Miyoshi Sayako, minha amada, você sempre será a inspiração por trás de cada página escrita, e sua memória perdurará através dos anos, tocando as almas e mentes de todos que cruzarem o caminho deste livro. Seu amor será perpetuado, e a gratidão por t...
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Miyoshi Sayako era uma garota excepcionalmente inteligente e dedicada aos estudos, uma característica que sempre despertou a admiração de seus colegas de classe. Além disso, ela adorava conversar e se expressar, o que às vezes a fazia falar mais do que deveria. Seu tom de voz agudo, contudo, parecia incomodar alguns de seus colegas, levando-os a tratá-la frequentemente com ignorância e rispidez.
── Ei, Sayako! Será que dá para você falar um pouco mais baixo? ── pediam seus amigos.
E embora ela diminuísse o volume por alguns minutos, sua empolgação natural sempre retornava com entusiasmo, como se ninguém tivesse se incomodado.
── Sua voz está nos incomodando, Miyoshi. É irritante! Tem como você calar a boca por um instante?! ── continuavam a reclamar.
A forma rude como os colegas de classe a tratavam fazia com que ela se sentisse visivelmente chateada e desconfortável. Cada palavra áspera era como um golpe em seu coração sensível, drenando cruelmente a alegria que sentia ao falar. A ideia de dizer qualquer coisa naquele momento causava uma dor profunda e esmagadora, como se seu coração estivesse prestes a se partir.
Com o passar dos dias, sua voz tornou-se uma presença cada vez mais rara, até que o silêncio a dominou completamente. Embora estivesse presente fisicamente, era como se tivesse se tornado invisível para todos ao seu redor, ignorada e esquecida.
Inicialmente, a ausência de suas palavras foi um alívio para alguns colegas, que pareciam contentes por não terem mais que suportar o som estridente de sua voz. Para ela, porém, esse silêncio tornou-se uma dolorosa confirmação de que sua existência não importava. O peso esmagador dessa indiferença tomou conta de seus pensamentos e, envolvida em uma névoa de desespero, Miyoshi Sayako viu-se enfrentando seu destino inevitável: a morte.
Ninguém, exceto ela e seus tios, estava ciente do segredo que carregava. Após a perda de seus pais, além de uma complicada ficha médica que revelava seus problemas psiquiátricos, Sayako havia sido diagnosticada com um tumor no cérebro, com prognóstico limitado. Embora a notícia fosse devastadora, seus tios decidiram que ela não faria o tratamento necessário, negando-lhe a chance de ganhar mais tempo de vida. Para eles, o tratamento não era uma opção.
Sentindo-se um fardo e sobrecarregada por uma mistura de emoções, a garota convenceu-se de que sua morte era a forma mais fácil de libertar sua família do peso que ela se tornara.
Por muito tempo, frequentar a escola e interagir com seus colegas foram o refúgio de Sayako, um lugar onde ela cultivava lembranças especiais e momentos de felicidade. Mesmo que os laços não fossem profundos o suficiente para considerá-los amigos de verdade, a escola era um escape. Agora, no entanto, ela sentia que nenhum lugar ou pessoa poderia fazê-la se sentir bem outra vez.
Percebendo que sua presença parecia não importar para mais ninguém, ela decidiu não frequentar mais as aulas e passar os dias isolada em seu quarto. Esperava que alguém notasse sua ausência e sentisse sua falta, ansiando por um mínimo sinal de que ainda era importante para alguém. Lamentavelmente, isso não aconteceu, e a única pessoa que sentiu sua falta era covarde demais para fazer algo a respeito.