SEX APPEAL

08

Música do capítulo: Control - Somo

Dizem que de boas intenções o inferno está cheio, mas me parece que não é só lá que seus desejos se realizam.

Depois da noite conturbada no Red Night e a Vênus sumir, coloquei na minha cabeça que não a deixaria em paz. O que ela queria de mim? Me envolvia, me instigava. Mexia com a minha mente de todas as formas possíveis.

— Valentina? – Ouvi o sotaque britânico puxado misturado com português da Sarah atrás da porta do meu escritório.

— Oi! Pode entrar.

— Good morning, boss! – Jullie disse sorridente e saltitante – Hoje teremos reunião com os investidores e já que estamos próximos de abrir a nossa sede em Portugal, precisamos do seu aval pra aprovar as novas essências. Que dia posso marcar na sua agenda?

— Hoje. Coloque o dia mais cheio possível! – Respondi afoita ajeitando os papéis sobre a minha mesa.

— Oh... – respondeu em um tom curioso – Okay! Ah, hoje é o aniversário do George.

— Sério? Oh my god! – coloquei as mãos sobre a minha cabeça – Eu esqueci completamente.

— Bom, boss. Ainda dá tempo! – Jullie deu uma piscadela e saiu da minha sala.

O George era o nosso gerente comercial, sem ele, as nossas vendas não iriam alavancar e a nossa empresa certamente não seria o que é hoje. Levantei, fui na sala da Bettina que ao invés de trabalhar estava soltando sua labaredas de fogo com alguma mulher por aí. Entrei fazendo barulho com o meu salto mas não era suficiente pra fazê-la olhar diretamente pra mim já que a conversa parecia interessante.

— Bettina! – Falei num tom mais alto mas não adiantou então, apelei pra um golpe baixo.

Aproximei o meu tronco do seu sobre a sua mesa, puxei o seu celular pra perto de mim e dei um riso irônico fazendo Bettina arregalar os olhos.

— Oh... Bettina, you're so fucking god! Yes. Yes! Fuck! – Simulei um gemido segurando o riso.

— Valentina! Oh, i'm sorry. Call you later! – desligou o telefone em desespero e me deu um tapa de leve no ombro – SUA LOUCA! Quer me matar?

— Com você tem que ser assim, gata. Jogar sujo... – sentei na ponta da sua mesa – Anda, vamos encomendar um bolo pro George.

— Sua... Argh! – esbravejou – A galera já comprou o bolo, eu já ia te chamar. Vamos lá fazer a surpresa pra ele!

— Você sabia e não tinha me contado? Cobra! – Cruzei os braços e revirei os olhos.

— Ah, para. Sua mente está longe, gata. – Bettina pousou o dedo polegar em seus lábios e deu um sorriso malicioso.

— Quem disse? – Perguntei tentando parecer inocente.

— Uma amiga que te conhece há muito tempo...

Aquilo não era mentira. Eu estava com a mente completamente conturbada depois daquela mulher tinha aparecer na minha vida. Eu precisava saber tudo sobre a sua vida ou enlouqueceria a qualquer momento.

Eu e Bettina chamamos os outros funcionários e fomos até a sala de George. Ele sempre estava de bom humor, recebeu os parabéns como se fosse o último da sua vida e com direito a discurso de agradecimento.

— Então, pra finalizar... a diversão será por minha conta! No melhor lugar do mundo! – George disse animado apontando pra Bettina.

— Red Night, lá vamos nós! – Bettina respondeu batendo o ombro sobre o meu.