IV

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Meus olhos se abrem lentamente, sentindo um leve incomodo na cabeça, acho que eu a bati enquanto estava dormindo. Meus olhos, se acostumando com a claridade, ficam arregalados quando percebo onde estou. Estou deitado debaixo de uma árvore, ela tinha um tronco normal, mas suas folhas faziam uma cortina em volta dela, e as mesmas tinham tonalidades diversas, compostas por azul, lilás, rosa, verde e laranja.

  Logo depois uma figura é avistada, um homem negro, com uma barbicha e cabelos crespos esta parado em minha frente, com um sorriso presunçoso no rosto e carregando em sua cintura uma flauta de bambu. Falando em sua cintura...AQUELE SUJEITO TINHA A PARTE DEBAIXO DO CORPO IGUAL A DE UM BODE.

— Boa tarde, Jason. Ótima soneca, não?

  Eu não consegui falar nada sem que acabasse tropeçando em minhas próprias palavras, então corri. Tropeçando em uma raiz de árvore, caindo morro abaixo, enquanto rodava feito barril e batia minha cabeça.

  Imediatamente me levanto, abrindo os olhos, ficando sentado na cama e respirando pesado. Olho aos arredores, examinando o ambiente, que rapidamente consegui distinguir que local era aquele. Eu estava em um lugar onde tinha posters de heróis da DC, da marvel, de bandas, onde tinha uma escrivaninha cheia de papeis, um skate jogado perto da porta, uma bola de basquete do outro lado do quarto, uma janela que dá uma vista para a vizinhança, um papel de parede que imitava um céu estrelado, uns livros em duas prateleiras, um criado mudo ao lado da cama, que tem um óculos em cima e alguns bonecos aleatórios de filmes espalhados por aí. eu estava em casa, no meu quarto.

  Há dias que estou tendo esse mesmo sonho e eu nem sequer sei o porquê de estar sonhando com isso. Só sei que esse sonho é estranho, muito, muito estranho.

  Levanto da cama, colocando o óculos e saindo do quarto, descendo as escadas e indo até a cozinha, preparar o café. Meus pai esta no trabalho, então estou sozinho, já que meu cachorro fora ao veterinário com minha mãe.

  Depois de algumas horas, fazendo as malas, organizando o quarto e assistindo, resolvo ir ao parque, levando o skate junto a mim. Saio de casa e coloco o skate no chão, subindo no mesmo e o colocando em movimento.

  Bom, fiz as malas porque vou fazer um intercambio para o Brasil, país de origem da minha mãe. Já passei férias, mas queria ter a experiência de viver lá, mamãe diz que tem muitas coisas boas, mas também coisas péssimas. Vou para um estado e uma cidade que não são muito reconhecidos pelo resto do país, mas fica no nordeste, o estado é o Rio Grande do Norte e ficarei em sua capital, Natal.

  Sim, o nome é de uma data comemorativa, mas foi nomeada assim por ter sido fundada no dia 25 de dezembro, ou seja, no Natal. Mamãe nasceu lá, mas sempre morou no estado ao lado, na Paraiba. Sempre quis conhecer mais do Brasil e de sua cultura, e algo me diz que essa viagem vai ser interessante.

  Sou tirado dos meus pensamentos quando escuto um grito, caio no chão, logo me levantando e tirando a poeira da roupa. Era uma menina, parecia ter minha idade e sem duvida alguma eu a "atropelei" enquanto estava distraído.

— Ei, desculpe. — estendo a mão para a mesma — estava distraído, sinto muito.

  A garota ignora minha ajuda, respira fundo e se levanta sozinha, mancando enquanto se afasta, resmungando xingamentos. Garota maluca, nem sequer me deixou ajudá-la, nem parece que já foi educada na vida.

  Vou em direção a casa, mamãe deve estar perto de chegar e eu deixei a cozinha uma bagunça, não quero levar uma bronca. Rapidamente subo no skate e em alta velocidade vou a caminho de casa, antes que me pergunte, sim, eu levei uma queda.

  Quando chego em casa meu joelho esta sangrando, não muito, mas ainda dói. Mamãe esta soltando o Fofo no quintal (Eu não escolhi o nome, antes que venham me julgar) Vou para o banheiro, indo limpá-lo, ainda bem que mamãe insiste em ter um kit de primeiros socorros em casa.

  Quando termino, saio do banheiro, logo indo para a cozinha e vendo mamãe limpando a bancada. Quando escuta meus passos a mesma olha para mim com o rosto calmo.

— quantas vezes já te disse para limpar a bancada quando terminasse de fazer alguma coisa?

— Eu esqueci.

— Esqueceu — ela ironiza — Ótimo, vá fazer seu dever de casa ou coisa do tipo.

— Mas eu estou de férias.

  Ela para por um momento.

— Vá arrumar seu quarto.

— Eu já o arrumei.

  Ela coça a nuca e olha para meu joelho.

— Já estava andando de skate de novo? Depois que quebra alguma coisa ainda reclama.

— Mamãe, foi um acidente. Aliás, vou ir limpar o cantinho do Fofo. Antes que comece a reclamar de mais alguma coisa.

  A última frase eu falei baixo, e espero que ela não tenha escutado. Saí rápido, mancando, mas rápido, para o quintal arrumar o cantinho do Fofo.

  Depois de algumas horas, arrumando o cantinho do cachorro, tomando um longo banho, reclamando do joelho arder com a água e jogando videogame, esta na hora hora de dormir. Vou para a cama, me deito e fico olhando para o teto, vou sentir saudade do meu quarto, da minha cama, das pessoas e de casa, mas são só seis meses, vai ser legal. Aos poucos meus olhos pesam cada vez mais e logo eu adormeço.
 






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Meio chato hoje, mas o bloqueio criativo veio com força. Aproveitem o cap do Jay. 🙃

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⏰ Última atualização: Sep 25 ⏰

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