Não o odiar

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Paraná não conseguia parar de pensar sobre o que o paulista sugeriu sobre a relação dele com o Sul. Sobre o gaúcho não o odiar. Mas era difícil de acreditar, principalmente tendo em conta as brigas diárias. Porém a observação do sudestino era verídica, nenhuma discussão fora tão feia depois de todo o ocorrido, eram coisas bem banais na verdade, não era a toa que Catarina havia se irritado.

Sentiu o coração apertar. Não aguentaria se aquilo fosse verdade pois teria esperanças. Esperanças infundadas e perigosas. Mas pra quê que o maior o encarou tão intensamente mais cedo?!

Ah merda. Agora estava inquieto.

Pensar demais no gaúcho lhe despertava memórias. E sem nenhum parceiro no momento, tinha que se aliviar sozinho, porém pervertido do jeito que sempre fora isso ficava cada vez mais complicado. Suspirou cansado. Não era à toa que tinha uma pequena coleção de dildos e vibradores. E os usaria hoje à noite pelo jeito.

O paranaense largou o celular com força se levantando do sofá, decidira que iria sim continuar alimentando suas fantasias com o barbudo. Pelo menos não pararia naquela noite. Tinha até escolhido mentalmente qual brinquedo usar.

Quase se sentia humilhado, mas virara mestre em ignorar as próprias autocriticas. Pelo menos em relação ao RS e suas vontades. Já tinha ido longe demais para sentir vergonha de suas ações. E sempre fora cara de pau, até consigo mesmo. Entrou no banho deixando-se divagar em suas memórias daquela noite misturadas à sua imaginação.

Ensaboou as mãos e passou no próprio tronco fechando os olhos. Conduziu os dígitos vagarosamente para seus mamilos, gostava de brincar ali, principalmente depois que o Sul abusou tanto de seu peito. Mordeu a boca começando a sentir realmente os estímulos. Não precisava, mas espiou e constatou sem surpresas que estava duro.

Encostou com a cabeça abaixada na parede, deixando que somente sua nuca e ombros realmente encostasse na superfície gelada e projetou o restante do corpo para que recebesse a água quente diretamente do chuveiro. Continuou brincando com seus mamilos, não queria apressar as coisas. O impacto da água em sua pele adicionava mais uma camada de estímulos, colaborando na construção de seu prazer.

Desceu as mãos pela barriga e finalmente acariciou a virilha e os escassos pelos que tinha, lembrando do loiro no processo. Não conseguiu ver claramente daquela vez, mas tinha plena certeza que ele era o oposto de si. Arrepiou. Gostava de um homem másculo e um tanto quanto mal cuidado. Lembrou da sensação de suas mãos ásperas e mordeu a boca sentido, finalmente envolvendo sua ereção e movendo o punho para cima.

A barba dele roçando em seu pescoço. Paraná deixava as memórias fluírem e serem amplificadas. Imaginou como seria aquela sensação em suas coxas. A sensação um pouco áspera dos fios loiros sendo quebrada por selinhos macios e quentes. As lambidas.

Passava a mão cada vez mais próximo da virilha, mantendo a outra ocupada com seu membro. Queria mais. Seu corpo pedia mais. Sentia seu ânus contrair exigindo atenção e aquela sensação quase de coceira dentro de si, sabia que era o estímulo na próstata que faltava. Havia se condicionado àquilo.

Olhou em volta e percebeu que não tinha trazido o dildo para o banheiro. Grunhiu desagradado e uma mísera parte de sua mente agradeceu, pois seria obrigado a sair do banho e economizaria água. Rapidamente acabou de se limpar tendo o cuidado de não perder a excitação que já havia construído. Não que precisasse de preocupar muito, seu corpo e mente estavam sedentos por mais devaneios com o gaúcho.

Num instante se encontrava pegando seu dildo mais simples, porém o mais realista e que mais o lembrava do loiro, e um lubrificante. Se atirou na cama e ponderou como faria tudo. Acabou decidindo por reencenar suas memórias daquela noite. Deitou de bruços e empinou a bunda expondo-se por inteiro, pegou um pouco de seu lubrificante em pasta e passou os dígitos em sua traseira, sentindo o produto derreter com o calor.

Acariciou-se devagar, despertando mais o desejo, mas não demorou muito em tentar simular a forma que o maior havia feito, com mais força e um toque de brutalidade. Quando decidiu enfiar os dedos usou logo dois. Afoito, cutucou certeiro sua próstata fazendo seu corpo contrair inteiro e uma onda de arrepio cruzar sua pele. Precisou sorrir. Era aquilo mesmo que procurava, aquelas sensações.

Não se demorou, assim que sentiu que dava enfiou o terceiro dedo e logo mexeu em favor de se preparar. Mas sua mente foi mais rápida e já clamava por mais, não se importando com a dor que provavelmente sentiria. Se bem que daquele jeito lembraria ainda mais do gaúcho.

Ah merda. Faria daquela forma e já se arrependia pelo dia seguinte. Mas foda-se. Seria sábado e ficaria em casa mesmo.

Agarrou o dildo e colocou-o na boca para molha-lo com saliva. E simular outra coisa que queria ter feito com o barbudo também. Fechou os olhos imaginando como seria a cara de prazer do maior, tentando relembrar de seu cheiro e a textura que provavelmente teria de seus pelos pubianos na cara.

Tirou o silicone da boca e finalmente o posicionou em seu ânus. Antecipava a invasão com ansiedade, mas se torturou esfregando a cabecinha em suspense. Até que pressionou devagar. Resistiu de propósito, sentindo a pressão e imaginando o maior ali, queria o provocar.

Cedeu e relaxou, permitindo-se ser penetrado. Não evitou de gemer. Era gostoso sentir-se preenchido e finalmente sentir a pressão certa em sua próstata. Manteve-se assim por um momento deixando seu corpo realmente sentir aquele formato dentro de si.

Tocou no próprio pênis, antes abandonado, imediatamente sentiu uma onda de prazer. Voltou a se masturbar. Enquanto movia a mão na frente começou a mover o dildo atrás também, friccionando o silicone contra sua próstata.

Cada vez mais entregue movia o corpo inteiro na cama, fazendo seu peito esfregar no lençol estimulando seus mamilos, agora ainda mais sensíveis.

Praticamente ouvia a voz do gaúcho em sua orelha, o chamando rouco de prazer. Paraná estava mais próximo a cada estocada, mirando em sua próstata mas já perdendo um pouco o alvo de tão alterado que estava. Apertou seu pênis um pouco mais e conseguiu acertar seu ponto doce com o dildo. Sentiu o corpo retesar e enfim se derramou sentido.

Se manteve naquela posição apreciando os resquícios de seu orgasmo. Respirava forte e quando sua mente clareou de seus devaneios sentiu lágrimas silenciosas escorrerem por sua bochecha. Rapidamente fungou e fingiu ignorar aquilo, secando o rosto e procedendo em ajeitar e limpar as coisas para dormir. Já estava bem informado que nunca teria Rio Grande do Sul para si. Já sabia disso! Só queria se distrair por um momento. Só um momento em sua dimensão de fantasias! Não era pedir muito!

Irritado consigo mesmo atirou o dildo, já limpo, de volta na gaveta e o lubrificante tratou da mesma forma guardando tudo no lugar. Aquele filho da puta também não ajudava! O desgraçado! Pra que ficar encarando daquele jeito?! E por que parou de ser homofóbico também?! Só pra dificultar sua vida?!

Maldita noite que dormiu com ele!.... Não. Não se arrependeria! Não se arrependia! Era ele que dificultava tudo se comportando daquele jeito agora, logo agora! Uma noite seria o suficiente! Era o suficiente! Bufou e fechou o armário com força, se atirando de novo na cama, dessa vez decidido a ignorar seus problemas e dormir. 






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Poise..... to pisando e torcendo o pé no coração do Paraná~




Então povo! criei uma conta no :D   @DrisWMArt    (hoje, então não tem nada lá ainda haha)

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