo para Anakin e percebeu que ele já a observava.
- O que foi? - questionou ela.
- Nada.
- Você está me encarando.
- Não.
- Está sim.
- E você também está me encarando.
- Eu não estou te encarando.
- Com certeza está, princesa. Talvez me ache bonito.
- Eu não... - ela parou subitamente ao perceber o que tinha dito.
Sentiu seu rosto corar.
Anakin era extremamente atraente.
- Realmente não acha? - provocou ele.
- Você sabe muito bem o que acho - respondeu ela simplesmente.
Meybrook irrompeu na sala de repente.
- Desculpe se estou atrapalhando, senadora Amidala. Aqui estão suas correspondências dos últimos dias.
- Meybrook, o que você pensa que está fazendo aqui? Deveria estar em casa, descansando.
O mordomo sorriu.
- Não se preocupe com isso, senhora.
Ele colocou cuidadosamente as cartas no canto da mesa de jantar.
- Boa noite, jovem Skywalker!
- Boa noite, Meybrook! Já jantou?
- Oh! Sim, senhor. Mas agora vou voltar para casa. Tenham uma boa noite.
E saiu apressadamente.
- Bem, Meybrook é muito dedicado. Veio apenas entregar as correspondências - Padmé comentou enquanto examinava os nomes nos envelopes.
- Ele é muito comprometido com o trabalho. Eles gostam bastante de você, por isso te visitam tanto.
A senadora sabia que era verdade, mas conhecia os empregados bem suficiente para saber que também havia outras razões: fofocas e curiosidade.
Levantou as sobrancelhas ao ver duas cartas do lorde Berryton entre os envelopes.
- Lord Berryton...- ela murmurou.
- Seu lorde sente saudades - ele constatou.
Ela desistiu de abri-las e o encarou severamente.
- Quantas vezes eu preciso dizer que ele não é meu lorde?
- Entendo, ele está apenas enviando cartas para você - comentou Anakin.
- Sim, porque somos amigos.
- Ele quer lhe cortejar. Que homem não iria querer?
- E qual o problema em lorde Berryton me cortejar, Anakin? - ela se levantou.
- Nenhum. -ele respondeu duramente.
- Então não faça tanto alarido sobre isso.
- Não o faço.
- Faz, sim. Implica com qualquer outro na primeira oportunidade.
Anakin se ergueu, observando-a de cima agora.
- Implico, é? Conte-me mais.
Padmé ficou tensa. Ele estava muito perto. Ela, semicerrando os olhos, o empurrou levemente.
- Não sei como mestre Obi-Wan te manteve na linha durante todos esses anos.
- Oh, ele nunca precisou. Eu sempre estive na linha.
- Claro, claro.
Anakin notou a ironia na voz dela.
- Está insinuando algo, princesa?
- Não estou insinuando nada, Ani.
- Anakin.
Ela o olhou surpresa, meio confusa.
- Anakin - ele a encarou nos olhos. - Quando me chama de Ani, parece que me vê como um garotinho.
Padmé engoliu em seco.
- Não é isso.
- Sei que é.
- É apenas um gesto de carinho.
Ele a encarou, sabendo que ela falava em parte a verdade.
A sala de jantar caiu em completo silêncio. Não era constrangedor, mas sim tenso. Subitamente, tudo parecia intenso.
- Vou guardar essas correspondências e volto em um instante. - disse ela, tentando dissipar o calor do ambiente.
- Tudo bem, Padmé, responda as cartas do seu amado.- ele murmurou.
Irritada, ela deu passos em direção a ele e exclamou:
-Pare com essas insinuações. É ridículo! Você não tem moral para falar de mim. Sei que deve trocar cartas com mulheres de todo o universo.
Os olhos de Anakin se arregalaram como se tivesse levado um soco.
- O quê?
- Eu sei o que estou dizendo, Anakin. Você cresceu, se tornou um homem, um futuro Jedi! Ficou mais alto, mais forte, mais habilidoso, mais bonito. E certamente mais ousado. Acha que não sei que está flertando por aí?
Suas palavras pareciam tocar em uma ferida, pois Anakin ficou sério.
- Você está enganada. Sinto muito em te decepcionar, mas se meu coração pertence a alguém, só a ela me entregarei. Só nela pensarei e amarei. Ela é o alvo dos meus desejos e sonhos. Nunca agiria de maneira imprópria. E sei que você me diria "jedis não podem amar", mas já lhe falei minha opinião sobre isso.
Padmé estava prestes a partir, mas Anakin segurou sua mão, causando-lhe uma sensação de nervosismo por todo o corpo.
- Deixe-me dizer, há uma pessoa, sim. Apenas ela habita meu coração e mente. Apenas ela entra em meus sonhos, adentrando meu quarto e me beijando apaixonadamente enquanto retiro suas vestes e faço tudo que ela me permitir.
Padmé prendeu o fôlego. Anakin parecia estar com febre, ou talvez fosse ela que estivesse febril.
A incerteza a dominava.
– A beijo com todo meu desejo. A deito na cama enquanto exploro todas as curvas de seu corpo. E beijo cada centímetro de pele. Beijo bastante. Vários lugares. Vários.
Ela arquejou baixinho. Ele não estaria falando...
- Consegue imaginar, princesa?
- Anakin...
– Diga-me, consegue imaginar, meu bem?
Ela engoliu em seco.
Skywalker sorriu satisfeito e olhou os lábios dela.
- Acredito que sim. -ele sussurrou.
Por um breve momento, sua mente a traiu. Uma rápida cena dos dois se beijando deseperadamente em um quarto escassamente iluminado passou por sua cabeça. Ela sentia-se úmida.
O padawan sorriu.
- Pela sua correnteza de rubor, acredito que tenha imaginado, sim. Portanto, peço que não me insulte com tais acusações, milady.
O rapaz voltou a sentar-se, mas não voltara a comer.
Ele a encarou.
Ela sentia que a qualquer momento, seria ela naquela mesa. Deitada e adorada. Tudo estava quente demais.
Anakin parecia respirar com dificuldade, como se estivesse com vontade de agarrá-la. Mas não poderia ser verdade. Ela estava alucinando.
E assim, Padmé fugiu dali apressadamente.
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𝙁𝙤𝙧 𝙮𝙤𝙪 - 𝐀𝐧𝐚𝐤𝐢𝐧 𝐒𝐤𝐲𝐰𝐚𝐥𝐤𝐞𝐫
Fantasy"- Vou beijar você. -ele disse. Padmé sentiu o coração acelerar. - Estou ansiando por isso. -ela sussurrou." Anakin Skywalker é um mistério marcante do cosmos, o eleito prodigioso. Padmé Naberrie representa uma determinação em meio ao vasto universo...