Meu Amor,por Favor Não Se Vá

Destinos que se Cruzam

Eren_On

Estou no hospital, em um quarto silencioso, observando as flores do lado de fora da janela balançarem ao vento. As pessoas passam apressadas pelos corredores, algumas conversando, outras distraídas. Meu olhar para em um homem no corredor, falando ao celular de forma exaltada. De repente, ele joga o aparelho no chão, mas logo depois o pega, visivelmente arrependido. Dou uma risada discreta, achando a cena curiosa.

O som da porta do quarto se abrindo interrompe meus pensamentos. Um médico entra, com um semblante sério.

- Bom dia, doutor - cumprimento, tentando soar despreocupado. - Veio me dar uma notícia ruim, né?

Ele hesita por um momento antes de responder:
- Senhor Yeager, me desculpe, mas seu transplante foi adiado novamente.

Sinto um aperto no peito, mas mantenho o sorriso.
- Não tem problema, doutor. Posso ter alta hoje?

Ele concorda, e minutos depois eu já estou deixando o hospital. De volta ao meu apartamento, troco de roupa rapidamente e me preparo para mais um dia no trabalho. Meu destino? A loja de conveniência.

Saio de casa e sigo o caminho de sempre: um ônibus, depois um trem, e, por fim, uma caminhada tranquila até a loja. É uma manhã como qualquer outra, até que, distraído, esbarro em alguém no meio do caminho.

Sinto o impacto e paro imediatamente. Olho para frente e vejo um homem de terno impecável tentando limpar uma mancha de café em sua camisa.

- Me desculpe, eu não vi você - digo rapidamente, sentindo o rosto esquentar de vergonha.

Ele levanta o olhar, e algo em seus olhos cinzentos me faz gelar por dentro. Sua expressão é séria, mas não necessariamente rude.

- É só café - ele diz com um tom indiferente, mas firme.

Ainda assim, sinto a necessidade de insistir:
- Se precisar, eu posso pagar a lavanderia ou...

Ele interrompe com um gesto, limpando o resíduo do café com um lenço.
- Não precisa. Só tome cuidado da próxima vez.

Ele se afasta, mas, por algum motivo, sinto que esse encontro não foi tão casual quanto parece.Chego à loja de conveniência ainda com a cena do homem de terno impecável na cabeça. O impacto do encontro parece ter deixado algo gravado em mim, embora eu não saiba exatamente o quê. Entro pela porta automática e sou recebido pelo som familiar do sino e o cheiro de café barato misturado com os salgados expostos.

- Eren! - chama Ymir, minha colega de trabalho, de trás do balcão. - Pensei que você não viria hoje. Como está se sentindo?

- Tudo tranquilo - respondo com um sorriso. - Pronto para mais um dia.

Ela me lança um olhar desconfiado, mas não insiste. Respeito isso nela.

Troco de roupa rapidamente no vestiário e assumo meu lugar no caixa. O dia é monótono como sempre: filas curtas, clientes apressados, perguntas repetitivas. Enquanto escaneio produtos, meus pensamentos vagam de volta para aquele homem do café. Quem seria ele? E por que sinto que aquele encontro significou algo?

Por volta das oito da noite, Ymir me dá um tapinha no ombro.
- Pode ir. Eu fecho hoje. Vai descansar.

Agradeço e pego minhas coisas, saindo para a noite fria. O caminho para casa é silencioso. O vento faz as árvores balançarem como as flores que vi do hospital, e algo no ar parece carregar uma estranha expectativa.

Ao chegar ao apartamento, sinto o cansaço finalmente me atingir. Troco de roupa e vou direto para a cozinha, preparando algo rápido para comer. Enquanto a chaleira apita, minha mente ainda gira em torno daquele dia. O homem exaltado no corredor, o médico, o encontro inesperado... Tudo parece parte de um quebra-cabeça que ainda não sei como montar.

Depois de comer, jogo-me no sofá com a intenção de assistir algo, mas o sono me domina rapidamente. Minutos antes de apagar completamente, penso novamente no olhar cinzento daquele estranho. Um calafrio percorre minha espinha. Por que sinto que ele vai cruzar meu caminho de novo?.

Hello,aqui e a autora,e espero foi uma ótima leitura.