Capítulo 1- The Radio Demon

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- Eu sei que estás aqui. 

Fala Alastor sorrindo calmo, enquanto observava a dança flamejante da lareira acesa. Nesse momento uma jovem adolescente, aparentando ter 16 anos sai do esconderijo e vai até ele.

-Boa noite , pai.

- Porque não estás a dormir? Já passou da meia noite. E tu sabes que ficas com os olhos inchados quando não dormes a noite inteira. E não vais querer tirar a beleza desse teu olhar, pois não? -Responde levantando a sobrancelha ainda mantendo o sorriso elegante.

- Eu sei, pai. Mas estou com insónias, importas-te de eu ficar um pouco contigo? Até ficar cansada? -Responde tímida, usando o seu vestido longo de dormir.

Alastor fica pensativo com uma expressão desconfiada sorrindo, mas depois suspira derrotado. E afirma com a cabeça.

- Então, primeiro faz um leite quente para ti e um descafeinado para mim, tudo bem?

-Sim, pai! -Responde animada e corre até a cozinha com um sorriso dócil no rosto. 

Alastor se entrega ao comportamento doce da filha e entrega um sorriso mais amplo no rosto dele. Minutos depois, ela volta com duas canecas e entrega uma delas ao pai e se senta no lado dele.

- Agora diz-me pequena moça. Porque realmente estás acordada? Eu sei que adoras o teu sono de beleza. -Fala num tom de voz provocativo de brincadeira.

Ela suspira sorrindo e olha o seu leite com uma expressão triste no olhar, fazendo o pai sorridente ficar silencioso e preocupado.

- Ultimamente tenho pensado numas coisas... coisas que não costumavam me incomodar, mas tenho ficado mais consciente recentemente.

- O quê? O que te preocupa, filha? -Fala deixando a caneca do descafeinado na pequena mesa cabeceira do lado do sofá.

- Não sei porquê. Mas tenho visto nos filmes da TV assuntos como família perfeita, escolas, amigos... Porque eu não tenho nada disso? Porque tenho de passar meus dias aqui na cabana ou à volta? Porque não posso ir para além do bosque?

- Tv? Eu só comprei essa máquina infernal para te dar alguma companhia quando vou trabalhar, mas não queria que ficasses hipnotizado e manipulada para ter esses pensamentos. -Responde o pai frustrado.

- O ponto não é esse, por favor me responde.

O homem sorridente suspira e olha o fogo da lareira  novamente- Para começar, a tua mãe não estava ainda pronta para te receber no mundo, mas não teve o apoio necessário da própria família para te receber, então fugiu e me entregou você. Eu não pensei que ela fosse fazer isso, mas fez. Eu como era um homem já com um trabalho fixo e responsável, achei que tendo que criar uma menina sozinho iria estragar tudo, mas assim que vi os teus olhos... eu me apaixonei... e o teu sorriso, tão doce e inocente, não era capaz de fazer a mesma crueldade que aquela mulher, e como eu tive uma boa figura materna, queria fazer-te passar uma vida sem falta de nada então fiz de tudo para não te faltar amor.

-Oh, pai... Perdoa... se tive te fazer recordar algo que te trazia tanta tristeza. -Responde desanimada por saber que foi abandonada e ter feito Alastor relembrar da antiga amada.

- Não te preocupes disso. É como disse, eu me apaixonei, a minha perda se tornou na minha maior bênção. Nunca fui tão feliz como sou agora contigo na minha vida, Sephora. -Acrescenta abrindo um sorriso calmo e elegante.

- Eu também te amo, pai. -Responde abrindo um sorriso sereno e calmo.

- E quanto ao resto... Bom... O mundo lá fora é cruel, o que aparece na televisão é fantasias de pessoas infelizes para esconder a verdade e enganar pessoas ingénuas como tu, filha.

A FILHA DE ALASTOROnde histórias criam vida. Descubra agora