Palácios, Bailes e Promessas. •JIKOOK

Não o amo.

👑🐥 Jimin narrando

A noite se desdobrava diante de mim como um pesadelo implacável, cada sombra nas paredes sussurrando os ecos de uma traição dolorosa.

Eu me sentia como um peão em um jogo de poder, manipulado pelos caprichos da nobreza, uma marionete cujos fios eram tecidos com promessas vazias e expectativas cruéis.

Olhei para o céu estrelado, onde a lua testemunhava silenciosamente o desenrolar de eventos que pareciam maquinados pelos deuses para testar minha resistência.

O toque ardente de Jungkook ainda reverberava em minha pele, uma lembrança do amor proibido que ameaçava consumir tudo o que eu conhecia.

É injusto, pensei amargamente, a sensação de ser usado como moeda de troca em um jogo de alianças políticas e riquezas.

Minha vida, meu coração, reduzidos a meras peças em um tabuleiro de xadrez onde os movimentos eram ditados por mãos que não eram as minhas.

E então veio o Lord Kim, uma figura que personificava tudo o que eu temia: a rigidez das convenções sociais, o peso das obrigações impostas, e o destino que parecia já traçado para mim desde os meus dez anos.

Ele não hesitou em acelerar o que parecia inevitável, pressionado pelo casamento que estava agora marcado para o pôr do sol daqui a uma semana.

O pôr do sol, símbolo de despedida e fim, seria também o cenário de uma união que eu nunca desejei.

Senti uma mistura de raiva e desesperança se espalhando por mim, uma dor profunda que parecia atravessar todas as camadas da minha alma.

Eu era um espectador da minha própria tragédia, incapaz de deter o curso dos acontecimentos que agora me arrastavam para um futuro que não reconhecia como meu.

A injustiça do mundo pesava sobre meus ombros, enquanto eu me via despojado de qualquer controle sobre minha própria vida e meu próprio coração.

Ainda na mesma noite:

As palavras que eu disse ressoaram no escritório de meu pai, cortando o ar como uma lâmina afiada.

Meus pais me encararam com expressões que oscilavam entre o choque e a indignação, mas eu não podia mais ficar em silêncio.

- Eu não amo o Lord Kim, pai. Eu não quero ser usado como uma peça de xadrez em um jogo de poder! - Minha voz saiu firme, embora o medo e a raiva estivessem entrelaçados dentro de mim.

Meu pai suspirou pesadamente, enquanto minha mãe permanecia inabalável, como se minhas palavras fossem insignificantes diante de seus planos.

— Jimin, você precisa entender as responsabilidades que temos como nobres. Esta união trará benefícios significativos para nossa família - argumentou meu pai, tentando apelar para o dever e a tradição.

— Benefícios para quem, pai? Para vocês, para o Lord Kim? E eu? - Minha voz ecoou pelo salão, repleta de desespero e amargura. — O que aconteceu com lutar pela minha felicidade? Pelo meu direito de escolher quem eu amo?

Minha mãe finalmente quebrou o silêncio, sua voz cortante como uma espada.

— Você não está em posição de fazer exigências, Jimin. Esta união já está decidida, e você cumprirá com o seu dever.