Capítulo 2

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Quinze anos atrás...

— Ei, olha por onde anda o grandalhão! — Cristina estava saindo da loja quando esbarrou em Atílio.

— Calma ai pequena, me desculpa, mas foi você quem saiu correndo de dentro da loja. — ele olhava para ela com um lindo sorriso nos lábios.

— Ah é verdade, então me desculpe também grandalhão. — ela olhava o tamanho dele, deveria ter uns dois metros de altura, ela pensou naquele momento. — Preciso ir atrasada para a aula.

Cristina correu pela calçada e em dado momento parou no meio fio e olhou para trás e viu que o homem ainda estava olhando para ela com um lindo sorriso. Ela então se virou e mandou um beijo para ela e voltou a correr para entrar na escola do outro lado da rua.

— Nem pense nisso, Atílio. Olha para você, aí todo bobo, ela é uma moleca! — disse a senhora ficando ao lado de Atílio.

— Quem é ela mãe? — perguntou curioso.

— Cristina Álvarez, filha de Consuelo e Severiano Álvarez, amigos do seu pai. Agora vamos, precisa comprar o terno.

Atílio entrou na loja com a mãe e depois seguiu para a capital onde prestará o juramento da ordem.

(...)

Cristina estava ajudando na decoração do baile de formatura, era seu último ano no colégio, depois viajaria com sua mãe e depois faculdade, esses eram seu plano inicial.

— Cris, já pensou o que vai estudar quando voltar? — perguntou Raquel sua melhor amiga.

— Acho que vou fazer Literatura, e quem sabe viro professora. — disse empolgada. — E você o que vai fazer depois do verão?

— Vou para fazenda, meus avós precisam de mim esse ano, e quando voltar vou fazer direito, quero ser advogada igual meu pai.

As duas ficam conversando e depois de terminar as tarefas vão para casa. Cristina usava o mesmo caminho sempre, entrou em casa e viu seu pai ao telefone, passou por ele o cumprimentou em silêncio e foi para a cozinha ver a mãe.

— Oi mãezinha, hoje eu decidi o que vou fazer na faculdade depois das férias de verão, quero fazer Literatura e ser professora!-- falou contente sentando no balcão.

— Oi amorzinho, hum. Seu pai tem outros planos para a faculdade, acho melhor conversar com ele. — a senhora de cabelos castanhos e olhos azuis falava tranquilamente olhando para a filha.

— Ah não, não vem com essa que ele quer, sou eu quem vai estudar e ficar o resto da vida trabalhando, não vou fazer nada que não queira. — falou emburrada e cruzando os braços no alto do peito.

— O que foi agora Cristina, o que não quer? — falou o senhor entrando na cozinha. — Oi minha riqueza, como foi a aula? — a beijou na testa e foi para o lado da esposa dando-lhe um beijo curto nos lábios.

— Pai, o que vou fazer na faculdade? Eu já escolhi o que vou fazer!

— Então me diga o que vai fazer, pois eu acabo de falar com um amigo que pode ser seu tutor nos estudos. Quero que faça medicina!

— Pai, eu odeio sangue, tenho medo de agulha e quer que eu faça medicina, não mesmo. Quero fazer Literatura e ser professora!

Consuelo olha para o marido e levanta as sobrancelhas e dá um sorriso de quem avisa: "Eu disse que sua filha é igual a você!"

— Mas filha, você vai ser doutora, ser alguém!

— Pai, se eu estudar Literatura, também vou ser doutora em algo, na arte das letras, escrita e na arte em dar aulas, isso é ser alguém também. — ela desceu do balcão, beijou a face do pai e saiu da cozinha. Cristina deu por encerrada a conversa de que curso faria na faculdade.

Um resgate do amor - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora