Demônios podem chorar.

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Por trás das lentes escuras escondia um olhar de rejeição, desabado com a decisão da pessoa que amava. Este, observa de volta do outro lado da rua. Aziraphale para Crowley, demônio para anjo. Sabiam que parecia os últimos olhares que trocariam, junto de feições não tao enfeitadas de sorrisos adocicados. Assistir seu anjo indo embora daquela forma era doloroso, sentia-se como pedra por não conseguir expressar em lagrimas a sua perda. E vê-lo entrar no elevador com Metraton agrediu ainda mais o seu coração demoníaco. Aonde tinha na cabeça desde milhões de anos? Se apaixonar por um anjo... Agiu com o coração ao invés da cabeça. Era esse seu julgamento.


As portas do elevador se fecharam... Não tinha mais volta, e nem como Aziraphale voltar. Jamais se veriam... Por mais que fosse a verdade, ele se rejeitava a acreditar que o amor de sua vida havia ido embora. Com maldições rodopiando a cabeça, de que o mundo era injusto e nada valeu a pena. Mas amar Aziraphale era algo que nunca, jamais, sumiria. Crowley entrou em seu Bentley, começando a partida em uma viagem tensa para, talvez, um bar, junto de suas plantas. Como poderia? . . . Ele realmente não aceitava aquela decisão, a ida de seu anjo. . . Nunca mais se viriam, e seu último contato físico foi um beijo "forçado", já que Aziraphale não mostrou nenhuma demonstração de retribuição. Seu amor possivelmente não era correspondido. E foi com esse pensamento que sua cabeça começou a esquentar... Tanto, mais tanto, que sentiu que explodiria. E isso tornou-se real quando logo que seus óculos embaçaram com a umidez das lagrimas. A boca torceu, afundando a cabeça no volante, sentindo-se uma criança por chorar daquela forma. Mas ele se sentia... Mas em vez de querer a mãe, ele queria seu anjo, Aziraphale.


- Ouvi falar de uma nova cafeteria que acabou de abrir por perto, ficaria disposto a conhecê-la. - A voz conhecida e doce ecoou de seu lado, no banco do passageiro, de la saíram pequenas penas brancas, taos leves que até o sopro de um filhote a levaria pelos ares. Crowley acreditava que era paranoia de sua insuficiência, levantando a cabeça ferozmente com seus dentes afiados trincando.


- Que porra você esta falando? Você acabou de ir embora na minha frente... - engoliu os restos de choro, não tendo certeza da consciência. Aziraphale, ficou em seu silêncio luxuoso até que Crowley abrisse bem os olhos. Isso aconteceu quando o demônio parou, virou-se, e esbravejou em alívio e comemoração. - Co-Como? Eu te vi entrando naquele-!


- Querido, há segredos que os anjos não devem contar de forma alguma para qualquer um. - Inventou, com seu sorriso caridoso que elevavam suas bochechas. Crowley pensou em abrir a boca, para falar pelo menos algo a respeito, contudo, calou-se com um gesto convidativo. Aziraphale, realmente ao seu lado, lhe estendendo os bracos. Sabia muito bem que se tratava de um abraço para confortar o chorão do Crowley.


- É um engano! Eu não estou chorando! - Ajeitou a postura e forçou a voz, para algo mais "macho".


- Não, com toda certeza eu não estava vendo você fazendo cara de choro e derretendo em lagrimas agora a pouco. - Falou com sarcasmo, mas ainda, sim, um tanto formal e sem intenções de machucar o companheiro. Ainda com os braços estendidos, pronto quando quiser um apoio emocional. Crowley fez careta, não das feias, somente aquela pensativa.

- Caiu um cisquinho no meu olho, só não aguentei. - Novamente olhou como ainda Aziraphale lhe oferecia um abraço grátis, e fugir daquela oferta era extremo. O anjo insistiria, e de alguma forma conseguiria seu abraço.

Crowley soltou o volante, e como uma ação tímida aproximou sua cabeça ao acolhimento de seu anjo, o mesmo que acabou vendo "partir" em alguns minutos atrás, ou imaginou que teria ido. Mas estava em sua frente. E agora, com a cabeça apoiada abaixo de seu pescoço, aonde ficava sua gravata xadrez na moda. Inalando aquele cheiro adocicado de chá enquanto o loiro batia levemente em suas costas.


- Querido, me perdoe pelas minhas ações. - Crowley mantéu um silêncio diante de tais perdoes, mas sentiu como se Aziraphale se sentisse o culpado do estado dolorido alheio. - Mas saiba que chorar nunca foi um problema.

- Já falei que eu não estava chorando. - Novamente mentiu, arrancando um sorriso não tao acreditador do loiro. - Mas você realmente me abalou, meu anjo.


- Desculpa. Sendo assim, induzir-te a um café pode ser um bom pedido de desculpas? - Silêncio. Tinha algo faltando... - ... E a dancinha de que eu estava errado.


- Eu aceito. - Concordou, cruzando os seus braços, continuando em seu posto.


- Ah, que maravilha. . . E imagino que já possamos ir? - Interrogou, duvidoso, afinal não sentia que Crowley queria se desgrudar tão fácil de si depois do susto. - Eu não sumirei, prometo.


- O que você "decidiu" me assustou para caralho. - Sua voz demonstrava desapontação deprimente, reagido de um suspiro de Aziraphale. - Você tem mesmo que me pagar um cafe... Não! Na verdade... Um cafe, almoço, e jantar. E se negar cobro até o lanche da madrugada.

- Oh, querido. - Aziraphale sorriu, rindo das palavras e como elas eram ditas do jeitinho demoníaco de Crowley, que fortalecia o tão animado ele fazia ser sua vida. Não imaginaria como era viver sem Crowley, nem o demônio imaginava como seria estar sem seu anjo.



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Nota: Não acabou, tá? Ainda tem muitos capitulos pela frente.

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⏰ Última atualização: Jun 21 ⏰

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