𝖈𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖘𝖊𝖙𝖊

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𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐒𝐄𝐓𝐄

Você sentiu minha falta?

Caminhou sobre as águas só para me beijar?

Oh, venha me pegar.

Me arraste para fora, me destrua.

Eu estive esperando por você, estou pronta.

dream girl evil – florence + the machine



Novembro se instalou sobre os campos da Escócia, trazendo suas tempestades e chuvas. O céu se acendeu com relâmpagos que o cortavam, seguidos pelo som imperioso do trovão. O vento batia nas janelas do castelo, fazendo-as tremer com sua força.

Um sentimento desconhecido tomou conta de Varya ao ouvir o assobio do vento, embora não fosse indescritível, e ela puxou os joelhos para mais perto do peito. De uma das janelas da Torre Leste, ela observou o sol lentamente se esvair no horizonte. Sua respiração estava um tanto trêmula devido a subir inúmeras escadas, e ela tomou um minuto para acalmar seu coração acelerado.

No último mês, sua estatura diminuiu, as bochechas se destacando e os olhos apresentando um tom avermelhado. Seu cansaço dominava a maior parte do dia, e não importava o que fizesse, ela não conseguia se concentrar completamente.

À medida que o relógio se aproximava da meia-noite, ela se perguntava se sua aula de Astronomia se estenderia além do esperado. Varya esperava que sua professora notasse seu estado enfraquecido e a enviasse para a enfermaria, algo que ela tinha meticulosamente evitado.

Ela atribuía isso à sua natureza excessivamente estressada, pois havia se esforçado ao máximo para se destacar na maioria de suas aulas. A garota ficou surpresa com sua falta de resiliência, já que não achava o currículo de Hogwarts desafiador, ainda assim, ela se desmoronava como a cinza de um cigarro, transformando-se em pó fino e permitindo que o zéfiro fizesse o que precisasse dela. Cada movimento era desajeitado, descoordenado, e seus pulmões se contraíam como se veias tivessem enraizado dentro deles, sufocando seus alvéolos.

— Você parece bastante indisposta — disse Ren Rosier ao se aproximar dela, com um livro didático na mão. Varya soltou um pequeno gemido em resposta, sem se dar ao trabalho de olhar para ele. Assim que o sino bateu à meia-noite, os dois seguiram para sua aula.

Um feitiço havia sido lançado sobre suas cabeças, protegendo-os da fúria do tempo. No entanto, o céu mal era visível, nuvens tempestuosas cobrindo a maior parte dele. Sua professora, uma mulher robusta com menos destreza do que um Pé Grande, parecia descontente com isso.

— Suponho que vamos revisar as constelações hoje — disse ela. — Deveríamos estudar o humor de Júpiter. Ah, e eu disse a Armando que mudar a aula do quinto ano para a meia-noite não era uma boa ideia!

Varya aproveitou a oportunidade para se sentar e encostar-se contra uma das paredes da Torre, com a cabeça caindo sobre os joelhos. Ela tinha esperado que a aula fosse cancelada, mas sua professora se recusou a fazê-lo.

— Semana difícil, então? — Perguntou Ren enquanto se sentava ao lado dela, tirando um de seus gráficos. — Tempo maldito, a professora deveria nos deixar sair mais cedo.

— Acha que eu poderia pedir a ela para me dispensar mais cedo? — Varya se contorceu ao ouvir sua voz tão rouca, como se tivesse sido drenada de sua energia vital.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋𝐒 | 𝐓𝐎𝐌 𝐑𝐈𝐃𝐃𝐋𝐄 {+𝟏𝟖}Onde histórias criam vida. Descubra agora