22- Família

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Michele entrou na sala com o coração acelerado. Ela sabia que precisava contar a Pedro sobre seu novo relacionamento, mas não sabia como ele iria reagir.

Pedro estava sentado no sofá, concentrado em um jogo de videogame, totalmente alheio ao turbilhão de emoções que Pedro estava sentindo.

Ela respirou fundo e caminhou até ele, parando ao lado do sofá. Pedro, percebendo sua presença, pausou o jogo e olhou para ela.

— Mi, o que foi? Parece preocupada — ele perguntou, franzindo a testa.

Michele mordeu o lábio, hesitante, mas sabia que não podia mais adiar a conversa.

— Pedro, eu preciso te contar uma coisa. E... eu sei que pode ser um choque, mas... eu estou namorando.

Pedro levantou uma sobrancelha, surpreso, mas deu um sorriso.

— Sério? Que legal! Quem é o cara sortudo?

Ela engoliu em seco, suas mãos começando a suar. Era agora ou nunca.

— É... é o Lucas.

O sorriso de Pedro desapareceu instantaneamente e seus olhos se arregalaram de surpresa.

— O Lucas? O meu melhor amigo, Lucas?

Michele assentiu, tentando manter a calma.

— Sim, eu sei que pode parecer estranho, mas a gente começou a sair há algumas semanas e... as coisas simplesmente aconteceram. Eu realmente gosto dele, Pedro.

Pedro ficou em silêncio por alguns instantes, processando a informação. Finalmente, ele suspirou e passou a mão pelos cabelos.

— Uau, isso é... inesperado. Mas, sabe, se vocês são felizes juntos, quem sou eu para impedir? Só espero que ele te trate bem, Mo. Porque se ele não tratar, vai ter que se ver comigo.

Michele sorriu, aliviada, e abraçou o irmão.

— Obrigada, Pedro. Isso significa muito para mim.

Pedro retribuiu o abraço, ainda um pouco surpreso, mas feliz por sua irmã.

— Só espero que ele saiba o quanto sortudo ele é.

Michele sentou-se à mesa de jantar, observando seus pais conversarem sobre o dia deles. Sua mãe estava descrevendo uma situação engraçada que aconteceu no trabalho, enquanto seu pai, ouvia atentamente.

Michele sabia que precisava contar a eles sobre Lucas, mas sentia um nó no estômago só de pensar em como eles poderiam reagir.

Quando a conversa diminuiu, ela aproveitou a oportunidade.

— Mãe, pai, eu tenho algo importante para falar com vocês — disse, sua voz um pouco trêmula.

Rodrigo e Helena se entreolharam, preocupados, e então voltaram sua atenção para Michele.

— O que houve, filha? — perguntou Rodrigo, com um tom gentil.

Michele respirou fundo, tentando acalmar seu coração acelerado.

— Eu... eu comecei a namorar.

Helena sorriu surpresa, mas animada.

— Ah, que notícia boa, querida! Quem é o rapaz?

Michele olhou para o prato por um momento antes de encontrar os olhos dos pais.

— É o Lucas.

Carlos franziu a testa, tentando lembrar-se de quem ela estava falando.

— O Lucas... o amigo do Pedro? — ele perguntou, lentamente.

Michele assentiu, sentindo seu rosto corar.

Helena parecia confusa por um momento, mas depois sorriu novamente.

— Ah, o Lucas! Ele sempre foi um bom menino, não é? Mas... isso é um pouco inesperado.

Rodrigo cruzou os braços, pensando por um instante.

— E como o Pedro reagiu a isso?

Michele se sentiu um pouco mais aliviada ao falar sobre a reação do irmão.

— Ele ficou surpreso no começo, mas disse que se nós estamos felizes, ele nos apoia. E que, se o Lucas não me tratar bem, vai ter que se ver com ele — disse, com um leve sorriso.

Helena riu, balançando a cabeça.

— Isso soa como o Pedro.

Rodrigo olhou para Michele com seriedade, mas havia um toque de ternura em seus olhos.

— Bom, o mais importante é que você está feliz e que ele te trata bem. Conhecemos o Lucas há muito tempo, então sabemos que ele é um bom garoto. Mas lembre-se, sempre vamos estar aqui para você, seja qual for a situação.

Michele sentiu uma onda de alívio e gratidão.

— Obrigada, pai. Obrigada, mãe. Significa muito para mim saber que vocês me apoiam.

Helena se levantou e foi até Michele, abraçando-a com carinho.

— Sempre vamos apoiar você, filha. Queremos que você seja feliz.

Rodrigo assentiu, sorrindo.

— Exatamente. E, quem sabe, podemos convidar o Lucas para jantar qualquer dia desses, para conversar um pouco mais sobre esse namoro.

Michele sorriu, sentindo-se finalmente em paz.

— Claro, eu vou falar com ele. Obrigada, de verdade.

A família continuou a jantar, agora com um sentimento de compreensão e apoio mútuo.

Dois passos para o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora