11. Pensamentos Intrusivos

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POV Ana Carla

- Por que eu tenho que participar dessa reunião?- perguntei para Luna assim que entrei no prédio da empresa.

À mulher alta, de terninho preto me olhou como se aquilo fosse muito óbvio.

De fato, era.

- Seu pai acha importante que você esteja por dentro do que acontece na Dior.- disse abrindo a porta da sala de reuniões.

Respirei fundo antes de sorrir para os meus tios ali.

Obviamente não recebi o mesmo sorriso de volta.

Minha família se resumia em:

Meu pai, George Dior, CEO Geral e Dono da Dior.

Meu tio, Simon, diretor de arte.

Minha tia, Giovanna, diretora de moda.

E meu primo, Otávio, filho de tia Giovanna, Produtor Executivo.

- Está atrasada.- pontuou minha tia Giovanna olhando seu relógio  caro no pulso com sua expressão azeda.- Precisa ser pontual se deseja liderar nossa empresa.

Sorri amarelo.

Aí que está, titia, eu não desejo.

Andei até a cadeira destinada a mim, sob o olhar severo de meu pai e me sentei, cruzando minhas mãos sobre a mesa.

- Podemos começar.- falei olhando para todos, percebendo o olhar fixo de Otávio em mim.

Meu pai soltou um suspiro pesado ao meu lado e sinalizou para apagarem as luzes e ligarem o retroprojetor na parede da sala.

E assim se iniciou uma das manhãs mais chatas que tinha em minha rotina.

Metas, orçamentos, gráficos e mais orçamentos.

Deixei que minha mente vagasse e me peguei pensando no absurdo que foi Robert na minha aula.

Ele ficou puto quando o pintei com o pau pequeno, soltei uma risada me lembrando da sua expressão indignada e acabei chamando a atenção para mim.

- O que é engraçado, Ana Carla?- Meu tio perguntou me olhando feio.

Meu rosto esquentou.

- Deixando os pensamentos intrusivos lhe dominarem, priminha?- Otávio riu debochado.

Ignorei o olhar de meu pai e me ajeitei na cadeira.

- Perdão.- pedi.

Mas claro que eles não perderiam a oportunidade.

- Eu não gostei da estética da sua campanha, Ana.- disse minha tia.- Eu não acho você  bonita o suficiente para modelar com o Robert.

Um gosto amargo subiu em mim junto com meu mau genio.

- Veja que coisa engraçada, titia.- comecei, irônica.- Eu também não acho você competente o suficiente  para ser nossa diretora de moda, mas nem tudo sai como a gente quer, não é?

Giovanna desceu a mão sobre a mesa, o barulho ecoando pela sala, meu pai fechou os olhos, se recostando em sua cadeira, esperando o pequeno show começar.

Tia Giovanna era assim, ela começava o barraco mas não aguentava a porrada.

- Você é ridícula.- ela grunhiu.- Uma menina mimada que não sabe nada da vida.

Eu ri.

- E sabe o que essa menina mimada vai fazer quando assumir a empresa?- perguntei brincando com minha caneta.- Vou demitir você.

Ela ia responder, mas Otávio soltou uma gargalhada.

- Isso se você se casar.- disse chamando minha atenção.

- O que?- perguntei vendo meu pai arregalar os olhos para ele, assim como meu tio e minha tia.- O que você disse?

Meu primo encolheu os ombros antes de continuar.

- Não te contaram? Para assumir a empresa você precisa se casar com alguém, caso contrário o Conselho entrega a empresa para mim.

Não.

Aquilo não podia ser verdade.
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..



POV ROBERT PATTINSON

Diferente do sonho que tive alguns dias atrás daquela vez a campainha de minha casa estava realmente tocando.

- Já vai!- gritei contrariado.

Qual a dificuldade de ligar avisando, ou perguntando se eu podia receber visitas?

Olhei na camera na parede do hall de entrada e vi Bobby apoiado com um braço no marco da porta e a outra mão na cintura.

- Bom dia.- falei abrindo a porta, ele passou por mim sem falar nada.- Por que esse apavoro todo?

Meu amigo virou para mim, passando a mão no rosto, parecendo atordoado.

- Tom morreu.- disse soltando o ar.

Fiz uma careta.

- Para com isso.- resmunguei fechando a porta e indo para dentro a cozinha.- Ele deve estar bêbado em casa.

Tom sempre fazia isso.

- Robert está em todos os sites.- disse Bobby me fazendo parar com a mão erguida para o armário. - Ele foi encontrado morto no píer de Santa Mônica.

- O que?- aquilo não podia ser verdade.- Como isso aconteceu?

Bobby deu de ombros, os olhos castanhos se enchendo de água.

- As câmeras de segurança da rua pegaram alguns homens desovando o corpo, todos encapuzados... Rob... Ele não pagou o seu traficante... Ele me disse isso a alguns dias atrás e...

Me apoiei na bancada, meu coração acelerando.

- Bobby...- antes que eu terminasse de falar, meu celular tocou no bolso de minha bermuda. O mesmo número desconhecido, apreensivo eu atendi.- Alô?

- Bom dia,Robert Pattinson. - disse uma voz desconhecida e animada.

Estreitei meus olhos.

- Quem é?

- Isso não importa.--disse.- Sabe o que importa? Que seu amigo não me pegou e agora a dívida é sua. Você tem 24 horas para me pagar o valor de 30 mil dólares ou o próximo a aparecer no píer de Santa Mônica será... você.

A chamada foi encerrada mas eu permaneci com o aparelho em meu ouvido por algum tempo.

Na minha frente Bobby me olhava como se já soubesse do que se tratava.

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ROBERT PATTINSON | NOSSOS SEGREDOSOnde histórias criam vida. Descubra agora