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Enid mantinha a cabeça sobre as mãos, seus olhos estavam fechados em uma tentativa falha de meditação

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Enid mantinha a cabeça sobre as mãos, seus olhos estavam fechados em uma tentativa falha de meditação. Se saber sobre tudo aquilo já mexeu com todos daquela mesa, imaginava para ela.

Se antes tinha dúvidas sobre o destino ser um pregador de peças, ali tinha a confirmação. Encarou a figura de Cheryl, que estava tão preocupada com a loba quanto eu.

David se colocou de pé, atraindo nossa atenção, seu sorriso carinhoso lembrou o do próprio pai quando ele queria fazer algo para agradar a mim ou ao Pugsley. Muitas vezes duelos de facas, outras apenas escavações de túmulos. Atos aqueles para revigorar o íntimo dos nossos corações.

Ato que o pai da falecida ruiva estava fazendo, tentando de alguma forma acalentar o coração de Enid, e o agradecia. Porque via que ele realmente se importava com ela, em partes por tudo que ela fez pela sua filha, em outras apenas porque ele era o mais velho do recinto e precisava se manter calmo.

— Eu vou fazer um chá de camomila para você — Enid o encarou em gratidão, viu cansaço explicito em seus olhos.

— Agradeço, David.

Viu o momento em que seus olhos foram em direção ao mural de fotografias, tão rápido que era apenas um fantasma em meio a seus devaneios. Mas sabia que ela tinha olhado a foto da garota.

— Então — Blosson soltou o ar pelos lábios — O que vamos fazer?

— A princípio vemos o motivo dele não ter sido preso — Enid apontou para o jornal no celular — O retrato falado não tem nenhuma semelhança.

— Enid, não estou falando disso — A loba voltou a ficar quieta, e a ruiva recitou o que nos seus pensamentos já falavam — Você precisa conversar com ela.

— Não é algo fácil, Cheryl.

Enid me olhou, pois a situação era muito mais delicada, ainda mais por ser uma pessoa onde o encontro não foi um dos melhores.

— Eu não posso abordar esse assunto sem antes ter uma imagem dele, eu preciso da foto do Turner — David estava atento ao assunto, assim como eu, em silêncio — Sem isso só temos suposições, e suposições para uma vítima de trauma é uma cobra em torno do pescoço.

— Mas ela pode confiar em você, ela sabe sobre você, sobre o que faz...

— Cheryl, você ainda não entendeu, não é? — Enid riu sem ânimo algum — Agora sabendo de quem se trata, a história muda, não é como falar com uma desconhecida.

— Ela tem uma admiração por você, pelo seu trabalho, ela vai te escutar.

— Digamos que meu último encontro com ela não foi muito agradável. Eu não contaria muito com isso.

— Não sabemos quando vamos conseguir uma foto dele.

— Eu posso até tentar falar com ela — Enid ponderou — Mas o assunto é delicado, e ela pode me achar uma completa cretina por estar investigando a vida dela. Por saber quem ela é, eu mesma mudei de sobrenome porque queria deletar meu passado.

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